sábado, 25 de setembro de 2021

Entrevista com Sextrash!!!

 


O Metal e Loucuras começou como um hobby, para dar vasão à vontade de escrever em união ao fascínio pelo Heavy Metal, este estilo musical que está incrustado em mim desde 1992. Com o tempo se tornou uma ferramenta de divulgação do estilo, com seriedade e alguma dose de humor, mas com um propósito único: manter a chama acesa àqueles que não desistem nunca. Falar de álbuns clássicos e entrevistar bandas seminais de nossa cena, além de enriquecer nosso conteúdo, traz uma satisfação ainda maior, que é interagir com músicos que foram responsáveis por minha formação musical com apresentações e trabalhos indiscutíveis e que não saem do meu radar há quase 30 anos. E o Sextrash faz parte do primeiro escalão de pérolas que mantenho como essenciais para a força do estilo, além de ser um dos pilares de uma das cenas mais inspiradoras e destruidoras do metal mundial, o metal mineiro. Então vamos ver o que o grande Krueger, baixista que dedica seu talento à banda desde 1988, tem a dizer.

M&L – Ficamos 15 anos sem um novo som do Sextrash, até que finalmente temos duas novas músicas presentes na coletânea Reborn To Eternity, idealizada pelo Valério do Holocausto War Metal e BHell. Fale sobre Buried Alive e Red Light.

Krueger - São sons da nossa nova fase e voltando as raízes dos anos 80. A entrada do Marcelo Itaborahy nas guitarras trouxe uma nova pegada e estamos felizes com o retorno ao caminho que traçamos. As letras são da nossa temática e buscamos hoje um som mais cru e rápido sem perder o peso. Essas músicas são a nossa nova cara com a pegada que buscamos fazer.

M&L – Os fãs (incluindo este que vos fala) estão ansiosos por um álbum novo do Sextrash. Há planos para este lançamento?

Krueger - Sim, antes da pandemia estávamos traçando nosso novo álbum mas tivemos que dar uma parada. Já temos o nome que será Seduced by Evil (nome da nossa primeira música). Estamos fazendo novas músicas e ideias para nosso retorno com um grande álbum. Não temos pressa mas pretendemos gravar entre final desse ano e no mais tardar primeiro trimestre de 2022.

M&L – É uma boa notícia vocês contarem com Doom (Cláudio Siqueira) na banda novamente, já que ele gravou os vocais em Rape From Hell.

Krueger - O Doom é um grande amigo e sempre acompanhou nosso trabalho. Ele acrescenta muito além de ter a cara e essência da banda. Estamos felizes com a volta dele. Além dos vocais, ele também compõe e isso agrega muito. Nosso último álbum Rape From Hell foi feito com todas as músicas e bases pelo Doom, por mim e pelo Quake.

M&L – Por falar neste álbum, que possui ótimas músicas como Chemical Orgy, Brutal Sex, Suck Me e a pesadíssima Fuck In All, você acha que ele não teve o reconhecimento merecido devido ao período em que saiu, quando a cena mineira ainda estava ensaiando um retorno à época de ouro, com Holocauto, Chakal e Sextrash voltando à tona após alguns anos no ostracismo?

Krueger - Na verdade sim. Eu particularmente acho que ele não teve o reconhecimento que merece. Era uma nova formação com nova pegada. A gravação poderia ter ficado um pouco mais “suja” e pesada mas gostamos muito do resultado. Talvez não tenha sido o que todos esperavam, mas sem dúvida é um bom disco.

M&L – Quando se tem duas obras primas como Sexual Carnage, que é uma pancadaria imprescindível e reconhecida mundialmente, e o primoroso Funeral Serenade, que consolidou a banda com um death metal sério e violento, fica uma pressão e preocupação extras, na hora de pensar em um trabalho novo?

Krueger - Não. Sabemos que fizemos dois grandes clássicos principalmente no Sexual que conta com ícones na formação inicial. Era uma época diferente onde não tínhamos envolvimentos com qualquer coisa extra banda (estávamos focados na banda). Hoje estamos realmente buscando a essência da nossa primeira fase mas estamos tranquilos em relação a isso. Nunca nos preocupamos em simplesmente gravar um novo álbum. Hoje, sentimos o momento e a hora ter chegado para lançarmos um novo e excelente álbum. Estamos prontos! Estamos focados e nos dedicando muito.

M&L – A banda fez uma longa pausa após a morte precoce do vocalista Oswald. O quão duro foi aquele período e como era a convivência com Oswald?

Krueger - Oswaldo era um camarada diferenciado. Amigo de todos, verdadeiro e muito conhecedor do que fazia e do que queria. Eu e ele vivíamos uma amizade mais pro lado da irmandade. Estávamos nos preparando (eu e ele) para buscar nos Estados Unidos o caminho do Sextrash. Preparando contatos, grana e tudo o mais para irmos mas infelizmente ele faleceu. Pensei em parar de tocar e assim fiz. Não achava que o Sextrash poderia prosseguir sem ele. No entanto, após alguns anos chamei o DD Crazy e o Damned Sentry mas eles não aceitaram e viviam o lado pessoal e profissional. Decidi voltar sozinho, quando encontrei o Doom que assumiu as guitarras e vocal, o Quake na batera e eu no baixo e backing.

M&L – Sextrash e Sarcófago eram consideradas bandas irmãs pela galera. Existia mesmo uma amizade grande entre vocês ou isso vem do fato de D.D. Crazy e Rodrigo Damned Sentry terem participado dos dois debuts e da própria sonoridade das bandas?

Krueger - Éramos mais que irmãos. Eu conheci o Wagner na época que estudamos juntos (fomos da mesma série). Assisti o nascimento do Sarcófago. Onde estava um, estavam todos. Sempre juntos em ensaios e noitadas (rsrsrs). A amizade foi fazendo com que gostássemos do mesmo tipo de som porém o Sextrash seguiu um caminho um pouco diferente do Sarcófago. Eles faziam um som mais brutal e nós um som mais cadenciado seguindo outra linha. Somos amigos até hoje e ainda curtimos a mesma linha de som. A pouco, convidei o Damned Sentry a participar do nosso novo disco. Como ainda temos indefinições devido a pandemia, voltaremos a conversar mais a frente.

M&L – Krueger, Sexual Carnage ou Funeral Serenade, qual o seu preferido e porque?

Krueger - Curto os dois mas ainda prefiro o Sexual. Ele foi especial nas composições, a amizade que tínhamos e o respeito. Fizemos algo diferente do que vinha sendo feito pelas bandas da época aqui de BH e nossa energia era simplesmente inacabável. Sexual foi feito com uma formação sólida, verdadeira. Já o Funeral foi um som mais técnico mas com duas guitarras e outra pegada (sou alucinado com esse play mas entre os dois sem dúvidas o Sexual).

M&L – A música Hot, Juicy & Bitch é uma das melhores do Funeral Sereade, mas não saiu no LP, apenas como bônus no CD. Por que ela foi a escolhida?

Krueger - Na verdade essa música foi feita na hora no estúdio tipo “zoeira” mas ao ouvir melhor e como já estava gravada, decidimos junto com a Cogumelo colocá-la como bônus. Naquele momento de descontração, equalização de som, fomos fazendo a levada, a letra saiu na hora e daí surgiu a música mais natural e feita em menor tempo que temos rsrsrsrsrs.

M&L – Mudando um pouco de assunto, em Minas rolava um estigma de que rockeiro só torcia para o Atlético e credito isso à tradição da torcida Galo Metal e à cor do uniforme, pois o preto é comum aos dois grupos. Mas de um tempo pra cá percebemos muitos músicos mostrando que são cruzeirenses, como você, Cláudio do Overdose e a galera do The Mist. Além disso, torcidas como Metalzeiros e Comando Metal têm se fortalecido. Você acha que a teoria está se desmistificando?

Krueger - Sim. Sem dúvidas! A diversidade sempre irá existir e opiniões contrárias também. Temos que nos adaptar e aceitar. Hoje eu pessoalmente faço parte da COMANDO METAL e apoio o Cruzeiro. Não há como irmos todos para o mesmo lado. Sempre haverá divergências. Ficamos felizes em sabermos que assim como existem torcidas de Metal apoiando clubes, certamente um clube igual ao Cruzeiro não poderia deixar de ser apoiado.

M&L – Uma honra gigante falar com você e ter o Sextrash em nossa página na comemoração de nossos 12 anos. A palavra é sua!

Krueger - A honra é minha e do Sextrash pelo espaço e podermos contar um pouco dos nossos planos. Parabéns a vocês! Sucesso e longa vida ao trabalho de apoio e divulgação que fazem. É gratificante participarmos em um momento especial e estarmos juntos a quem respeita e faz um trabalho sério como vocês fazem. Estamos próximos a gravar nosso novo trabalho tendo base e referência a experiência de sermos o que somos e ainda com garra, dedicação e respeito ao cenário que vivemos. Obrigado a todos que sempre nos apoiam e temos orgulho de sermos SEXTRASH.



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