domingo, 26 de setembro de 2021

Setembro amarelo!


 

20 anos de Violent Revolution do Kreator!!

 


Ah se todo retorno fosse assim!... Não era um retorno às atividades porque não houve pausa, mas um retorno ao estilo puro em sua essência, sem as misturas industriais ou góticas realizadas nos anos 90, cujo único petardo fiel ao Thrash havia sido o distante Coma of Souls. E é claro que a banda sabia disso, pois de cara o álbum abre com uma faixa chamada "Reconquistando o trono", para mostrar que voltou para tomar aquilo que lhe pertencia. E veio com aquele espírito agressivo e imponente, com os melhores vocais de Mille Petrozza em muitos anos. No line up uma mudança significativa foi a entrada do jovem guitarrista Sami Yli-Sirniö, então com 29 anos, no lugar de Tommy Veterlli (Coroner), e que continua na banda nos últimos 20 anos. A capa de Violent Revolution serviu para consolidar o mascote Violent Mind como figura absoluta do Kreator, cuja própria pele costurada envolve o cérebro exposto de outrora. A faixa título é o ponto mais alto deste trabalho, aquele Thrash épico que faz frente a clássicos como Holy Wars do Megadeth ou Master of Puppets do Metallica, com mudanças de andamento, agressividade dando espaço à melodia e solos de guitarra perfeitos. Um hino do Thrash. Outras faixas que se destacam de cara pra quem ouve este trabalho são "Servant In Heaven  - King In Hell" com uma construção fantástica e a agressividade de "Ghetto War", cujas guitarras trazem uma herança de Outcast, mas sem se aproximar demais da sujeira industrial, trazendo um refrão gritado que ecoa em nossa mente por muito tempo. "Replicas of Life" tem um início que engana, levando a crer numa balada, mas logo se transforma em uma grande música, mas com momentos distintos, num belo dueto entre velocidade e cadência. Um álbum recheado de músicas excelentes que deve ser ouvido sempre, e figurar ao lado dos melhores da discografia da banda, que recuperou o trono de reis do Thrash europeu.

sábado, 25 de setembro de 2021

Entrevista com Sextrash!!!

 


O Metal e Loucuras começou como um hobby, para dar vasão à vontade de escrever em união ao fascínio pelo Heavy Metal, este estilo musical que está incrustado em mim desde 1992. Com o tempo se tornou uma ferramenta de divulgação do estilo, com seriedade e alguma dose de humor, mas com um propósito único: manter a chama acesa àqueles que não desistem nunca. Falar de álbuns clássicos e entrevistar bandas seminais de nossa cena, além de enriquecer nosso conteúdo, traz uma satisfação ainda maior, que é interagir com músicos que foram responsáveis por minha formação musical com apresentações e trabalhos indiscutíveis e que não saem do meu radar há quase 30 anos. E o Sextrash faz parte do primeiro escalão de pérolas que mantenho como essenciais para a força do estilo, além de ser um dos pilares de uma das cenas mais inspiradoras e destruidoras do metal mundial, o metal mineiro. Então vamos ver o que o grande Krueger, baixista que dedica seu talento à banda desde 1988, tem a dizer.

M&L – Ficamos 15 anos sem um novo som do Sextrash, até que finalmente temos duas novas músicas presentes na coletânea Reborn To Eternity, idealizada pelo Valério do Holocausto War Metal e BHell. Fale sobre Buried Alive e Red Light.

Krueger - São sons da nossa nova fase e voltando as raízes dos anos 80. A entrada do Marcelo Itaborahy nas guitarras trouxe uma nova pegada e estamos felizes com o retorno ao caminho que traçamos. As letras são da nossa temática e buscamos hoje um som mais cru e rápido sem perder o peso. Essas músicas são a nossa nova cara com a pegada que buscamos fazer.

M&L – Os fãs (incluindo este que vos fala) estão ansiosos por um álbum novo do Sextrash. Há planos para este lançamento?

Krueger - Sim, antes da pandemia estávamos traçando nosso novo álbum mas tivemos que dar uma parada. Já temos o nome que será Seduced by Evil (nome da nossa primeira música). Estamos fazendo novas músicas e ideias para nosso retorno com um grande álbum. Não temos pressa mas pretendemos gravar entre final desse ano e no mais tardar primeiro trimestre de 2022.

M&L – É uma boa notícia vocês contarem com Doom (Cláudio Siqueira) na banda novamente, já que ele gravou os vocais em Rape From Hell.

Krueger - O Doom é um grande amigo e sempre acompanhou nosso trabalho. Ele acrescenta muito além de ter a cara e essência da banda. Estamos felizes com a volta dele. Além dos vocais, ele também compõe e isso agrega muito. Nosso último álbum Rape From Hell foi feito com todas as músicas e bases pelo Doom, por mim e pelo Quake.

M&L – Por falar neste álbum, que possui ótimas músicas como Chemical Orgy, Brutal Sex, Suck Me e a pesadíssima Fuck In All, você acha que ele não teve o reconhecimento merecido devido ao período em que saiu, quando a cena mineira ainda estava ensaiando um retorno à época de ouro, com Holocauto, Chakal e Sextrash voltando à tona após alguns anos no ostracismo?

Krueger - Na verdade sim. Eu particularmente acho que ele não teve o reconhecimento que merece. Era uma nova formação com nova pegada. A gravação poderia ter ficado um pouco mais “suja” e pesada mas gostamos muito do resultado. Talvez não tenha sido o que todos esperavam, mas sem dúvida é um bom disco.

M&L – Quando se tem duas obras primas como Sexual Carnage, que é uma pancadaria imprescindível e reconhecida mundialmente, e o primoroso Funeral Serenade, que consolidou a banda com um death metal sério e violento, fica uma pressão e preocupação extras, na hora de pensar em um trabalho novo?

Krueger - Não. Sabemos que fizemos dois grandes clássicos principalmente no Sexual que conta com ícones na formação inicial. Era uma época diferente onde não tínhamos envolvimentos com qualquer coisa extra banda (estávamos focados na banda). Hoje estamos realmente buscando a essência da nossa primeira fase mas estamos tranquilos em relação a isso. Nunca nos preocupamos em simplesmente gravar um novo álbum. Hoje, sentimos o momento e a hora ter chegado para lançarmos um novo e excelente álbum. Estamos prontos! Estamos focados e nos dedicando muito.

M&L – A banda fez uma longa pausa após a morte precoce do vocalista Oswald. O quão duro foi aquele período e como era a convivência com Oswald?

Krueger - Oswaldo era um camarada diferenciado. Amigo de todos, verdadeiro e muito conhecedor do que fazia e do que queria. Eu e ele vivíamos uma amizade mais pro lado da irmandade. Estávamos nos preparando (eu e ele) para buscar nos Estados Unidos o caminho do Sextrash. Preparando contatos, grana e tudo o mais para irmos mas infelizmente ele faleceu. Pensei em parar de tocar e assim fiz. Não achava que o Sextrash poderia prosseguir sem ele. No entanto, após alguns anos chamei o DD Crazy e o Damned Sentry mas eles não aceitaram e viviam o lado pessoal e profissional. Decidi voltar sozinho, quando encontrei o Doom que assumiu as guitarras e vocal, o Quake na batera e eu no baixo e backing.

M&L – Sextrash e Sarcófago eram consideradas bandas irmãs pela galera. Existia mesmo uma amizade grande entre vocês ou isso vem do fato de D.D. Crazy e Rodrigo Damned Sentry terem participado dos dois debuts e da própria sonoridade das bandas?

Krueger - Éramos mais que irmãos. Eu conheci o Wagner na época que estudamos juntos (fomos da mesma série). Assisti o nascimento do Sarcófago. Onde estava um, estavam todos. Sempre juntos em ensaios e noitadas (rsrsrs). A amizade foi fazendo com que gostássemos do mesmo tipo de som porém o Sextrash seguiu um caminho um pouco diferente do Sarcófago. Eles faziam um som mais brutal e nós um som mais cadenciado seguindo outra linha. Somos amigos até hoje e ainda curtimos a mesma linha de som. A pouco, convidei o Damned Sentry a participar do nosso novo disco. Como ainda temos indefinições devido a pandemia, voltaremos a conversar mais a frente.

M&L – Krueger, Sexual Carnage ou Funeral Serenade, qual o seu preferido e porque?

Krueger - Curto os dois mas ainda prefiro o Sexual. Ele foi especial nas composições, a amizade que tínhamos e o respeito. Fizemos algo diferente do que vinha sendo feito pelas bandas da época aqui de BH e nossa energia era simplesmente inacabável. Sexual foi feito com uma formação sólida, verdadeira. Já o Funeral foi um som mais técnico mas com duas guitarras e outra pegada (sou alucinado com esse play mas entre os dois sem dúvidas o Sexual).

M&L – A música Hot, Juicy & Bitch é uma das melhores do Funeral Sereade, mas não saiu no LP, apenas como bônus no CD. Por que ela foi a escolhida?

Krueger - Na verdade essa música foi feita na hora no estúdio tipo “zoeira” mas ao ouvir melhor e como já estava gravada, decidimos junto com a Cogumelo colocá-la como bônus. Naquele momento de descontração, equalização de som, fomos fazendo a levada, a letra saiu na hora e daí surgiu a música mais natural e feita em menor tempo que temos rsrsrsrsrs.

M&L – Mudando um pouco de assunto, em Minas rolava um estigma de que rockeiro só torcia para o Atlético e credito isso à tradição da torcida Galo Metal e à cor do uniforme, pois o preto é comum aos dois grupos. Mas de um tempo pra cá percebemos muitos músicos mostrando que são cruzeirenses, como você, Cláudio do Overdose e a galera do The Mist. Além disso, torcidas como Metalzeiros e Comando Metal têm se fortalecido. Você acha que a teoria está se desmistificando?

Krueger - Sim. Sem dúvidas! A diversidade sempre irá existir e opiniões contrárias também. Temos que nos adaptar e aceitar. Hoje eu pessoalmente faço parte da COMANDO METAL e apoio o Cruzeiro. Não há como irmos todos para o mesmo lado. Sempre haverá divergências. Ficamos felizes em sabermos que assim como existem torcidas de Metal apoiando clubes, certamente um clube igual ao Cruzeiro não poderia deixar de ser apoiado.

M&L – Uma honra gigante falar com você e ter o Sextrash em nossa página na comemoração de nossos 12 anos. A palavra é sua!

Krueger - A honra é minha e do Sextrash pelo espaço e podermos contar um pouco dos nossos planos. Parabéns a vocês! Sucesso e longa vida ao trabalho de apoio e divulgação que fazem. É gratificante participarmos em um momento especial e estarmos juntos a quem respeita e faz um trabalho sério como vocês fazem. Estamos próximos a gravar nosso novo trabalho tendo base e referência a experiência de sermos o que somos e ainda com garra, dedicação e respeito ao cenário que vivemos. Obrigado a todos que sempre nos apoiam e temos orgulho de sermos SEXTRASH.



domingo, 19 de setembro de 2021

20 anos de Bloodstone do Twin Obscenity!!!

 


Me digam, como uma banda deste calibre pode ter desaparecido do mapa tão misteriosamente, e ainda por cima, não ter tido maior destaque dentre os amantes do black metal mais orientado para o pagan e viking metal? E ainda por cima, com um suposto contrato para lançar mais 4 álbuns pela gigante Century Media. O play anterior, o famigerado "For Blood, Honour and Soil" foi lançado no Brasil recentemente e deveria ser ítem obrigatório em qualquer coleção extrema. Em Bloodstone, o trio que gravou o álbum anterior, Jo Arild Tonnessem (baixo), Knut Naesje (bateria) e Atle Wiig (guitarra e vocal) incorporou mais dois vocalistas, sendo Dolgar (hoje baixo e voz no The Deviant) e Tonje Ettesvold, presença feminina no primeiro registro da banda (Where Light Touches None - 1997). Os vocais angelicais no segundo álbum foram gravados pela convidada da banda Myriads, Mona Skottene, e não foram partes fundamentais naquele álbum, mas em Bloodstone têm grande destaque. como podemos ouvir em várias faixas, em especial "A Land Forlorn", "Dragon's Breath" e "Serenades of the Sea". A faixa "The Legacy" tem uma boa variação nos riffs, lembrando os conterrâneos noruegueses do Immortal em alguns momentos, e vocais rasgados graves, excelentes, diga-se. Aliás, falando dos riffs, são o ponto forte da banda, que não se esconde abaixo de teclados, mesmo que algumas músicas peçam algo mais acústico, como a já citada "A Land Forlorn", que além dos dedilhados, apresenta riffs quase thrash! A velocidade não é o caminho do Twin Obscenity e mesmo que vez ou outra eles pisem no acelerador, a cadência reina no navio viking, mas nada que faça sorrir (ou chorar) amantes do funeral doom. Fazendo uma comparação com "For Blood..." Bloodstone tem mais pompa, guitarras mais limpas e menor variação entre as músicas, e a sujeira do álbum anterior talvez seja o maior destaque positivo em relação aos dois. Mas Bloodstone é um ótimo trabalho e deveria ser mais difundido. Bom, comemorando seus 20 anos, difusão é o que estamos fazendo!

sábado, 18 de setembro de 2021

Entrevista com Prophetic Age!!




O Prophetic Age de Mauá, SP, foi formado em 1996 e se destacou no cenário nacional por 10 anos, com um symphonic black metal de muita qualidade, conquistando o suporte de uma grande gravadora, a Hellion Records, e um público caloroso que logo os identificou como um dos maiores representantes deste estilo no Brasil. Após uma pausa de 15 anos eles retornaram em meio à pandemia para trazer uma nova era profética às criaturas noturnas que habitam cavernas na Terra e, em meio a todo caos que a pandemia nos trouxe, esperamos que as profecias sejam positivas. Com vocês, Prophetic Age:

M&L – O Prophetic Age esteve fora da cena durante alguns anos, mas retornou justamente em um momento delicado para os músicos em geral. O que motivou este retorno?


Rheiss: Durante a pandemia eu e o Sferatu resolvemos colocar em prática um antigo projeto, que era colocar nossas músicas nas plataformas de streaming. Com isso, tivemos que entrar em contato com todos os ex-integrantes. E ocorreu de forma natural para alguns de nós querer voltar à ativa. O fato de estarmos em meio a uma pandemia nos limitou um pouco para postergarmos um encontro presencial para ensaio e até para gravarmos vídeos para participação em festivais online, porém não nos limitou em relação a compor novas músicas e para nós isso é o mais importante nesse momento. Antes do início da pandemia já estávamos fazendo alguns ensaios esporádicos em um movimento inicial para esse retorno. Mas a pandemia nos impulsionou mais  criativamente na verdade e decidimos mergulhar de cabeça nesse retorno.

M&L – Quais músicos estão na banda agora e o que vocês andam fazendo para retomar os trabalhos?

Sferatu: Dos membros originais, estão Sferatu (vocal), Gregor (baixo) e Rheiss (guitarra). Recentemente recrutamos um novo baterista, Marcello Nebirvs. No momento essa é a formação da banda. Estamos iniciando os ensaios presenciais para começarmos a trabalhar nos arranjos das novas músicas e em breve gravá-las para apresentar ao nosso público.

M&L – O primeiro e auto-intitulado álbum está completando 20 anos (acesse resenha em nossa página). Vocês pensaram em fazer algo para comemorar este fato?

Sferatu: Sim, em 2021 esse álbum completou 20 anos. Aliás, obrigado pela resenha do Metal e Loucuras, ficamos muito honrados com essa postagem. Gostaríamos de celebrar de alguma forma esse lançamento, mesmo que seja com um vídeo ou single de alguma música que gostamos e que tenha tido menos atenção do que merecia, por assim dizer... mas não pensamos em lançar o material em algum novo formato ou com reedição porque entendemos que já esgotamos esse álbum nesse aspecto e queremos disponibilizar o material novo que temos criado, esse é o foco maior agora.

M&L – Ele foi lançado de forma independente e se tornou peça rara de colecionador naquele formato. Quão foi importante para o reconhecimento da banda?

Rheiss: Consideramos um marco histórico na carreira da banda e também uma página importantíssima das nossas vidas pois foi a realização de um grande sonho que parecia inalcançável àquela altura da vida. Mas tivemos a atitude necessária de assumir esse compromisso de investir por conta própria na nossa banda e isso nos rendeu muito reconhecimento na cena naquela época.


M&L – Dois anos depois saiu o clássico Forged In The Blackest of Metals pela Hellion Records. Vocês incorporaram mais metal sinfônico ao Black Metal executado pela banda e fizeram um álbum fortíssimo.

Sferatu: Obrigado pelas palavras. Do primeiro para o segundo álbum com certeza houve um grande amadurecimento tanto da formação da banda quanto no nível das composições, não acho que incorporamos mas trouxemos um pouco mais à tona esse elemento que sempre esteve presente na banda desde seus primórdios, mas estamos continuamente buscando um bom equilíbrio entre elementos sinfônicos e o peso das cordas e da bateria que o metal requer e que também está em nossa essência.

M&L – A arte da capa é sensacional. Fale sobre ela.

Sferatu: A capa do Forged... foi trabalhada pelo Yuri D'Ávila, grande amigo e parceiro na época e que desenvolveu comigo as artes de todos os nossos trabalhos, sempre foi um processo colaborativo muito foda em que discutíamos as ideias e ele as trazia para a capa dos nossos cds de forma surreal.

M&L – A sonoridade remete um pouco aos noruegueses do Dimmu Borgir da fase Puritanical. É uma influência?

Sferatu: Acho que banda que é influência é aquela que você ouvia quando moleque e que te fez ir aprender um instrumento. Pra você ter uma ideia tem 3 músicas desse disco  (Forged) que foram compostas por volta de 1995 ou 1996... Acho que bem antes do Dimmu Borgir compor o Puritanical não é? Bem antes do Enthroned darkness até... 
No nosso caso, acho que quando começamos criar nossas músicas pudemos criar também uma identidade que tem mais a ver com uma mistura de muitas bandas que nos influenciaram do que com um caso específico. Pra gente acho que as bandas que nos fizeram querer tocar metal foram Sarcófago, Sepultura, The Mist, Death, Emperor, Rotting Christ, Dissection, Moonspell  do início da carreira, Morbid Angel dentre muitas outras, que possuem sonoridade que exerceram influência sobre nossa música desde muito cedo...

M&L – Em 2005 a Hellion relançou o debut com nova arte e em formato duplo com vários bônus, incluindo versões para músicas de Rotting Christ, que ficou matadora, Emperor e Dio. Fale sobre este lançamento.

Rheiss: Esse foi um lançamento muito marcante para nós. Eu colocaria dois pontos altos nesse relançamento. Um deles foi a gravação do nosso videoclipe para I Sing Astonished in the Light e o outro foi a gravação do cover da música Egypt do Dio. Foram momentos únicos que tenho certeza que marcaram todos que participaram. O fato de ser lançado como um CD duplo foi também um marco na nossa história, pois até aquele momento poucas bandas nacionais tinham esse tipo de lançamento. 

M&L – O que você acha que vai mudar no cenário nacional após voltarmos à normalidade e vencermos esta pandemia?

Rheiss: A pandemia afetou nosso cotidiano como um todo. O cenário nacional e mundial teve que se adaptar à nova realidade. O que ficou claro é que não é uma pandemia que irá calar as bandas e as pessoas que fazem parte da cena. Todos se mobilizaram para produzir materiais para divulgação online, compor novas músicas, participar de entrevistas ao vivo nas mídias sociais, entre diversas outras atividades que foram executadas. Claro que não podemos deixar de mencionar que as bandas que vivem na estrada sentiram muito mais essa fase, pois lhes foi ceifada a possibilidade de estar em contato com seu público e isso foi muito triste.
Eu vejo que ao fim da pandemia retornaremos mais fortes que nunca, valorizando muito mais os eventos presenciais e o contato pessoal. Esses tempos difíceis que vivemos com certeza nos fizeram refletir sobre o valor de coisas que eram cotidianas, como ir a um show, e que nem sempre eram suficientemente valorizadas. 

M&L – Um prazer ter o Prophetic Age nesta seqüência de comemorações dos 12 anos de nossa página. Suas considerações finais.

Rheiss: O prazer é todo nosso! Te parabenizamos pela iniciativa de manter um veículo de divulgação e apoio ao metal.  Desejamos muitos anos mais pela frente com muito metal e muito sucesso! 
Aos que nos acompanharam por aqui, agradecemos pelo apoio e pela paciência de aguardar esse retorno após tantos anos. Convidamos todos a nos seguirem nas redes sociais e também no nosso canal do Youtube. Estamos preparando novidades e em breve começaremos a divulgar. Um grande abraço e até a próxima!














 

domingo, 12 de setembro de 2021

20 anos de God Hates Us All do Slayer!!!

 


Lançado no famigerado 11 de setembro, dia da destruição das torres gêmeas em Manhattan, e com um título pra lá de profético enigmático, os americanos do Thrash mais demoníaco do planeta retornaram três anos após "Diabolus in Música", e não se afastaram tanto daquela musicalidade de guitarras abafadas que fez muito thrasher torcer o nariz, mas claramente tentando se desprender do rótulo New Metal que tentaram lhe imputar. "Disciple" já apresenta uma passagem apenas nas guitarras que garante a nostalgia de volta, mesmo que "God Send Death" chegue a lembrar Rob Zombie em um momento, alternado a uma boa dose de velocidade e peso. "New Fate" é o grande momento do play, com sua influência punk expressando muita raiva, com Tom Araya quase explodindo as cordas vocais. "Cast Down" é o tipo de música injustamente pouco lembrada, com suas paradinhas mortais apropriadas para cabeças prontas para entrar em movimento retilíneo progressivo e regressivo uniforme. Mesmo músicas como "Threshold", "Exile" e seus riffs pesados abaixo de solos bem fortes e "Seven Faces", são claramente superiores à maioria das faixas do álbum anterior, mesmo que o som dos mestres estivessem mais próximos de um Machine Head do que de si mesmos. "Bloodline" é outro clássico do disco, que rendeu um vídeo bonitinho com gatinhos, crianças com bichinhos de pelúcia e a banda tocando de terno...bem, não é tão bonitinho assim, ainda é um vídeo sangrento do Slayer! "Deviance", "War Zone", a pesada "Here Comes The Pain", e outro ponto alto, a porrada "Payback" fecham o nono trabalho da banda, que teve uma capa branca alternativa para a pesada arte original que vocês podem ver aqui. 

Entrevista com Drowned (parte 2)

 Segue a segunda parte da entrevista com o Drowned de BH. Hail criaturas noturnas!!!


Entrevista com Drowned !!!


https://youtu.be/mjehNJEZg0o


ENTREVISTA COM DROWNED


Um dos pilares da 2ª geração do metal nacional, os mineiros do Drowned vem há alguns anos conquistando cada vez mais seguidores com seu som extremo, porém muito trabalhado e repleto de melodias, com uma música rica, feroz e de nível internacional. Com 8 álbuns completos de estúdio, além de EPs, split e coletânea, a banda não pára de compor e já promete mais um trabalho para breve. Nesta sequência de entrevistas comemorativas de 12 anos do Metal e Loucuras, apresentamos pela primeira vez uma entrevista com o Drowned, que vem até você para quebrar ossos, nas palavras do guitarrista Marcos Amorim. Outra novidade, é que é a primeira vez que postamos uma entrevista editada em vídeo por aqui. Esperamos que curtam!

Primeira parte do osso!









sábado, 11 de setembro de 2021

Atenção criaturas!

 Hail criaturas noturnas!

Quando menos esperarem eles estarão quebrando ossos aqui no Metal e Loucuras!



sábado, 4 de setembro de 2021

20 anos de Mornind Star do Entombed!!!

 


Os suecos do Entombed se jogaram no Death'n Roll em "Same Difference" e ensaiaram um retorno ao Death Metal em "Uprising" de 2000, mas foi em "Morning Star" mesmo que o metal da morte voltou a reinar na música extrema da banda. A capa imita um vitral de igreja, mas para quem olhar os detalhes verá que os anjos são meio bovinos e a santa faz um sinal conhecido dos headbangers com as mãos. O trabalho é aberto com "Chief Rebel Angel" e de cara podemos ouvir que a velha porrada estava de volta. Os vocais de Petrov (R.I.P.) estão muito bem, com menos sujeira que no trabalho anterior, mas ainda em grande forma, e as guitarras de Alex Hellid e Uffe Cederlund um pouco mais polidas em se tratando do tradicional death sueco em modo serra elétrica. Morning Star é um álbum mais limpo na produção, mas ainda assim tem a alma grotesca que o estilo pede. A cozinha com Sandström no baixo e Stjärnvind na bateria não faz muita firula, mas trabalha em favor da música, mesmo que possamos destacar algumas passagens mais intrincadas como em "Young Man Nihilist", uma das mais rápidas do play. O primeiro grande destaque do álbum é "Bringer of Light", onde o peso dita as regras e "Out of Heaven" com vocalizações diferentes e muito bem feitas. "Year One Now" é uma porrada na testa com menos de 2 minutos que te joga no mosh sem piedade, enquanto "Fractures" tem uma pegada midtempo com outra grande interpretação de Petrov, com certeza um dos maiores vocalistas de música suja e extrema que já pisaram na terra. Esta faixa também dá uma ênfase esmagadora para o baixo e um bom solo de guitarra! O trabalho, que tem apenas 37 minutos termina com a ótima "Mental Twin", e um gostinho de filho pródigo enfim festejando nos braços do pai mais uma vez!

Entrevista com The Mist

 


 Já temos algumas entrevistas publicadas ao longo dos anos no Metal e Loucuras, o que de alguma forma já nos deixa confortáveis na hora de formular as perguntas necessárias para que o bate papo seja interessante para nossos leitores. Claro, desde o início, há 12 anos, tudo não passa de uma celebração ao Heavy Metal, este estilo musical que amamos ao ponto de fazer dele um estilo de vida e filosofia, aberta a tudo aquilo em que acreditamos ser o certo e melhor para suportar de forma digna nossa passagem por esta terra. Mas confesso que a alegria de poder publicar uma entrevista exclusiva do The Mist, um dos grupos mais fortes do metal mundial (sim, separar o nacional do gringo com a excelência destes músicos é irracional), foi além do esperado, ao passo que a incerteza de não conseguir extrair de mim o melhor para esta conversa foi desesperador, afinal quando entrei no mundo metálico em 1992, o The Mist já havia lançado dois dos melhores álbuns de Thrash Metal da história, com uma influência de metal progressivo, que até a gravadora tinha dificuldade de rotulá-los na época. Portanto a seguir, mesmo que de forma tímida, o que temos não são apenas perguntas para preencher um espaço reservado às comemorações de 12 anos desta página. São uma reverência a um dos maiores ídolos do metal, o gigante The Mist. Com vocês, ninguém menos que Vladimir Korg!!!



M&L – O The Mist pegou seus fãs de surpresa em 2018 com seu retorno à ativa. Começou a fazer algumas apresentações muito aguardadas em várias cidades do Brasil, até a chegada da pandemia. Como a banda encarou este retorno aos palcos, como estava a expectativa e como foi a reação dos fãs durantes este shows?

Korg - Foram shows maravilhosos! Conhecemos pessoas incríveis. Conseguimos trazer para o agora o The Mist que os fãs estavam saudosos. Foi missão cumprida. O The Mist está bem vivo.

M&L – Então houveram mudanças na formação e a primeira delas foi a saída do Jairo para se dedicar ao The Troops of Doom. Isso abalou os ânimos da banda ou foi um processo natural, uma vez que ele era um dos pilares do The Mist?

Korg - Foi uma perda importante mas nós e já esperávamos. Jairo tem um caminho pela frente e nós não poderíamos impedir e ele sabia que ele teria que focar. Foi uma saída tranquila e ele foi muito importante para o caminho que trilhamos. Desejamos muita sorte pra ele.

M&L – Recentemente o membro mais antigo da banda, Christiano Salles, também saiu. Fale sobre sua saída e como foi a escolha dos recém chegados Edu Megale na guitarra e Ricardo Linassi na bateria.

Korg - Chriss escolheu sair e foi uma saída dolorida, ao meno para mim, mas a gente tem que respeitar a decisão dele e desejar boa sorte. Nesta pandemia cada um tem seu corre e está todo mundo meio fora do prumo. Mas em contra partida nos uniu, eu, Wesley e Edu. Trabalhamos muito e fizemos grandes músicas e breve todos irão poder ouvir. Contratamos o baterista Riccardo Linassi e nos surpreendeu muito como ele leu a nossa música. É um cara muito talentoso.

M&L – Um dos anúncios mais legais e criativos de um novo membro em uma banda foi o de Edu Megale naquela foto em frente o estádio Mineirão e a brincadeira relacionada ao futebol. De quem foi esta idéia sensacional?

Korg - Foi minha. Queríamos uma coisa leve e brincar um pouco tanto com os cruzeirences quanto com os americanos.Tudo muto de boa.


M&L – Um novo trabalho está pronto e será lançado em breve, sendo com certeza um dos álbuns mais aguardados do metal nacional dos últimos anos! Isso coloca algum tipo de pressão em vocês ou não é a forma como enxergam este lançamento?

Korg - No início sim. Agora estamos muito felizes com o resultado. Estamos tranquilos. Achamos nossa música e nem por isso deixamos de sair da trilha que o The Mist abriu no inicio dos anos 90.

M&L – O que você pode nos falar deste trabalho?

Korg - Está rápido. Solos muito inspirados e um baixo típico do The Mist. Eu nunca cantei tão bem.

M&L – Korg, é perceptível a diferença em sua forma de escrever e cantar nas duas principais bandas de sua carreira. Enquanto no Chakal você tem aquela pegada mais crua e agressiva, no The Mist sempre apresentou aquele lado mais técnico e letras que são verdadeiras poesias macabras. Estes dois lados são intencionais e trabalhados para soar distintos ou aquela vibe da criação das músicas é que dá a direção da sua participação?

Korg - Sim, sua colocação é perfeita. Sou responsável por dar a cara das músicas, a identidade. E consigo distiguir bem o Chakal do The Mist. Em cada uma delas tento dar o meu melhor. São bandas do meu coração...as duas!

M&L – Phantasmagoria e The Hangman Tree são obras seminais e é impossível imaginar nosso cenário sem estes trabalhos. Como foi aquele período de gravação destes álbuns?

Korg - Muita correria, mas todos os músicos fizeram com garra e coração. Acho que os dois álbums tem muita paixão pelo metal e pela cena. Queríamos ser diferentes. Seguir um rumo diferente das outras bandas.

M&L – Não me lembro de alguma ocasião onde você cantou músicas gravadas por outro vocalista, seja no Chakal (Laranja ou Sergio) ou no The Mist (Marcelo ou Cassiano). Seria espetacular ouvir o The Mist tocar Jesus Land (Gottverlassen) por exemplo, com a sua voz.

Korg - Comecei a ensair um pouco a Devilscreen. Ficou boa a voz nela. Vamos ver se ela se encaixa nesta nova formação.

M&L – Agradeço imensamente sua participação, é uma honra trazer você com o The Mist para nossa página, desejo toda sorte do mundo com este lançamento, e o espaço é seu para finalizar.

Korg - Siga o The Mist nas redes sociais e comprem nossos merchandising para que possamos prosseguir até conseguirmos ter uma certa sustentabilidade no mercado. Não só o The Mist, mas todas as bandas nacionais estão precisando de ajuda agora. Ouça nosso trabalho novo. Nossa primeira música está on line no spotify dia 06 de outubro. Chama-se My inner monster. Se cuidem !