quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Anarkophobia

João Gordo, Jão, Jabá e Spaghetti não perderam tempo. Após lançar Brasil no ano anterior soltaram Anarkophobia em 1990, esse sim o mais metal dos álbuns do R.D.P.. Se alguém torceu o nariz para a sonoridade mais polida de Brasil, com este álbum com certeza se jogou de um viaduto. Este é o play que melhor se consegue entender o que o Gordo está cantando e as bases de guitarra beiram o thrash. Com uma capa bem política estilo quadrinhos o Ratos angariou mais uma legião de fãs com sua música pesada e cheia de letras revolucionárias. "Contando os mortos" já abre o trabalho numa cacetada sonora e ideológica pra quebrar pescoços. O maior diferencial são os 4':50", um marco em se tratando de R.D.P., e uma das características de Anarkophobia. "Morte ao Rei" segue a pancadaria condenando todos os reis de sangue azul. Depois vem um dos maiores clássico dos caras, "Sofrer" tem uma letra que muitos com certeza se identificaram, e toda a estrutura da música é digna de nota 10. Também foi um dos destaques do álbum "Vivo" lançado em 1992. "Ascenção e Queda" fala de uma banda que se deixou levar pelo sucesso, esqueceram seu passado e depois foram consumidos por tudo que o dinheiro trás, mas com o tempo voltaram pro mesmo buraco. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência. "Mad Society" é cantada em inglês com uma base muito firme e contagiante. "Ódio" começa com um dedilhado (banda punk???) que vira uma base thrash e depois descamba pra pancadaria com o refrão furioso (Detestar,Odiar,Desprezar).
  A faixa título é o grito de revolução do Ratos de Porão. Em seguida outro grande clássico "Igreja Universal", uma crítica à seita fundada por Edir Macedo que enriqueceu às custas de pessoas humildes e alienadas. "Commando" é um cover do Ramones que ficou muito legal, diga-se de passagem. E o álbum fecha com "Escravo da TV". Aquela mesma pra onde João Gordo foi trabalhar e ser apresentador. Hehe.
Grande álbum de uma das melhores bandas de nossa querida terra.

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