terça-feira, 30 de março de 2021

20 anos de Profanus do Mystifier.


É a segunda resenha que fazemos deste excelente álbum dos baianos do Mystifier e a primeira, em 2014, foi incluindo o petardo entre os melhores álbuns do metal nacional. Por ter sido lançado em 2001, talvez o tempo tenha distanciado um pouco aqueles fãs ferrenhos do início dos anos 90, que tinham a banda, ao lado de Sarcófago e Vulcano como os 3 principais arquitetos das artes negras do metal tupiniquim, congelando-os na década passada e impedindo a apreciação devida a este artefato de qualidade inquestionável. Tudo bem que o Black Metal agora ganhava formas mais Death, com bases de guitarras pesadas e ambientações não tanto macabras, porém temos músicas extremas que de cara ao ouvirmos sabemos que os seres por trás dos instrumentos não tocam por hobby, mas sabem exatamente o que fazem e onde querem chegar. As risadas ensandecidas que abrem Profanus não ficam apenas incrustadas na mídia do CD, mas se transferem automaticamente ao rosto de quem está ouvindo o opus. Os vocais de Arnaldo estão na fronteira entre o gutural e o rasgado e são um ponto positivo enquanto os riffs do incansável Armando ficaram muito evidentes na ótima produção, uma grande iniciativa já que anteriormente ele cuidava das 4 cordas, neste álbum a cargo de Bruno Reis (que faleceu em 2019). Leandro Kastyphas gravou os teclados e backing vocals enquanto Louis Bear se encarregou da bateria. Lançado pela Encore Records, o disco teve novas edições em 2017 pela gravadora de Armando e pela holandesa Vic Records, com 3 bônus ao vivo, e arte da capa um pouco diferente, como por exemplo o logo original da banda. "Supreme Power of Suffering", "Unspeakable Dementia" e "Sowing the Evil in Our Hearts" são apenas alguns dos destaques desta pérola negra. 

 

domingo, 28 de março de 2021

20 anos de Plagued Be Thy Angel do Siebenbürgen.


Os suecos do Siebenbürgen não pisaram no freio após o sucesso de Delictum, lançado em 2.000 e no ano seguinte já emplacaram o excelente Plagued Be Thy Angel, ainda pela Napalm Records. Com um melodic black metal incorporando cada vez mais elementos death e góticos, a banda fazia seu som extremo se tornar quase acessível, devido a riqueza de melodias. A faixa título traz velocidade e riffs certeiros, ao passo que "Destination Supremacy" prima pela cadência e a beleza das vozes femininas de Kicki Höijertz, que agora não são mais o destaque absoluto do disco, uma vez que aquele estilo que pouco mudava em Delictum, agora está mais diversificado, dando vida e alma às músicas, fazendo com que elas soem diferentes umas das outras, mesmo que num mesmo caminho.Você ouve uma música como "Father of All Lies" e percebe riffs de guitarras que nada se parecem com Black Metal, além de, inclusive, colocarem a banda na mesma fileira de fãs que curtem bandas como o Agathodaimon da Alemanha. A capa é bela e quase apelativa, ao trazer um anjo feminino nu, mas de acordo com o título do álbum. E por falar em anjo, "Angelic" é uma das melhores músicas do trabalho, alternando partes cadenciadas com coral feminino e outras bem malvadas, com riffs instigantes e uma bateria a contento. Podemos citar "Skändat Sinne" também como um dos destaques devido à melodia dark das guitarras, os riffs de "The Roses Bleed At Night" com influências do melodic death sueco e a estrutura quase Heavy Metal de "As Black as a Midnight Heart". Edições especiais saíram com um bônus, a fraquíssima "Jawbreaker" do Judas Priest, que não chegou aos pés de Animal (Fuck Like a Beast) do W.A.S.P. no álbum anterior. 

 

domingo, 21 de março de 2021

20 anos de Nation do Sepultura.


Pra ser sincero, ouvi o Nation apenas na época de seu lançamento, portanto ao escrever esta resenha é como se fosse a primeira audição do álbum, já que durante 20 anos, o que ficou na memória foi apenas a sensação de que Nation é um trabalho que não valia a pena ouvir novamente. É óbvio que não se deve ouvir Nation ou Against comparando com trabalhos como Arise ou Beneath The Remains, então vamos tentar abrir a mente. A arte da capa novamente não agrada, fica aquela imagem meio Rage Against The Machine, o que já é um ponto negativo pra quem quer ouvir um álbum de Thrash. Mas o riff principal de "Sepulnation" é bem legal, as batidas tribais de Igor estão interessantes e o vocal de Derrick já não causa espanto. "Revolt" é hardcore total, tão rápida que faz Biotech Is Godzila parecer um épico progressivo. "Border Wars" vem com groove e também é uma faixa que não incomoda. "One Man Army" traz vocais limpos como diferencial e se a ouvisse hoje em qualquer lugar duvidaria ser Sepultura. É uma faixa legal que poderia ser mais curta. "Vox Populi" segue na mesma pegada apesar do riff chato, enquanto "The Way of Faith" começa mais introspectica, seguindo aquela proposta de algo mais ritualístico ao falar de fé, como em "Under Siege" e "Amen". "Uma Cura" que só tem o refrão em português segue o mesmo estilo arrastado enquanto "Who Must Die?" traz nova agressividade com bons riffs. O álbum ainda apresenta bons momentos em "Politricks", "Reject" que tirando as inserções narradas é uma música foda, e "Water", que contraria tudo que se esperava de um play do Sepultura. A impressão melhorou após 20 anos.

 

Metal & Loucuras: 20 anos de amor pelo Metal.




 

domingo, 14 de março de 2021

20 anos de Puritanical Euphoric Misanthropia do Dimmu Borgir


Puritanical Euphoric Misanthropia foi o álbum responsável a colocar no mainstream pela primeira vez uma banda de Black Metal e isso já foi por si só uma razão para classificá-lo como um dos melhores álbuns do estilo em todos os tempos. Sendo um estilo relegado ao underground, o Black tem em seu meio seguidores que encararam isso como uma negativa a tudo o que o estilo siginificava, mas para nós, que amamos música pesada em primeiro lugar, acima de qualquer radicalismo, foi uma conquista de dar orgulho. O álbum já era aguardado com ansiedade e não me esqueço que ao sair de uma pelada de sábado liguei para a loja e meu vendedor favorito disse que o play tinha acabado de chegar. Já liguei para um amigo e lá nos encontramos, mas como eu estava mais próximo cheguei e ouvi boa parte do álbum antes dele. Quando ele chegou fizemos uma pegadinha e dissemos que o álbum estava muito industrial, que ficara ruim e a cara de decepção de nosso amigo ao ouvir isso foi impagável. Claro que a primeira música que colocamos para rodar foi Puritania, que realmente tem aquela pegada industrial e nosso amigo disse que não estava tão ruim assim. Claro que a primeira impressão não permaneceu após ouvirmos o álbum inteiro, um petardo perfeito com a introdução orquestrada de Mustis junto à filarmônica de Gotemburgo para "Fear And Wonder" precedendo a cassetada "Blessings Upon The Throne Of Tyranny", com riffs rapidíssimos de Galder e Silenoz e uma bateria insana do carequinha Nicholas Barker que acabava de chegar do inglês "Cradle of Filth", outra entidade que disputava o topo do Symphonic Black Metal. O Dimmu passou então a contar com um Dream Team do Black, já que Galder despontava à frente do ótimo Old Man's Child e Vortex como baixista e dono dos melhores clean vocals do estilo era um dos destaques no Borknagar. Por falar em Vortex, que já havia emprestado sua voz ao trabalho anterior do Dimmu, agora como membro fixo, fez toda a diferença, contrastando com os rasgados vicerais de Shagrath, incrustando uma beleza mórbida indispensável ao álbum, vide passagens de "Kings of the Carnival Creation", mais uma faixa extraordinária, com batidas em marcha infernal. Os teclados não fazem apenas uma camada para engordar o som, eles realmente têm uma função ímpar, imagine as músicas sem os arranjos de Mustis e elas ficarão mais pobres. A capa criada por Alf Borjesson é perfeita, com tons azuis em primeiro plano e um corpo feminino nu envolto em arame farpado, assim como o anjo de "Spiritual Black Dimensions", mas toda a arte do encarte é sensacional, com fotos dos músicos em situações inusitadas, com exceção de Barker que destoa dos demais em uma foto "normal". Lançado pela Nuclear Blast, o opus tem, além de todas as suas faixas espetaculares, uma versão muito foda para "Burn In Hell" do Twisted Sister. Fenomenal!
 

domingo, 7 de março de 2021

20 anos de Prophetic Age do Prophetic Age


Às vezes ouvimos comentários de que o metal nacional se profissionalizou com bons lançamentos nos últimos anos e que no passado as bandas brazucas lançavam álbuns de qualidade questionável. Esta é uma linha de pensamento equivocada, se lembrarmos que nos anos 80 e princípio dos 90 tenhamos registros de clássicos de qualidade pareada com grandes petardos pelo mundo afora. O que temos são lançamentos de qualidade ruim ontem e hoje, aqui ou na Europa, não é uma questão regional. E ouvindo este debut do Prophetic Age de Mauá (SP) que completa 20 anos temos mais certeza da qualidade que muitas bandas alcançaram em seus trabalhos desde sempre. Com uma bela arte de capa de Yuri D'Ávila, além do belo logotipo criado pelo mestre Christophe Szpajdel, a banda sempre criou músicas dentro do black metal com toda a pompa do symphonic. Gravado no estúdio Da Tribo, o que já era um diferencial, o instrumental está excelente, com todos os detalhes bem detectáveis. O trabalho de guitarras se alterna com os teclados, com cada um se evidenciando a cada parte das músicas, como podemos ouvir em "Fear Ages The Lost Souls In The Night" em que a bateria também se alterna em passagens mais rápidas e outras mais cavalgadas, lembrando até algo dos alemães do Goat of Mendes. Além dos vocais rasgados temos vocais limpos como em "I Sing Atonished In The Light", dando uma atmosfera singular à música. Em "Guardians Of The lost Temple" temos aqueles sons de cavalos e guerreiros e uma letra bárbara que num todo nos fazem viajar por histórias de Bernard Cornwell. Os músicos mostram que conseguem percorrer caminhos brutos e de uma beleza rica como podemos sentir nas melodias de "On The Way of Eternity". E ainda temos como faixa escondida uma versão para a clássica Archon do grande Rotting Christ da Grécia que ficou muito foda. A banda era composta por Kleber Gregory no baixo, Paulo Rheiss na guitarra, Juliano Sferatu nos vocais, Sandro Samash na bateria e Felipe Zagreus nos teclados. Há alguns anos fora da cena os músicos confirmaram um retorno neste ano de 2021. O metal nacional só agradece. 

 

sexta-feira, 5 de março de 2021

Vamos de Sarcófago, criaturas!

 



Deathrash.

Mais uma noite de hard core metal começa

Deixe-me torturar você com meus rosnados

Fazendo você estourar sua cabeça no palco

Tocando a sinfonia da guerra atômica


O sangue de suas cabeças

Espalhados em suas faces


Se você é um falso, não entre

As baterias nucleares vão explodir seu cérebro

Porque você será queimado e morto

Abatendo todos com dor intensa


Violence e morte

São o que desejamos

Deathrash...


Não é o bastante

Nós queremos mais sangue


DEATHRASH!


Saia daqui e destrua tudo

Matando todos os bastardos falsos

Porque é o que nós queremos

Essa é a nossa mensagem


Subir no palco

Arrastar nossas cabeças


DEATHRASH!