domingo, 30 de dezembro de 2018

20 anos de Sardonischer Untergang im Zeichen irreligiöser Darbietung do Bethlehem


E chegamos à última resenha de álbuns que completam 20 anos de lançamento em 2018. O petardo derradeiro é Sardonischer Untergang Im Zeichen Irreligiöser Darbietung da banda alemã Bethlehem. Numa tradução Googleriana o título do álbum é Declínio sardo em nome do desempenho irreligioso, ou, como é conhecido entre os fãs, unindo-se as primeiras letras de cada palavra: S.U.I.Z.I.D. que ninguém precisa de ajuda pra saber que é suicídio. E o som destes malucos é um perigo pras pessoas propensas a destruírem os problemas que as definham da pior forma possível (ou uma delas). Os vocais registrados neste álbum pertencem a Marco Kehren, na mesma linha esganiçada, porém mais contida que Rainer Landfermann que havia gravado o clássico Dictius Te Necare. O estilo permeia pelo Dark Metal (termo criado e nominal ao primeiro disco da banda em 1994), o Doom arrastado em alguns momentos e ao Black Metal, numa mistura que classifica a banda por DSBM (Depressive Suicide Black Metal) e é perfeito para quem quer ouvir algo esporrento, porém com melodia. Nada de sons incompreensíveis aqui para encobrir músicos que não sabem tocar. Incompreensível aqui só a mente de Kehren, o guitarrista Klaus Matton, o baixista Jurgen Bartsch, o baterista Marcus Losen e a garota Cathrin Campen, que não aparece muito com seu vocal, mas dá o toque mazoquista que a banda precisa. Se for seu estilo, procure e ouça. Mas ouça num dia em que estiver com o astral em alta.

domingo, 23 de dezembro de 2018

20 anos de Alternative 4 do Anathema


O Anathema se mostrou uma banda camaleônica no decorrer de sua existência. Quem a conheceu com seu Death Doom arrastado tendo à frente os vocais ultra cavernosos de Darren White, e se deparou de repente com os vocais limpos de Vincet Cavanagh em Eternity tinha duas opções: dar as costas aos britânicos e parar no tempo com seus primeiros álbuns ou dar uma chance e se apaixonar de vez por uma das bandas mais melancólicas da história (até nova mudança, deta vez para o alternativo mais tarde). Sendo então Eternity um divisor de águas o que esperar de Alternative 4 que veio na sequência? Com este título pouco atrativo aos fãs antigos e a dificuldade na época de encontrar o play (apenas importado), muitos precisaram aguardar alguns anos e o avanço do acesso à internet para conhecer esta maravilha em forma musical (nisso alguns fãs se perderam no caminho, infelizmente). A introdução Shrould of False dá o tom da tristeza que percorrerá seu interior nos próximos 45 minutos, e Fragile Dreams certamente tira qualquer dúvida que o Doom permanece intacto, mesmo que sem a raiva do Death. Esta é uma daquelas músicas para se aprender a letra instantaneamente e cantar de olhos fechados (hehe). Empty dá uma acelerada, aquele UP que te tira das trevas por alguns instantes para a bela Lost Control te derrubar novamente. Até então este talvez seja o trabalho com mais piano e teclados da banda, intercalados pelo baixista Duncan Petterson e o guitarrista Daniel Cavanagh, o que dá uma introspecção ímpar às faixas, combinada às letras profundas. Shaun Steels toca bateria aqui, marcando bem o ritmo das composições. Alternative 4 é uma música que além de melancólica, traz uma aura pessimista de arrepiar, com Vincent incorporando bem a atmosfera das letras baseadas no documentário Alternative 3 exibido em alguns países da Europa em 1977. Uma alternativa escolhida entre os líderes ocultos da Terra para abandonar a humanidade em um planeta morto e tentar viver em Marte ou na Lua. (Quer conferir a história, segue um link abaixo).
O importante é que o Anathema passou por mudanças e continuou relevante e congelando os corações de seus fiéis fãs ao redor da Terra. Mesmo após 20 anos, Alternative 4 é atual em todos os aspectos, e merece um lugar na coleção dos amantes da desolação.

Link para pesquisa da história de Alternative 3

https://thoth3126.com.br/alternativa-3-um-sinistro-plano-da-elite/


sábado, 15 de dezembro de 2018

20 anos de Once Sent From The Golden Hall do Amon Amarth


Que a Suécia é um dos (se não for o mais) países mais proeminentes do Heavy Metal estamos todos cansados de saber. E o Amon Amarth é uma das bandas contemporâneas de maior sucesso no Death Metal mundial, já com 10 álbuns de estúdio lançados e cada um com seus votos de melhor álbum da banda mundo afora, o que é de se admirar e digno de respeito, já que ter só um álbum fenomenal com uma sequência de fracassos não conta muito. Pois Once Sent From The Golden Hall é o petardo que abriu as portas destes vikings para saquear e tomar o mundo com sua música pesada e destruidora. Sem contar que talvez seja o álbum em que seu vocalista Johan Hegg mais varie nos vocais alternando o gutural já característico da banda, com berros rasgados e outros mais cavernosos. Acompanhado desde a época em que se chamava Scum pelos guitarristas Olavi Mikkonen e Anders Hansson, o baixista Ted Lundstrom e o baterista recém chegado Martin Lopez que gravou apenas este álbum deixando a vaga para Fredrik Andersson e foi se juntar à trupe de Akerfeldt no Opeth. Contando com músicas como a porrada de abertura Ride For Veangance que é um daqueles arrasa-quarteirões que nos deixa com um sorriso besta no rosto, a conhecida e inspirada Victorious March e Friends of The Suncross com belos fraseados de guitarras, estes são apenas alguns aperitivos de um álbum bem feito, mesmo que não alcance aquele toque único que traz o diferencial para as bandas que geralmente se destacam no cenário, bem compreensível quando se trata de um debut. Mas você que conheceu a banda com Fate of Norns e seu ápice The Persuit Of Vikings e acompanha a banda desde então, dê uma ouvida atenta aos anteriores, em especial este que lhes apresentamos aqui e que ultrapassou a barreira dos 20 anos. Sem arrependimentos!

sábado, 8 de dezembro de 2018

20 anos de Godless Savage Garden do Dimmu Borgir


Alguns trabalhos considerados EPs, pela duração ou material apresentado, conseguem superar muitos álbuns de estúdio, os chamados Full Lengths. Eis um caso, o excelente Godless Savage Garden dos noruegueses do Dimmu Borgir. Após lançar um ultra-mega-clássico Enthroned Darkness Triumphant no ano anterior, eles aproveitaram o auge para descarregar no mercado (obrigado) esta peça fantástica, a começar pela capa, bem diferente das tradicionais capas do estilo, lembrando as bandas de Power Metal como Blind Guardian e outros. Muitos detratores da arte que o Dimmu passou a praticar depois dos dois primeiros álbuns adoram rebaixar este EP a medíocre. Danem-se todos eles, pois nós amamos, principalmente porque as 2 regravações de Honnerkongens Sorgsvarte Ferd Over Steppene e Raabjorn Speiler Draugheimens Skodde ficaram muito melhores aqui do que em For All Tid. As novas Moonchild Domain e Chaos Without Prophecy são empolgantes e poderiam estar em Enthoned Darkness (se é que aquele álbum precisa de mais alguma coisa), e o cover de Metal Hearth dos alemães do Accept que poderia soar estranho, é uma beleza rara à parte, assim como fizeram com Twisted Sister anos depois. As demais faixas são ao vivo, Stormblast, Master of Disharmony e In Death1s Embrace. Uma peça que merece e muito estar em qualquer coleção de amantes de metal extremo.

domingo, 2 de dezembro de 2018

20 anos de Christcrusher do Thy Serpent


A Finlândia estava em alta com o Metal no fim dos anos 90, com bandas como Stratovarius e Children of Bodom vivendo grandes momentos. O Thy Serpent então após 2 álbuns que seguiam aquela linha de Black Melódico que o Dimmu Borgir fazia no início, lançou este opus maravilhoso chamado Christcrusher. Se a faixa de abertura (Chambers of the Starwatcher) não muda tanto o que eles já vinham fazendo, já nos dedilhados que antecipam Curtain of Treachery vemos que os músicos trabalharam pesado para registrar um belo trabalho, com muita melodia e aquele clima dark que bandas como o Agathodaimon estavam fazendo tão bem. Vocais sempre rasgados de Azhemin que também registrou baixo e teclados que são uma constante no álbum, bateria de Agathon e guitarra de Sami, os músicos gravaram no Tico-Tico Studios e masterizaram o play no conceituado Finnvox da Finlândia. Na faixa Thou Bade Nothingness a primeira surpresa, os vocais limpos e graves do batera Agathon dão aquele clima medieval por lembrar o Folk Escandinavo, muito interessante, apesar de nada novo, mas um ponto a mais para o trabalho. O mesmo vocal já inicia a próxima faixa, So Free Are The Wolves, com clima de teclado soturno e bateria ao fundo, antes dos demais instrumentos entrarem em cena com os vocais rasgados de Azhemin. Àqueles que curtem velocidade e headbanging fica claro que esta não é a banda mais indicada, mesmo que esta faixa dê uma pequena acelerada mais à frente, para cair mais uma vez no clima dark. Mas parece que a banda sabia quais as suas melhores faixas e deixou para o final, porque as 4 faixas derradeiras são as melhores do álbum. Começando por Circle of Pain com belos fraseados de guitarra com direto a dedilhado no meio, a faixa título que é a mais acelerada e mais Black Metal do álbum, que pancada!! e duas maravilhas em forma de música, Crystalmoors e Calm Blinking, pra fechar este que foi o último registro de estúdio da banda, apesar de ainda estar ativa. Detalhe: o batera Agathon já tocou no Barathrum e hoje participa de Soulgrind e Gloomy Grim, o guitarrista Sami no Beherit e entre 97 e 98 a banda teve ninguém menos na guitarra que Alexi Laiho do Children Of Bodom. Coisas de um país pequeno territorialmente falando.