domingo, 19 de novembro de 2023

20 anos de Where Lovers Mourn do Draconian!!!


O Draconian da Suécia lançou seu debut justamente quando o estilo death/doom de A Bela e a Fera estava se desprendendo das estruturas do underground, como aquele estilo que deu um "boom", se multiplicou e morreu como uma flor no verão. Então, que chance estes suecos tinham de sobreviver e resgatar o estilo em meio aos amantes do sofrimento? Somente se eles tivessem um talento para criar músicas que se destacassem com muito poder, o que de fato conseguiram. "Where Lovers Mourn" não é o melhor trabalho do Draconian, e de fato nem acredito que foi ele o responsável por enraizar a banda na alma de seus seguidores, mas com o lançamento seguinte, o perfeito e indispensável "Arcane Rain Fell", todos fomos em busca do debut, que começa com a desoladora "The Cry of Silence", uma obra de quase 13 minutos de extremo bom gosto, com as correntes do 'doom' se arrastando nas masmorras do martírio, algumas partes de melodic black metal relembrando o passado de demos da banda, uma dupla de vocalistas perfeita e melodias de guitarra de uma beleza inexorável. O vocalista Anders Jacobsson, que diz a lenda estava pensando em suicídio ao escrever esta música, tem um vocal forte, ora falado e em sua maior parte gutural compreensível, com imponência, enquanto a loira Lisa Johansson canta e encanta com uma voz de beleza rara e melancólica. Em sequência "Silent Winter" mostra um lado menos melódico e uma aura mais raivosa da banda, com guitarras mais complexas. "A Slumber Did My Spirit Seal" não tem o mesmo brilho das anteriores, mas mesmo assim matém as coisas nos eixos, sem prejudicar a atmosfera. "The Solitude" tem um violino marcante e uma lentidão de quase balada que ganha um pouco de ódio com os vocais masculinos e apresenta um solo de guitarra muito legal. Aliás os guitarristas Magnus Bergström que logo deixaria a banda e Johan Ericson, também conhecido por ser o cara por trás do Doom:vs, não poderiam deixar de ser citados nesta resenha. Conseguiram transportar todos os sentimentos de perda e dor para as 6 cordas com maestria. "The Solitude" também marca por lembrar os bons tempos de Theatre of Tragedy. O álbum ainda conta com as faixas "Reversio Ad Secessum" com teclados de fundo provocando calmaria, "The Amaranth", "Akherousia" e "It Grieves My Heart". Belo início!!!

 

sábado, 11 de novembro de 2023

20 anos de The Puppet Master do King Diamond!!!


Até aqui, o longínquo The Puppet Master do mestre dinamarquês King Diamond é o penúltimo trabalho do rei. É verdade que neste entremeio o músico teve seus problemas de saúde, e isso prejudicou a sucessão de lançamentos que ele teve. Lançado pela Metal Blade, o trabalho, que não é dos mais lembrados da carreira, teve como músicos Andy La Rocque e Mike Wead nas guitarras, Hal Patino no baixo e Matt Thompson na bateria, e é conceitual, como de costume, contando a história de um casal que vai a um show de marionetes e são transformados em bonecos pele mestre das marionetes. Inclusivo o álbum fio lançado com um CD bônus com King contando a história do álbum, pois a parte lírica sempre foi uma das mais importantes para o diamante rei, que se torna inspiração para toda a teatralidade encenada sobre o palco em suas apresentações. Mas temos um álbum legal pra curtir e se ele não é tão lembrado, é mais pelo fato de não estar entre os primeiros trabalhos, algo até certo ponto normal em qualquer carreira, quando os fãs perdem um pouco o interesse em suas bandas e acabam perdendo ótimos momentos em lançamentos posteriores. Os riffs são bem legais, como podemos ouvir em "Magic" que aliás, tem uma interpretação perfeita de King, com uma passagem bem macabra após o solo de Mike, quando diz " De repente me sinto tão frio...é como se um fantasma estivesse ao meu lado, hálito frio em meu ouvido, enquanto ele sussurra: beije-a agora". A faixa "Emerencia" que é outra bem interessante, contando com vocais adicionais femininos de Livia Zita, que passou a trabalhar ao vivo com o grupo desde então. Fuja do estereótipo "não ouça os mais recentes", e aproveite "The Puppet Master", mesmo porque o álbum já completou 20 anos e de recente não tem mais nada.