Puritanical Euphoric Misanthropia foi o álbum responsável a colocar no mainstream pela primeira vez uma banda de Black Metal e isso já foi por si só uma razão para classificá-lo como um dos melhores álbuns do estilo em todos os tempos. Sendo um estilo relegado ao underground, o Black tem em seu meio seguidores que encararam isso como uma negativa a tudo o que o estilo siginificava, mas para nós, que amamos música pesada em primeiro lugar, acima de qualquer radicalismo, foi uma conquista de dar orgulho. O álbum já era aguardado com ansiedade e não me esqueço que ao sair de uma pelada de sábado liguei para a loja e meu vendedor favorito disse que o play tinha acabado de chegar. Já liguei para um amigo e lá nos encontramos, mas como eu estava mais próximo cheguei e ouvi boa parte do álbum antes dele. Quando ele chegou fizemos uma pegadinha e dissemos que o álbum estava muito industrial, que ficara ruim e a cara de decepção de nosso amigo ao ouvir isso foi impagável. Claro que a primeira música que colocamos para rodar foi Puritania, que realmente tem aquela pegada industrial e nosso amigo disse que não estava tão ruim assim. Claro que a primeira impressão não permaneceu após ouvirmos o álbum inteiro, um petardo perfeito com a introdução orquestrada de Mustis junto à filarmônica de Gotemburgo para "Fear And Wonder" precedendo a cassetada "Blessings Upon The Throne Of Tyranny", com riffs rapidíssimos de Galder e Silenoz e uma bateria insana do carequinha Nicholas Barker que acabava de chegar do inglês "Cradle of Filth", outra entidade que disputava o topo do Symphonic Black Metal. O Dimmu passou então a contar com um Dream Team do Black, já que Galder despontava à frente do ótimo Old Man's Child e Vortex como baixista e dono dos melhores clean vocals do estilo era um dos destaques no Borknagar. Por falar em Vortex, que já havia emprestado sua voz ao trabalho anterior do Dimmu, agora como membro fixo, fez toda a diferença, contrastando com os rasgados vicerais de Shagrath, incrustando uma beleza mórbida indispensável ao álbum, vide passagens de "Kings of the Carnival Creation", mais uma faixa extraordinária, com batidas em marcha infernal. Os teclados não fazem apenas uma camada para engordar o som, eles realmente têm uma função ímpar, imagine as músicas sem os arranjos de Mustis e elas ficarão mais pobres. A capa criada por Alf Borjesson é perfeita, com tons azuis em primeiro plano e um corpo feminino nu envolto em arame farpado, assim como o anjo de "Spiritual Black Dimensions", mas toda a arte do encarte é sensacional, com fotos dos músicos em situações inusitadas, com exceção de Barker que destoa dos demais em uma foto "normal". Lançado pela Nuclear Blast, o opus tem, além de todas as suas faixas espetaculares, uma versão muito foda para "Burn In Hell" do Twisted Sister. Fenomenal!
Nenhum comentário:
Postar um comentário