quarta-feira, 24 de abril de 2019

20 anos de Hliðskjálf do Burzum


Dia 26 de abril de 1999 o 6º filho de Varg Vikernes, um dos maiores representantes da cena Black Metal norueguesa, mesmo que quase sempre lembrado mais pelos erros que pelos grandes álbuns lançados no início de carreira, via a luz do dia (ou a escuridão da noite, como quiser). Com um título quase impronunciável em nossa língua, e que traduz se como o trono de Odin, este play é uma viagem sonora bem distante, mas muiiiiiito distante de nosso amado Heavy Metal. O único instrumento utilizado foi o teclado. Não tem sequer vocais, mesmo que existem letras no encarte do CD (ou vinil), mas as letras são para dar uma ideia do que o nosso querido Varg queria que imaginássemos durante a audição. Interessante, mesmo que estranho. Dizem que este som é ótimo para jogar RPG, mas como nunca joguei não tenho como saber. Pode ser bom para dormir também, mesmo que eu prefira o bom e velho Burzum para dormir também. A arte gráfica é bela e se for sua praia, comemore, pois daqui a 2 dias deste post a obra completa 2 décadas.   

sexta-feira, 19 de abril de 2019

20 anos de Necroshine do Over Kill


Uma banda incansável. Isso pode ser a máxima do Over Kill de Nova York, que em 1999 já chegava a seu 10º full length, Necroshine. O período não era dos melhores para o Thrash Metal e algumas grandes bandas se aventuravam em experimentos nada tradicionais, mas a banda de DD Verni (baixo) e Bobby Blitz (vocal) mantinha-se firme em seu legado. Disso podemos tirar uma lição, muitos resolveram ousar seguindo a direção dos ventos enquanto grandes embarcações naufragavam, pensando que talvez o Thrash Metal puro havia morrido e buscando mesclar seus estilos a outros como gótico, New Metal, Hard ou Pop, e anos depois a maioria deles tem pelo menos um patinho feio na coleção de que não se orgulhe muito, e o Over Kill pode se orgulhar de nunca ter baixado a bandeira. Ok que álbuns como Necroshine não foram tão badalados, pois o período dava mais atenção a outros rótulos metálicos, mas são trabalhos como este que honram fãs espalhados pelo mundo afora e devem sempre ser lembrados. Não é a toa que a banda continua lançando álbuns espetaculares nos últimos anos com muito sangue nos olhos. Necroshine não é um play tão veloz, tem momentos que os riffs de Sebastian Marino e Joe Comeau chegam a lembrar exageradamente ao Black Sabbath, como na ótima Let Us Prey, que música meus amigos, com Tim Mallare espancando a bateria. 80 Cycles é outra bem arrastada, com Blitz arriscando vocais diferentes em algumas partes e riffs lembrando bandas de Death Metal europeu se arriscando no Doom. Revelation tem refrão e solos com aquela veia Motorhead que todos já conhecem no Over Kill. A faixa título é bem Thrash, mesmo com uma pequena adição extra de peso. Stone Cold Jesus tem vocais adicionais de Joe Comeau e ficou parecendo um Death 'n Roll naquela linha de Entombed, e ficou bem legal, sem descaracterizar a pegada do Over Kill e tem um dos solos de guitarra mais legais do petardo e I Am Fear é aquela faixa pra mostrar que o som do baixo pode sim fazer muita diferença numa música. Enfim, mais um grande trabalho na discografia do Over Kill que completa 20 anos e deve ser apreciado como um bom vinho.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

20 anos de Jaws Of Death do Primal Fear


O segundo álbum dos alemães do Primal Fear é um clássico álbum de Heavy Metal, daqueles que soam despretensiosos, com um ar até inocente, mas com aquela garra que os novatos sempre imprimem em seus trabalhos. Recheado de canções que se tornariam obrigatórias nos concertos da banda, que a partir daí cresceu muito, mesmo com todas as comparações ao Judas Priest, muito mais por causa do vocalista Ralf Scheepers ter sido candidato à vaga de Halford anos  antes, do que pelo som em si. Há semelhanças sim, mas o  Primal encontrou seu lugar com o tempo. O início com a porrada Final Embrace (após a dispensável intro que nomeia o play) é tão bom que a música até está presente na coletânea Metal Is Forever de 2006. Save a Prayer segue sem grandes alardes e depois temos a ótima Church Of Blood, com um refrão brilhante e passagens apenas com baixo do líder Mat Sinner e a bateria de Klaus Sperling deixando em evidência a voz de Ralf. E que garganta tem este camarada, meus amigos. O trabalho de guitarras de Tom Naumann e Stefan Leibing está muito bom, uma mistura de Heavy tradicional com Power Metal vigoroso. Into The Future segue com a avalanche de riffs, além de uma mistura maior de agudos e vocais mais melódicos. Under Your Spell apresenta teclados e vem naquela linha mais mid-tempo, para fãs de um bom hard 'n heavy. Play To kill não deixa a peteca cair, pois vai fazer você balançar a cabeleira, ou a careca, que seja. Nation In Fear é outra grande música, seja nos riffs, nos solos ou no refrão certeiro. E o que dizer de When The Night Comes que é a mais Power Metal de todas e parece que temos o grande conterrâneo Chris Boltendahl do Grave Digger no refrão? Fight To Survive não é um grande destaque e Hatred In My Soul vem realmente cheia de ódio e fecha bem o petardo. Gravado em parte na casa do Death Metal americano, o Morrisound da Flórida e no House of Music da Alemanha, o álbum foi lançado via Nuclear Blast dia 10 de junho de 1999, e continua com certeza entre os melhores e mais amados pelos fãs da banda.

terça-feira, 9 de abril de 2019

10 músicas com a metra M que você precisa ouvir antes de morrer


O Metal & Loucuras separou 10 hinos do Heavy Metal que não podem faltar no seu play list.

1º - Master of Puppets - Metallica - Seríamos loucos se esta música não estivesse na lista. Pode até ser que você não a queira em primeiro lugar, mas uma coisa é certa. Se você não curte o que estes caras fizeram aqui, você está lendo a página errada. Thrash vigoroso, com acidez e melodia nas medidas certas, além de peso e raiva escorrendo pelos poros. Este era o Metallica em 1986.

2º - Morphine Child - Savatage - O derradeiro trabalho dos americanos pode não ser considerado por muitos como o melhor, principalmente para quem abraçou a banda de vez com a entrada de Zak Stevens. Mas Morphine Child pode ser considerada a Rime Of The Ancient Mariner dos caras. Que coisa espetacular essa música, com todas as suas variações e aqueles corais maravilhosos pra finalizar.

3º - Mass Hypnosis - Sepultura - Para muitos Beneath The Remains é o maior trabalho do Sepultura. É inegável que a fase era a melhor possível e o Thrash come solto mesmo, os caras detonavam. Mass Hypnosis é um dos destaques do petardo, acelerado, com uma reduzida na velocidade para o refrão, essa música é um bate cabeça espetacular. E tem uma das melhores passagens em sua metade que antecede um solo magnífico. Se ouvir e conseguir ficar parado, parabéns, você morreu e não sabia.

4º - Midnight Queen - Sarcófago - The Laws of Scourge é um rolo compressor de muita potência. Não tem música mais ou menos, tudo é avassalador. Mas Midnight Queen é tão poderosa com seu refrão em coro e peso absurdo, além de contar a história da personagem desenhada por Kelson Frost e imortalizada na capa do álbum, que é impossível ouvir o petardo sem aguçar a audição quando ela tem início.

5º - Metal Church - Metal Church - Aquela batida de bateria que antecipa o maior clássico do Metal Church causa arrepios em muita gente. Naquele apartamento chamado de Metal Church e frequentado por gente como James Hetfield, Lars Ulrich e Dave Mustaine, com certeza tinha uma água diferente, pra ajudar a conceber tanta coisa maravilhosa. Guitarras com longos riffs que congelam a alma, vocais roucos e potentes do finado David Wayne e um clima obscuro e enfumaçado podem transformar esta músico num triller de terror.                               

6º - Material World, Paranoia - Kreator - A banda já gozava de enorme prestígio quando lançou Coma Of Souls, e seguia seu reinado no Thrash Europeu com tão inspirado lançamento em 1990. Material World tem aqueles vocais lunáticos de bruxa ensandecida de Mille Petrozza e a bateria destruidora de Ventor. Uma música no mesmo nível de People Of The Lie, Coma Of Souls e Mental Slavery realmente tem que ser muito acima da média.

7º - Mirror My Mirror - Witchhammer - Eu concordo, tu concordas, todos concordamos que: a música Mirror My Mirror não vive sem a introdução Liberty e vice versa, mas esqueçamos isso pois a letra aqui é o M. A porrada Thrash arrebenta com riffs insanos (riffs esses que inspiraram muitos outros riffs maravilhosos no excepcional Blood On The rocks). Baixo, bateria, guitarra,vocais insanos e bem colocados, mudanças de andamentos, solo brilhante. Simplesmente uma das melhores músicas do Metal Nacional. 

8º - My Kantele (acústico) - O álbum Elegy foi um divisor de águas para os finlandeses do Amorphis, diminuindo as influências Death Metal e dando um upgrade no Folk. My Kantele em sua versão acústica fecha o álbum e mesmo assustando os mais puristas com todas as cordas e teclados tão pouco usuais no Metal, trouxe um sorriso ao rosto daqueles que sempre procuraram diversidade em união à qualidade. Afinal de contas, o que vale é o que faz bem aos ouvidos. 

9º - Man In The Box - Alice In Chains. Ok, o Grunge foi um estilo pisoteado pelos que achavam que ele veio para acabar com o Heavy Metal. Bandas vieram, acabaram,outras cresceram muito, como o Alice In Chains, e muitos que culpavam o Grunge enaltecem os caras hoje. E a música que fez o mundo olhar para a banda de Seattle foi Man In The Box. Que música espetacular, pesada, com um solo maravilhosos de guitarra e que tem um poder impressionante de jogar nossas cabeças para frente e para trás.

10º - Midlife Cirsis - Aquilo que ficou conhecido como Funk 'O Metal nos anos 90 após o bombástico The Real Thing e com o ápice em Angel Dust, elevou a banda de Mike Patton a uma das maiores do mundo do mainstream. O carro chefe de Angel Dust era justamente Midlife Crisis. O início com uma batida quase tribal de bateria e a voz sussurradamente maligna de Patton já chegava a arrepiar aos ouvintes incautos das FMs da vida. Que porrada bem vinda que ajudou a abrir caminhos para Iron, Metallica e Nirvana ao público que não conhecia Heavy Metal.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Entrevista com .Ex-Machina.


Hail criaturas noturnas! Prosseguindo com este ano especial em que o Metal e Loucuras completa 10 anos, trazemos para vocês uma entrevista exclusiva com Willye Rodrigues, guitarrista da banda de Metalcore .Ex-Machina. que está há mais de 20 anos na cena nacional. Clique no banner para ouvir a música Noise Grind do EP Shot In Your Face de 2010 e confira novidades e curiosidades a seguir.


M&L – O .Ex-Machina. prometeu a gravação de um DVD para comemorar os 20 anos de banda num show na casa Matriz dia 10 de novembro último. Tem previsão para este lançamento?

Willye Rodrigues – Primeiramente, obrigado pela oportunidade de dar essa entrevista e de poder falar um pouco mais da .Ex-Machina.. Então, infelizmente o DVD com o show não vai mais acontecer por conta de problemas técnicos com as câmeras no dia, mas estamos juntando material antigo para um DVD em comemoração aos 20 anos da banda que vai ter shows antigos e entrevistas com ex-integrantes. Mas em relação ao show de 20 anos, o áudio foi captado e estamos mais ou menos com 50% do processo de mixagem pronto e acredito que, nos próximos dois meses já teremos uma previsão de lançamento dele que ainda será no primeiro semestre. 

M&L – Eighteen Years Dying foi o debut da banda, com um título bem sacado, já que vocês comemoravam 18 anos de existência quando foi lançado. Por que demoraram tanto para um primeiro álbum?

Willye Rodrigues – (rindo) Realmente o nome é bem sacado mesmo porque, ele saiu no ano em que a banda estava fazendo seus 18 anos apesar de que era pra ter saído junto à comemoração dos 15. A .Ex-Machina. antes do 18 Years Dying  já havia lançado as demos a Beyond Aggression em 1999 e a Perverted em 2004 e em 2007 foi lançado o EP A Shot In Your Faith que foi relançado pela 53HC em 2010 num Split com a banda Severa. Acho que foi por isso que deve ter demorado tanto e como disse, ele era pra ter saído em 2013, mas acabou saindo em 2016 e também às mudanças de formações já que, da banda que gravou o Shot só sobrou o nosso baixista/vocalista Leönidas Viegas.

M&L – E agora que a porteira abriu, existem preparativos para um novo álbum?

Willye Rodrigues – Um full-album ainda não sabemos quando vai sair, mas vai sair um EP ou quem sabe um Split com outra banda ainda sem data e nome. Já temos umas 5 ou 6 musicas com as guitarras e letras prontas que vão ser incluídas nesse próximo lançamento, que será gravado ainda esse ano pelos nossos planos. Só estamos reestabilizando a formação da banda com a volta do guitarrista Wilson Bicalho que foi o guitarrista no Perverted  e no Shot. Também estamos na busca de parcerias com selos e distribuidoras para os futuros lançamentos e quem sabe também relançarmos os nossos materiais antigos.

M&L – Eighteen Years Dying foi lançado de forma independente. Como tem sido a divulgação e como está sendo a resposta a ele?

Willye Rodrigues – Quando entrei o CD já estava com dois anos de lançado, mas ainda estamos divulgando o mesmo e depois da minha entrada já saíram dois Lyric Videos das músicas Pelego que no CD teve a participação do Ricardo Neves que é baixista do Mutilator e Charles Bronson (Desejo de Matar 666), esse último saiu há poucos dias oriundos da nossa parceria com o Karai art.rock.culture que gerencia a nossa loja on-line. Mas a resposta que temos vindo do público é boa já que vemos pessoas nos shows pedindo algumas das músicas pelos seus nomes e acho que ainda não vi resposta melhor que essa.  



M&L – As músicas intercalam letras em português e inglês. Por que não definir apenas um idioma?

Willye Rodrigues – Tá aí uma boa pergunta, realmente eu não sei. Acho que por conta do que a composição tem a dizer ela fica melhor em português ou em inglês. Se você olhar músicas como a Obrigado por Nada, Caos, Pelego e Por que é tão Difícil Pensar são músicas bem diretas que na minha concepção não teriam o mesmo impacto se fossem cantadas em outra língua que não fosse a nossa língua pátria já que, infelizmente nem todos os headbangers brasileiros sabem falar o inglês perfeitamente então, para não ter o perigo de abrir uma segunda interpretação na hora de uma possível tradução ficou em português mesmo.

M&L – “Obrigado por Nada” tem uma ótima letra, com um tema muito comum na vida de todos nós. Este seria o caminho lírico a seguir?

Willye Rodrigues – Se você dar uma olhada nas letras eles tem um quê de similaridade. Por que elas falam das mazelas do ser humano, críticas ao nosso governo corrupto, relações humanas, coisas de cunho mais pessoal, uso de drogas e coisas do gênero. Então não é um tema que vamos seguir e um tema que já seguimos há muito tempo.

M&L – O álbum foi gravado como um trio. Depois acrescentaram mais uma guitarra. Qual o motivo?

Willye Rodrigues – O disco foi gravado como um trio por que essa formação já seguia junta há algum tempo então foi por isso que foi gravado nesse formato, mas por conta de uma segunda guitarra estava fazendo falta ao vivo e por questões de trabalho do antigo guitarrista Igor Arruda que em algumas vezes infelizmente coincidiam com dias de ensaios e shows, foi acordado colocar um segundo guitarrista e por esse motivo passei de fã para integrante da banda.

M&L – Você tocou baixo no Renegados e no Retribution Engine. Como foi esta transição para a guitarra?

Willye Rodrigues – Bom, quando comecei a mexer com bandas o meu instrumento era o vocal por conta de influências como Juan Brujo (Brujeria) e David Vincent (ex-Morbid Angel, I’m Morbid) e quando fui realmente tocar alguma coisa fui pro teclado por que meu pai tinha um, mas só arranho por conta de nunca ter focado no instrumento mais a fundo, mas ali me mostrou que tinha harmonia. Um tempo depois acabei pedindo para minha irmã me ensinar a tocar violão, e ela me ensinou 3 notas e uns 3 meses depois comprei minha primeira guitarra. Então como pode ver a guitarra veio antes do baixo por que, quando toquei baixo no Renegados vinha de uma banda de Death Metal no qual eu era guitarra e vocal e fui para o baixo por acaso já que, vinha tocando num baixo umas duas ou três vezes, mas tocar com eles foi uma escola por que lá aprendi muita coisa que até hoje uso. Já o caso do Retribution Engine eu já vinha de 2 bandas tocando só baixo e decidi montar uma banda de industrial e como o baixo virou minha paixão me mantive nele. Mas voltar do baixo para a guitarra quando toquei no Renegados foi mais difícil do que na RE já que, no Renegados tocava com palheta e como tocar com palheta no baixo é diferente quando voltei a tocar guitarra não conseguia palhetar direito, mas depois que fui refinando minha técnica no baixo e indo tocar com pizzicato, fui perdendo certos vicio da paleta no baixo e quando peguei a guitarra de novo já não senti tanta dificuldade para voltar a velha forma... não que em algum momento foi boa... mas pelo menos melhor (risos).


M&L – O Metal e Loucuras agradece sua participação. Espaço aberto a suas considerações finais.

Willye Rodrigues – Não tenho que falar, só a agradecer por você ter aberto novamente o espaço para eu poder falar das minhas bandas. Infelizmente a RE acabou, mas estou muito feliz em poder falar um pouco de uma banda foda como a .Ex-Machina. que hoje faço parte. Continuo acompanhando o Metal e Loucuras e o seu perfil pessoal quando posso e só tenho a agradecer mesmo e pedir pra galera ai acompanhar a gente como exmachinabhz no YouTube, exmachinabh no facebook e instagram e .ex-machina. nas plataformas digitais como Spotify, Deezer, iTunes e no Google Play Musica. No mais é isso vlws e Hail Metal e Loucuras.