domingo, 24 de março de 2024

20 anos de Where Ironcrosses Grow do Dismember!!!


Os veteranos do Dismember retornavam em 2004 com seu 6º trabalho completo, e com uma novidade. Pela primeira vez lançava um opus com apenas 1 guitarrista em sua formação, pois Magnus Sahlgren participou apenas de "Hate Campaign" de 2000, substituindo o antigo guitarrista, Robert Sennebäck, que gravou os maiores clássicos da banda, fazendo dupla com Davis Blomqvist, e que voltou à banda em 2019 até os dias atuais. Mas isso em nada tirou os méritos de "Where Ironcrosses Grow", pois aquela potência das 6 cordas, parecendo uma moto-serra tipicamente sueca, dos primórdios e melhores anos de seu death metal, continua intacta, suja e eficiente. Este pode não ser o trabalho mais comentado da banda, mas deve ser ouvido com atenção. A bateria de Fred Estby continua forte, como o álbum pede, e os vocais de Matti Kärki mostrando toda grosseria que qualquer fã de música extrema almeja ouvir. As duas primeiras faixas, "Where Ironcrosses Grow" e "Forged With Hate" vão para um lado mais brutal, que não estamos muito acostumados a ouvir no Dismember, e é estranho dizer isso, uma vez que esta banda sempre foi brutal, mas estas faixas beiram um som mais extremo ainda, e o tiro de 12 que une estas faixas é apenas um detalhe interessante na passagem, e algumas faixas são interligadas, deixando a audição mais dinâmica. Quando chega "Me-God" temos aquela velha escola aflorando e a certeza de estarmos ouvindo o velho Dismember. Criaturas familiarizadas com toda a cena death metal dos anos 90 certamente também lembrarão dos americanos do Autopsy, pois nesta música e em outros momentos as influências são evidentes. Podemos destacar os solos de guitarra melódicos, especialmente em "Sword of Light", magnífico, e a influência da NWOBHM, em especial do Iron Maiden, em "Tragedy of the Faithful", que ficou excelente, e é uma das faixas mais ouvidas deste álbum no streaming. Um álbum que, mesmo após 20 anos, não decepcionará criaturas que amam o lado podre da vida. Altamente indicado.

 

quinta-feira, 14 de março de 2024

20 anos de The Wretched Spawn do Cannibal Corpse!!!


Durante muitos anos eu tive "The Wretched Spawn" do Cannibal Corpse em CDR, comprado em uma loja do centro que gravava o petardo e vinha com capa e contracapa em xerox colorido a R$5,00. A capa em questão era a da caveira que foi imposta em vários países substituindo a original censurada. Há poucos anos tive a oportunidade de comprar o original, lançado no Brasil pela Rock Brigade em parceria com a ColdArt Industry, com a linda capa censurada e ainda em slipcase. Essa capa só perde para a do terceiro álbum dos americanos e tenho amigo que teve problemas de família ao usar uma camisa com esta estampa, hehe. Musicalmente falando, com a mesma formação do álbum anterior, não acho que eles conseguiram superar "Gore Obssessed", que eu acho espetacular, mas a banda manteve a qualidade e a imagem repugnante, então tudo certo no reino da podridão. "Severed Head Stoning" abre as cortinas do caos, a princípio parece que as guitarras estão baixas, mas logo a sensação desaparece. Os vocais guturais são rápidos, assim como a faixa que tem 1:45. Já "Psychotic Precision" se aproxima da casa dos 3 minutos, que é o normal da banda e traz riffs mais quebrados e complicados, e inclusive a bateria vai no mesmo patamar. O refrão, com o título da música gritado repetidamente é coisa linda de se ouvir e o solo de guitarra é curto e grosso, lembrando alguma coisa de Deicide. Tudo bem, são da mesma família. Já "Decency Defied" não é nenhum trator desenfreado, e tem um ritmo ligeiramente mais contido e o instrumental chega a dar um tempo na hora de Fisher urrar o refrão, para dar aquela valorizada na voz do vocalista. O álbum segue sem muitos destaques, já que as músicas são bem lineares, com exceção de alguma passagem mais arrastada, mas com uma produção acima da média e que deixa a massa sonora com muita consistência, onde a distorção das guitarras cria uma parede que não deixa buracos. Uma pedrada que não pode faltar na coleção de amantes do metal da morte. 

 

sábado, 9 de março de 2024

20 anos de Scars of the Crucifix do Deicide!!!


Senhoras e senhores, tirem seu chapéu. Os americanos do Deicide voltavam a vencer um campeonato da liga do Death Metal americano, após duas temporadas em que o time não agradou todos os seus fãs e torcedores. Mesmo que eu não reprove os dois lançamentos anteriores (leia nossas resenhas sobre eles), é óbvio que a qualidade de "Scars of the Crucifix" é bem superior. Isso aqui veio para resgatar qualquer ovelha que tenha se desgarrado do rebanho, com uma brutalidade impiedosa, com uma dose de peso espetacular. De início, temos talvez a introdução mais empolgante da carreira da banda, com um riff tão pesado, que você, seu peixe e seu cachorro já começam a bater cabeça sem nem saber o que está fazendo. Estamos falando da faixa de abertura e que nomeia o álbum, sétimo da discografia (dizem que 7 é o número da perfeição). Essa música, mesmo que hoje possa soar um pouco abafada, o que não gera nenhum desconforto, pois não estamos resenhando um álbum de melodic death, é tão poderosa, que sempre que vejo a capa do play, seu riff automaticamente me vem à mente, para você ter uma ideia de como ele se tornou marcante. Os vocais de Glen Benton continuam com aquela suavidade de um vulcão em erupção, para nossa felicidade. Gutural ao extremo e novamente introduzindo aquela voz dobrada e rasgada que fez tanta falta nos últimos trabalhos. Elogiar a bateria de Steve Asheim é indispensável, o cara soca seu kit com muita vontade e precisão, e os irmãos Hoffman, em seu último trabalho desde o início da banda, mostram que estavam sim ainda muito criativos, ao contrário das declarações de benton anos depois, talvez para justificar a saída dos irmãos. São 9 faixas condensadas em apenas quase 30 minutos de caos e blasfêmias, mas devem ser apreciadas em conjunto, porque é tudo irrepreensível, mesmo que você possa se derreter com o trabalho vocal de "Mad At God", ou a pancadaria insana e espetacular de "Enchanted Nightmare", dois momentos de enorme satisfação para quem ama o metal da morte desenhado com enxofre nas paredes do submundo idealizado pela banda. Não aplicamos notas para os trabalhos das bandas em nossas resenhas, mas se assim fosse vocês saberiam qual.