segunda-feira, 22 de junho de 2015

10 músicas com a letra "A" que você tem que ouvir antes de morrer.

Nesta lista, o Metal & Loucuras trouxe para vocês as 10 músicas essenciais que iniciam com a letra "A".



1 - Alexander The Great (Iron Maiden) - Um épico que conta a história do conquistador e rei Alexandre da Macedônia. Encerra o álbum Somewhere In Time dos ingleses de 1986 e tem um início calmo lembrando uma marcha e depois descamba para uma canção grandiosa com muita melodia e Bruce Dickinson no auge da potência de sua voz. Uma das melhores músicas da donzela.

2 - Angel Of Death (Slayer) - O terceiro trabalho do Slayer, Reign In Blood, é citado como referência pela maioria dos músicos de música extrema pós 1986. E esta obra prima do thrash abre os trabalhos com uma das mais descomunais faixas do thrash mundial. Angel of Death fala de Menguele, médico de Auschwitz que fez experiências e assassinou centenas de judeus durante a 2ª Guerra Mundial. Pode bater cabeça à vontade.

3 - Arise (Sepultura) - Uma cacetada. Isso resume Arise do álbum homônimo de 1992. Com pouco mais de três minutos os mineiros conseguiram condensar a fúria thrash do fundo de suas almas. Uma porrada insana que só deixa respirar quando Max urra (I see the world - old - I see the world - dead), mas que logo retorna através de um solo que se você não prestar atenção ele já passou. Fantástica.

4 - Am I Evil? (Metallica - Diamond Head) - Tudo bem que o Diamond Head criou Am I Evil e a registrou em seu debut em 1980. Mas se não fosse o Metallica regravar esta música (na verdade quase o primeiro álbum "Lightning The World" na íntegra), a grande maioria dos metalheads talvez nem chegassem a conhecer a canção. E que distorção maravilhosa James e Kirk imprimiram nesta faixa para que ela se consolidasse como uma das mais pesadas já registradas pelo Metallica.


5 - Angry Again (Megadeth) - O grande pecado do Megadeth foi não ter incluído esta música em nenhum álbum oficial, apenas no Hidden Treasures de 1995, que é uma compilação das músicas 'lado b' ou faixas que apareceram em algum projeto ou tributo anteriormente. Angry Again é a música típica para entrar em um Coutdown To Extinction por exemplo e brigar para ser o destaque do álbum. Pesada, cadenciada, com vocais de Mustaine entre falados e cantados em um tom mais baixo, esta canção é perfeita.

6 - A Fine Day To Die (Bathory) - Se no álbum Blood Fire Death do Bathory seu líder Quorthon dava mostras que abandonaria o black metal e cairia de cabeça em um som mais trabalhado (que ficou conhecido por Viking Metal), o início de A Fine Day To Die entregou o ouro. Mas após aquele dedilhado com vozes limpas o que ouvimos é a mais pura demonstração de como a música extrema pode ser bela e brutal ao mesmo tempo. Grande faixa que nos deixa com muitas saudades do Bathory.

7 - A Touch Of Evil (Judas Priest) - Em 1990 os britânicos do Judas lançaram seu álbum mais heavy metal, o multi-platinado Painkiller. E quem diria que uma balada pesada quase roubaria as atenções deste disco? A Touch Of Evil que tem duplo sentido (possessão ou perversão) encontra na voz de Halford o tom perfeito para fazer dela uma daquelas canções para se ouvir no escuro e sentindo toda sua mágica.


8 - Angelica (Anathema) - Depois que Vincent Cavanagh aceitou que não conseguia cantar gutural ou rasgado e adaptou o som do Anathema para um som limpo e melancólico, o que se viu foi o Anathema passar pelo efeito borboleta e sair do casulo como uma banda diferente e tão boa quanta sua primeira fase mais death doom. E em 1996 com o álbum Eternity veio a belíssima música Angelica. Estava lançada a melancolia que seguiria a banda por mais alguns álbuns até cair em um progressivo não tão agradável quanto estas duas fases já citadas.


9 - Another Brik In The Wall (Pink Floyd) - Se esta música é uma das mais conhecidas da história do rock, com certeza merece estar nesta relação. Vale pelo teor histórico, pois a faixa serviu de espelho para a queda do muro de Berlim, mesmo que tenha sido escrita muito antes disso e retratasse um problema particular de Roger Waters (o álbum The Wall inteiro na verdade), vale pelo som de baixo maravilhoso de Waters ou pelo solo psicodélico de David Gilmour.

10 - Ace of Spades (Motorhead) - A faixa título do álbum de 1980 dos ingleses do Motorhead é talvez a mais conhecida do grupo e é item obrigatório nos shows até hoje. Com o baixão de Lemmy ditando as regras, os solos acelerados de Fast Eddie Clarke e Philthy Animal descendo a mão sem cansar na bateria, são menos de três minutos nada comerciais da história da música pesada.


sábado, 23 de maio de 2015

Entrevista com Juarez Távora da banda SCOURGE

O metal nacional possui bandas poderosas, com um som característico e definido, daqueles que verdadeiros conhecedores do heavy metal no mundo todo sabem reconhecer. E o nosso Heavy Metal, que está longe de gerar dinheiro para quem o pratica, é levado adiante por verdadeiros ícones, guerreiros que levantam a bandeira e buscam forças unicamente em uma coisa: o prazer. Prazer de estar nos palcos, de gravar, de manter a roda da destruição sonora girando. Um destes ícones se chama Juarez Távora (conhecido por alguns como Tibanha), que apareceu na cena em 1989 como baixista do Cirrhosis na demo Ritual of Penetration e hoje está à frente como baixista e vocalista do Scourge. Conversamos com esta figuraça do metal mineiro sobre cerveja, acidentes, o último álbum de estúdio e claro, muito death metal.



M&L – Você sofreu um acidente que deixou o Scourge parado por mais de um ano. O que aconteceu?
JT - Sim, sofri um acidente de trabalho! Eu sou encarregado de obras e cai de um andaime não muito alto mas como sou muito pesado (risos) a perna não resistiu ao impacto, fraturei a tíbia, joelho e tornozelo. Ficamos quase 1 ano sem ensaiar por isso, mas estou me recuperando bem e no segundo semestre voltaremos aos palcos!

M&L – O quanto isso atrapalhou na divulgação de ‘Hate Metal’?
JT - Atrapalhou pacas pois 1 ano sem tocar é foda.. vamos começar do zero novamente como se o CD tivesse saído agora (risos), mas todos os produtores e pessoas que nos procuraram pra shows entenderam bem a situação! Mas sempre eu estava divulgando nosso trabalho pela net com resenhas e entevistas!

M&L – Qual a maior diferença você pode apontar entre o debut ‘...On The Sin, Death, Lust and Hate’ e’ Hate Metal’?
JT - Hate Metal é um trabalho mais consciente, mais direto, mais porrada, foi feito com calma. O On The Sin..... é um ótimo CD também, só que mais cheio de "gueri gueri" kkkkkk umas loucuras minhas de technical death metal, curto pacas os 2 trampos mas Hate Metal é mais nossa cara!



M&L – O CIRRHOSIS é uma banda veterana na cena mineira. Por que você decidiu deixar a banda para se concentrar no Scourge? Aliás, antes disso houve uma passagem pelo Tributo ao Sarcófago. Como foi este período?
JT-Não deixei o Cirrhosis, me tiraram da banda (risos), daí passei um tempo sem tocar e resolvi montar o Scourge, eu tinha que tocar, sou fanático em Death Metal! O tributo ao Sarcófago foi algo  bem massa ,fizemos shows memoráveis principalmente em Santiago com o Possessed. Jeff Bezzera é o cara mais louco do planeta (risos), super humilde e alcoolatra (muitos risos). Cumprimos todos os shows marcados pro tributo, daí aconteceram algumas coisas e decidimos parar por pedido da Cogumelo!

M&L – Você pode nos dizer que coisas aconteceram?
JT -  Sim, posso com certeza, alguns produtores usaram de má fé "Fé? Kkkkkkk que porra é essa?", dizendo que era o retorno do Sarcófago e nós nunca falamos isso, sempre deixamos bem claro que era apenas um tributo com ex membros da banda! Sarcófago sem o Wagner não é e nunca vai ser Sarcófago! Daí a pedido da Cogumelo e do próprio Wagner paramos com o tributo!

M&L – Existem muitas influências do Sarcófago no Scourge, começando pelo nome da banda, que remete ao clássico The Laws of Scourge, além do nome do novo álbum e do logo da banda. O quão importante é o Sarcófago para você?
JT - Sempre fui fã do Sarcófago, conheço o sr anticristo desde moleque antes de começar escutar metal, o nome Scourge saiu sim da música The Laws Of Scourge, agora o logo quando fiz nem me lembrei do logo do Sarcófago, foi o único tipo de letra que consegui  desenhar com uma caneta Bic e uma régua kkkkkkkk não foi intencional!

M&L – Vocês conseguiram um feito de fazer inveja em qualquer banda de metal extremo no Brasil, que foi a participação de Wagner Lamounier na música ‘The Bread That God Crushed’ e na produção do álbum. Como rolou essa participação?
JT - Então como eu citei antes sou amigo do Wagner desde moleque, um fim de semana ele estava aqui em Uberlândia e foi ao nosso ensaio, daí convidei ele pra participar do CD e ele topou na hora! Coisa de amigos mesmo, nada pensando, foi natural. Daí fiz a música The Bread That God Crushed e pensei: essa é a musica pro Wagner cantar! Mandei a música pra ele que encaixou os vocais na parte que ele canta e ficou massa! A produção ele deu uma força enorme, íamos gravando, mixando e mandava via e-mail e o Wagner ia dando os toques em que mudar sobre timbres, efeitos, volumes etc etc! Fluiu tudo natural.

M&L – Fale um pouco da parceria do Scourge com a cerveja artesanal Hate Metal Beer.
JT - Um grande brother aqui das antigas tem uma fábrica artesanal, a Urubeer, ele disse que ia fazer uma cerveja pra banda e fez kkkkkk, daí falei pra ele fazer mais forte com 6,66 gl (teve ate uns carinhas ai que copiaram minha idéia e lançaram uma cerveja com mesmo teor alcóolico kkkkkkk plagiar cerveja é foda kkkk), agora vamos tentar lançar mais algumas pois acabaram todas rapidamente!

M&L – O famoso Triângulo Satânico Mineiro é um movimento que fortalece a cena de Minas. Você acha que ele é até mais forteque a cena da capital mineira hoje?
JT - Pra falar a verdade o movimento aqui no triângulo tá muito fraco, a galera só fica na net, não tira a bunda do banco pra ir em shows, só os verdadeiros comparecem nos eventos, um pouco que aparece sobre o triângulo satânico mineiro é puro jogo de marketing! Tem várias pessoas que lutam pelo movimento aqui mas 60% são playboys que acham que metal é moda! Em BH o movimento é muito mais coeso, as pessoas levam a sério o metal!

M&L – Mas em se tratando de bandas com um som de respeito a cena é forte, não?
JT - Com toda certeza! Minas tem várias bandas fodásticas, não só em Minas o Brasil por um todo é foda! Os gringos piram com o som de nossas bandas pois temos uma identidade própria, Brasil não é só o pais do futebol, é o pais do METAL também! Metal Brasil Sempre!

M&L – Agora que você está recuperado, quais serão os próximos passos do Scourge?
JT - Vamos começar a tocar ao vivo novamente no segundo semestre. Estamos começando a compor o novo CD também com mais ódio e raiva dos modistas! Agora somos um trio ficou mais fácil compor. Vamos recuperar o tempo perdido!

M&L – Muito obrigado pela entrevista. Parabéns pelo álbum. Deixe suas considerações para os que acompanham o Metal e Loucuras.
JT - O Scourge agradece a você pela oportunidade, valeu demais! A todos que acompanham o Metal e Loucuras lutem pelas suas idéias, pelo que vocês acreditam. Cultivem as verdadeiras amizades! “HEAVY METAL não é moda. É um estilo de vida onde só os verdadeiros prevalecem”.  VIDA LONGA AO METAL NACIONAL!!!!!


Rape The Innocence

O álbum Rape The Innocence dos paulistas do Lethal Curse foi feito com muita garra e capricho. Mesmo sem um encarte com letras, a capa é uma pintura de Paul Jamin de 1883 e o logo da banda foi criado pelo mestre das letras black metal Christophe Szpadjel que criou o logo clássico do Moosnpell entre outros. Lançado em 1997 pela Cogumelo, a banda já havia sido muito elogiada pela música Infamous Creation da clássica coletânea The Winds of a New Millenium da Demise. O som é um misto entre death e dark metal, ora com passagens rápidas e outras (e melhores) bem soturnas, vide a já citada Infamous Creation, um dos destaques do CD. Outros destaques são Everlasting Alone, que apresenta uma base bem legal quando vai chegando nos 4 minutos de duração. Infamous Creation talvez tenha sido um dos alicerces do Funeral Doom. Bases arrastadas com um vocal ultra doentio.


When The Body Dies é outro destaque do trabalho, com aquele começo no dedilhado para dar lugar a guitarra, bateria socada e o som nítido e pesado do baixo. O álbum fecha com um cover de 13 Candles do Bathory, bem ao estilo dark metal, muito bem executada. Mais ou menos em 2001 ouvi um CD demo so Lethal Curse, enviado para um possível lançamento na Cogumelo que nunca ocorreu. Uma pena, pois era um material ainda mais trabalhado e doentio que este. E se Rape The Innocence já é bom...Hoje ela mudou de nome, e se chama Of The Archaengel.