sábado, 8 de março de 2014

Jachol Ve Tehilá


O título do álbum é complicado de entender e de pronunciar. Mas gostar de Jachol Ve Tehilá não é nada difícil. Isso porque estamos diante do maior trabalho de black/dark metal do Brasil e um dos melhores da história. O Amen Corner formado em 1992 em Curitiba, após lançar um full lenght e alguns outros trabalhos, incluindo o EP "The Last Celebration" onde aparece a clássica e infame The Five Glories, conseguiu registrar em 1995 seu ápice, uma obra prima inegável, novamente através da Cogumelo Records. Após uma longa introdução no teclado a melancólica "Seventy Seven Guardians", que depois de um dedilhado com a batera acompanhando começa com guitarras pesadas e melódicas e o vocal forte de Paulista, agora Sucoth Benoth, cantando, diga-se de passagem, muito melhor que em "Fall, Ascension, Domination", o álbum de estréia. Mas a música ganha agressividade e é um dos maiores clássicos da banda. "Lamentation And Prize" vem em seguida, com os mesmos andamentos arrastados, que aceleram um pouco aqui e ali, mas nada super extremo, a melodia é o que manda, tendo um final bem melancólico. "Black Thorn" é para mim a melhor faixa deste trabalho, com algumas paradinhas e o vocal muito bem encaixado, no ritmo que o instrumental pede. Essa música tem um grande trabalho dos guitarristas Murmúrio e Flach, com solos fantásticos sobre uma base bem eficiente.


 "Babilon, Might And Glory" também está entre as melhores do "Amen Corner", com bases que lembram o Samael em seus melhores dias. "The Cult of The Pagan Gods" inicia com uma narração sobre cultos a deuses e punições aos homens, mergulha em um dedilhado soturno a la Katatonia e entra um riff mórbido com Benoth arrebentando novamente. "My Soul Burns In Hell", "Nitz Achon Ve Shlitá" (quase um doom), "A Vision of the Valley of the Querubins" e "Zigurates Baal" fecham o álbum, todas com maestria, cada uma com identidade própria, percebe-se que nenhuma faixa entrou para alongar o trabalho, todas muito bem executadas pelos paranaenses. Paulista provou que era um dos melhores vocalistas do black metal nacional, e a banda, composta ainda por Cléio no baixo e Paulo Costa na bateria, estava mais do que inspirada quando gravou Jachol Ve Tehilá. Se fosse o caso de dar uma nota aqui, esta seria com certeza um 10.

2 comentários:

  1. Esse álbum nasceu clássico, todas as músicas beiram a perfeição, sombrio, pesado, arrastado, verdadeiro pesadelo musical, nota dez.

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