domingo, 6 de julho de 2025

20 anos de Antithesis of Light do Evoken!!!


Parece que estão tocando harpas no inferno. Esta foi a frase que me veio à mente quando ouvi "Antithesis of Light", o terceiro trabalho full dos americanos do Evoken, lançado em 2005 pela Avantgarde Music. As melodias de baixo e guitarra quando são apresentadas em contraste ao restante ou simplesmente destacadas sozinhas, algo utilizado em todo o álbum, passam esta sensação de harpas mortuárias tocadas no funeral de alguma criatura soterrada nas profundezas, ou até mesmo de alguma alma conduzida ao purgatório para refletir sobre sua vã existência. O Evoken consegue soar como uma banda de death doom que ultrapassa os limites da existência em direção ao funeral doom, pois mesmo que esteja claramente musicando neste terreno, carrega influências de seus predecessores dos anos 90, aqueles que transformaram tristeza, solidão, sofrimento e angústia em música. Como alguém dificilmente consiga a fórmula para transformar um álbum de funeral doom em um conjunto de canções totalmente distintas umas das outras, não podemos classificar a similaridade entre elas como ponto negativo para esta antítese da luz, portanto é fácil dizer que o terceiro full deles beira a perfeição dentro do estilo. Músicas longas, todas entre 10 e 13 minutos, arrastadas com raros momentos mais rápidos, como naquela evolução de "In Solitary Ruin" em que blast beats são adicionados, algo já realizado no álbum anterior e executado em perfeição extrema no álbum "Serenades" do Anathema, guitarras a cargo de Paradiso e Nick Orlando ultra pesadas e distorcidas que nunca se tornam emboladas ou inaudíveis, trazendo inclusive alguns solos sinistros em alguns momentos, teclados, a cargo do novo membro Denny Hahn que remetem a montanhas distantes numa paisagem escurecida e assombrada, além de uma bateria extremamente bem tocada por Vince Verkay, fazendo seu melhor trabalho até aqui no Evoken, com timbres claros e altos, soando como pedras rolando em catacumbas nos momentos mais reverberantes. Os vocais de Paradiso são extremamente guturais e abertos, bem diferente daqueles vocalistas que parecem prender um pregador de roupas no nariz na hora da gravação. Tirando a baixa diversificação que já comentei, poderiam ter lançado um álbum com uma intro e uma faixa de 71 minutos subdividida em etapas que o efeito seria o mesmo. Mas soa melhor da forma que foi lançado. Ouça! 

 

segunda-feira, 30 de junho de 2025

20 anos de A Book of Shadows do Goat of Mendes!!!


"A Book of Shadows" é o 4º full length da banda alemã Goat of Mendes. Apesar de gostar mais dos 2 primeiros álbuns, mais calcados no black metal, não posso esconder que gosto muito desta banda, que ocupa as fileiras de baixo no escalão do underground mundial, não sendo muito conhecida pela maioria. Lançado pelo micro selo "Mendes" da própria banda, este registro é ainda mais relegado ao gueto que na época em que a banda pertencia ao selo "Perverted Taste" (Carpathian Forest, Taake e outros), mas tenho uma cópia em MP3 desde 19elávaikafunga, que passei para o CDR também. O som é muito responsável, a banda sempre seguiu um caminho de trabalho e confiança em sua música. A produção pode não ser das melhores, caso contrário é certo que a banda teria um público ainda maior. Em minha opinião um dos grandes trunfos do Goat of Mendes é o trio de vocalistas, que estavam lá desde o início da banda, Maia, Surtur e Marco (também guitarra e baixo). As vozes, sejam narradas, cantadas ou gritadas, são praticamente as mesmas que ouvimos desde "Hymn To One Ablaze" (1996) e isso é a identificação imediata da banda. Principalmente porque não são vozes típicas de um estilo, daquelas que 1 milhão de bandas possui, você saca que são eles sem precisar que te mostrem a capa do play. Este álbum supera o anterior "Thricefold" (2002), onde a banda fincou de vez os pés no Pagan Metal, porque aqui temos um maior equilíbrio com o black metal de outrora. O primeiro grande destaque fica para a faixa título, uma das mais curtas do álbum, com 4 minutos e quarenta, com todos os elementos condensados de forma que você pode ser apresentado aos alemães com esta canção. Os riffs de Marco e Larz são um detalhe crucial, podem não ter a técnica de mestres mas fazem toda diferença no som. Outro detalhe nascido do álbum anterior que perdura aqui é o uso do violino. Ouça a faixa "Guardian Spirit" e se surpreenda com um som que poderia estar em qualquer álbum do "My Dying Bride", triste e profundo, ao passo que a banda diminui o ritmo para fazer um efeito doom nos momentos que o violino entra. O som é quase sempre rápido, mas nada exagerado e outra faixa épica de extremo bom gosto é "Staff and Chalice, Sword and Stone", cheia de reviravoltas e uma de minhas preferidas. A arte da capa imitando a capa de um livro não é das melhores, se fosse preta ao invés de marrom seria mais impactante, mas este é apenas um detalhe para um álbum de metal extremo bem interessante, que tanto fãs de Cruachan quanto de Opera IX deveriam ouvir. Sério, sem invencionices risíveis e de extremo bom gosto.

 

domingo, 15 de junho de 2025

20 anos de The Archaic Abattoir do Aborted!!!


A banda belga Aborted lançava em 2005 seu quarto registro, intitulado "The Archaic Abattoir". Quero começar pela arte da capa. Lançado no Brasil pela Malignant Art sob licença da Listenable Records, a cópia que tenho em mãos vem envolta em um belo slipcase, com uma arte totalmente diferente da capa original, algo muito enriquecedor que venho falando constantemente. Selos, lancem splicases com uma arte diferente da capa do encarte, isso é fantástico para os colecionadores. Neste caso, temos um "doutor" mascarado com uma serra elétrica pronto pra dividir um corpo, enquanto o slipcase mostra o lado externo da construção onde se dá a cena. Tudo naquela aura de jogos modernos de terror, mas mesmo assim casando perfeitamente com o som brutal do Aborted. A pancadaria come solta no petardo e se você não prestar atenção vai terminar os 36 minutos do álbum achando tudo a mesma coisa so início ao fim. Ok, os caras não criaram alguns hits em meio a preenchimentos, isso é coisa de banda de hard rock, mas podemos perceber particularidades que definem cada música como única, mesmo que todos toquem o mais brutal que sabem. "Hecatomb" por exemplo tem uns breakdowns que os fazem se aproximar do deathcore, além de um riff no final muito thrash metal, enquanto a excelente "Gestated Rabidity" tem alternâncias expetaculares e um solo de guitarra que se não tem nenhum super poder, consegue carimbar a faixa com uma melodia que diz: "I don't give a fuck" pra qualquer um. "The Gangrenous Epitaph" tem um peso avassalador, com andamentos um pouco mais contidos, como um cruzamento de Gorefest com Carcass. Os vocais de Sven duelam entre o ultra gutural, que eu acho mais legal, e o gritado, que acaba dando uma pegada metal core ao som em alguns momentos. Outra faixa matadora é "Threading on Vermillion Deception", com sua letra em torno da necrofilia, mas um instrumental tão coeso e doentio quanto sua letra. Enfim, não ouça "The Archaic Abattoir" fazendo aquela faxina na casa. Pare e preste atenção nos riffs, nos vocais, na bateria destruidora. Certamente encontrará um álbum poderoso, uma ameaça aos ouvidos sensíveis. 

 

segunda-feira, 2 de junho de 2025

20 anos de Command To Charge do Suidakra!!!


Eu, particularmente, sempre achei "Command to Charge" o trabalho mais diferente da banda alemã Suidakra. Com um início bem calcado no black/folk, a banda liderada por Arkadius gravou no final de 2004 e lançou em 2005 seu sétimo trabalho, com a pegada mais melodic death possível. Nem os solos de guitarra mais folk conseguem deturpar a sensação de um som calcado em Gotemburgo, e a música "Second Skin" é um exemplo perfeito desta afirmação, tanto em seu título, que remete verdadeiramente a uma segunda pele apresentada pela banda, como o som diferente de outrora, como em suas bases death, seu belíssimo solo tipicamente celta e os vocais limpos que bandas como In Flames e Soilwork tanto imprimiram em seu som naquele período. Temos instrumentais mais folk para quebrar o clima, momentos deliciosos, que se não forem sublimes, conservam a etiqueta original da banda, como "A Runic Rhyme" e "Haughs of Cromdale". A capa do play, criada por Kai Swillus, me incomoda bastante, apesar dos tons azuis que tanto gosto, mas achei a caveira muito digital, e me faz lembrar bandas de metalcore, arte bem aquém da que ele  criou para "A Light in the Dark" do Metal Church. "Gathered in Fear" já é um belíssimo tema folk, cantada com a voz limpa do guitarrista Matthias Kupka sobre cordas acústicas, dando aquele toque existencial de floresta que toda banda deste segmento adora presentear seus fãs. "Dead Man' s Reel" é uma música que lembra música tradicional escocesa e é um dos momentos que faz você se esquecer do death melódico por 4 minutos, o que é bem legal. Tenho que admitir que taxar "Command to Charge" como um álbum de melodeath é algo puro e crucialmente um sentimento de recordação, nascido em meu âmago há 20 anos quando comprei este álbum pensando nas maravilhas de "Lays From Afar" e mais precisamente no inquestionável "Emprise To Avalon", mas quando o laser destrincha as ranhuras do CD, este sentimento fica relegado a segundo plano, uma vez que o sétimo filho do Suidakra joga tanto no ataque quanto na defesa, e hoje, proporciona momentos muito mais eficazes que na época de seu lançamento. Essa dualidade pode ser identificada na faixa que deveria fechar o trabalho, não fosse uma hidden track, a "The End Beyond Me", que esconde um final que apresenta após alguns segundos a vocalista Tina Stabel em "Moonlight Shadow", bem interessante e encantador, e dali em diante ela faria várias participações nos álbuns da banda. É necessário dar uma chance a este play, caso não o tenha ouvido nestes últimos anos.

 

domingo, 25 de maio de 2025

20 anos de The Code Is Red... Long Live The Code do Napalm Death!!!


"The Code Is Red... Long Live The Code" é o segundo lançamento do Napalm Death pela gravadora Century Media, e o primeiro de inéditas já que o debut foi um álbum de covers. O que temos aqui sem dúvida é um play do Napalm, com todas as características que você, criatura noturna, conhece. Bateria incansável e em alguns momentos (Sold Short) com levadas que remetem a estilos totalmente diferentes do death/grind e nem por isso soando como um bêbado numa reunião de AA. Temos algumas participações especiais ajudando Barney Greenway com seus gritos insanos. Estamos falando de Jeff Walker do Carcass na faixa "Pledge Yourself to You", que estava longe da cena a aproximados 8 anos, mas achei que seu vocal rasgado foi um pouco suplantado por Greenway em volume. Jamey Jasta do Hatebreed está presente em duas faixas, "Instruments of Persuasion" e na citada "Sold Short" e a presença mais significativa em termos de casamento bem sucedido, Jello Biafra do "Dead Kennedys" e outros, na ótima faixa "The Great and the Good", minha preferida no petardo. O momento estranho ficou com "Morale", uma faixa progressiva e pouco agressiva que, estranhamente ganhou um vídeo para divulgação do álbum, além da porrada de abertura "Silence Is Deafening".  Todos os músicos desempenham um papel crucial na configuração do som, seja Mitch Harris nos riffs sujos, porém bem produzidos, ora mijando fora do pinico grind e nos presenteando com aquela sonoridade death inglesa de anos 90, mas quase todo o tempo carregando no grind clássico, Shane Embury com as 4 cordas estourando e enchendo o ambiente de peso e distorção, ou Danny Herrera empregando muita velocidade em todas as faixas. Tenho certeza que há 20 anos muitos fãs julgaram "The Code Is Red..." apenas mais um álbum do Napalm e hoje o tenham como um clássico.

 

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Entrevista com Gabriel Andrade (OSFIDECRUZCREDO)!!!

 





Metal e Loucuras – Gabriel, um prazer tê-lo em nossa página Metal e Loucuras. Se apresente para nossos seguidores.

 Meu nome é Gabriel, como você me disse, sou comediante stand up e faço vídeos de humor pra internet. Foi um jeito fácil que achei de largar a engenharia.

M&L – A primeira coisa que chamou nossa atenção em seus vídeos, foi a temática de metal extremo. A vida de cara do metal extremo numa cidade do interior de Minas. Você é realmente um fã de metal?

Sim. Desde criança. Meu pai ouvia algumas bandas de metal mas ele era mais do rock nacional e progressivo. Acabei depois eu mesmo descobrindo esse universo por conta própria.

M&L – Desde quando e quais bandas você mais curte?

Desde que nasci. Não me lembro quando comecei. Eu curto todo o universo do metal. Desde Black Sabbath até Rotting Christ. Sepultura, Velho, Sarcófago, Venom, Death, Mayhem. Se tem guitarra, eu tô ouvindo.

M&L – Você tem postado a criação de uma banda, com o hilário nome “Os Fi De Cruz Credo”. É só mais uma brincadeira, ou vocês estão levando isso a sério? Você toca algum instrumento?

Começou como uma piada mas depois a gente começou a fazer acontecer de verdade. Eu toco guitarra e meu irmão, Vinícius, toca bateria. O cabeludo que aparece nos vídeos como o personagem “primo”. A banda somos nós dois.

M&L - Qual será o estilo de metal?

Black Metal Mineiro!

M&L - Pelos títulos, será cantado em português, como serão as letras?

As letras serão sobre coisas cotidianas de Minas Gerais. Sempre em tom de comédia, porém levando a parte melódica mais a sério para de fato parecer uma banda. Porém sem esquecer que sou humorista, portanto segue sendo uma sátira.

M&L - Você mesmo está fazendo os vocais?

Sim. Eu mesmo irei cantar. (Eu espero).

M&L - Vc citou um CD em breve num vídeo, será físico ou apenas streaming? Vocês mesmos vão lançar?

A gente mesmo vai lançar e em streaming. A princípio nada físico pelo custo que isso acaba gerando.

M&L -Existe uma preocupação em ser comparados ao pessoal do Massacration?

Seria uma grande honra ser comparado a qualquer coisa criada no Hermes & Renato. Se eu sou humorista hoje, grande parte é por causa deles. Eu costumo dizer que é como xingarem o Greta Van Fleet por parecer Led Zeppelin. Meu amigo, se eu tenho uma banda e me dizem que tá parecido com uma das maiores da história, pra mim é elogio.

M&L - Sendo o estilo o metal extremo, você tem a preocupação da galera mais radical não entender que se trata de diversão e começar a jogar pedras?

Eu não dou a mínima pra isso, honestamente. Eu olho pra quem tá gostando. O que me preocupa são as pessoas que estão rindo. Quem tá odiando nunca me afetou na internet. Muito pelo contrário. Acho até engraçado uns "marmanjo véio" se doendo porque acha que o que ele gosta é sagrado. Me divirto demais com haters. E eles ajudam no engajamento, então só tenho gratidão por eles. (risos)

M&L – E como realmente é a vida de um headbanger numa cidade do interior, ou até mesmo da zona rural?

É bem diferente da capital. A gente cresce ouvindo esse som e depois acaba conhecendo meia dúzia de malucos que também gostam. Mas não tem show pra ir, nem bar de rock. É só a gente com a gente mesmo. Bebendo vinho barato na frente dos Correios e sendo amigo de todo mundo. Punks, metaleiros e idosas. Todos juntos.

M&L – Muitos personagens aparecem nos seus vídeos, a maioria apresentada como sua família. Eles realmente são seus parentes?

Todo mundo que apareceu nos vídeos até hoje é da minha família. Namorada, primos, irmãos, avó e até minha priminha 

M&L – Qual tipo de vídeo tem maior interação dos seguidores?

Os vídeos que a gente consegue juntar a vida na roça com as coisas da banda. Esses são os que vão melhor.

M&L – O que você faz da vida, além daquilo que os seguidores seguem nas redes sociais?

Faço show de stand up há 7 anos e vivo disso.

M&L – Existe uma programação de lançamento de conteúdo ou você tem aquela luz e do nada surge uma nova ideia e põe em prática?

Vem do nada, gravamos sem roteiro e vou criando na hora. Edito no celular mesmo e posto. Sem muita alteração ou cortes.

M&L – Conta pra gente, a herança da sua avó, aquele acervo cinematográfico, foi real?

100% real. Depois que ela faleceu fomos vasculhar as coisas dela e encontramos dezenas de segredos. Dentre eles, os filmes. 

M&L – Os títulos das músicas dos Fi Di Cruz Credo fazem sentido pra todos os seguidores, ou só nós mineiros conseguimos entender perfeitamente?

Todo mundo entende, mas só o mineiro sente na alma. É a mais pura verdade do nosso cotidiano. As pessoas acham que a gente exagera. Mas Minas Gerais é um país.

M&L – Deixa um recado pros seguidores do Metal e Loucuras, que não vivem apenas de metal, mas que ainda não conhecem mas podem conhecer as loucuras do seu perfil.


Eu espero que quem estiver lendo essa entrevista cole lá no meu perfil e se divirta. Eu tô em todas as redes sociais e tem vídeo quase todo dia. E em breve lançamos camisas e disco d’Os “Fi de Cruz Credo”. Valeu demais pelo papo e espero que a gente se encontre nos mosh’s por aí.









Endereço do Instagram:

https://www.instagram.com/gabrielandrademg?igsh=aXl1N2VlaXIxdWdv



quinta-feira, 1 de maio de 2025

20 anos de Descent into Chaos do Nightrage!!!


O Nightrage reformou a cozinha para o segundo álbum, recrutando o baixista Henric Calrsson e o baterista Fotis Benardo. Novamente trabalhando no cast da Century Media com Fredrik Nordström agora como engenheiro de som e teclados, passando a bola da produção para Patrik Sten, o que não comprometeu em nada à qualidade em relação ao debut de 2003. "Descent into Chaos" é mais agressivo, deve-se dizer, e o novo batera trouxe uma velocidade maior, para acompanhar os riffs de Marios Iliopoulos e Gus G. Ao contrário de outras bandas de death melódico como Soilwork, o Nightrage quase não emprega nenhuma veia progressiva em seu som, o que podemos ouvir com brevidade em músicas como "Frozen", mas as faixas são mais retas e curtas, uma pequena referência ao metalcore americano. Algo que me agrada no primeiro álbum são os vocais limpos que ficaram a cargo do convidado Tom Englund do Evergrey, contrastando com os ótimos rugidos roucos de Tomas Lindberg, e confesso que quando soube que Mikael Stanne faria as vozes limpas neste play, fiquei ainda mais empolgado, pois quando ele cantou assim no Projector do Dark Tranquillity ele fez um trabalho soberbo, o melhor de sua carreira. Mas como convidado por aqui ele canta apenas na faixa "Frozen" com uma voz bem longe das lamúrias melancólicas que esperava, mas fazendo algo quase eletrônico. Decepção neste quesito é o que posso dizer. Algumas músicas como "Silent Solitude" lembram bem o debut, com uma veia mais melódica, mas no geral este álbum é um retrocesso e esperava mais dele. Porque nem sempre quando uma banda reduz as melodias e aumenta o tom agressivo não quer dizer que ela soe melhor. Gus é declaradamente um cara de boas melodias e elas não foram muito bem introduzidas por aqui. Faixas menos aceleradas como "Release" são mais agradáveis de se ouvir, mesmo que no geral a banda parece que não se empenhou em criar nada contundente e que fosse ser referência ao longo dos anos posteriores. Parece até que eles gravaram a fraca música instrumental "Solus" como desculpa para a veia mais metalcore, o que não reduziu em nada seu deslize. Pode ser que no mercado americano "Descent into Chaos" tenha se saído melhor por isso, mas como não sou americano, não vou passar pano.