sábado, 24 de setembro de 2022

20 anos de Infernum - Prelude to a New Reign do Unearthly!!!


Conheci o Unearthly numa época inimaginável para os apreciadores mais jovens do metal, pois recebi uma fita cassete com a gravação de "Infernum - Prelude to a New Reign" de um amigo que conheci apenas por correspondência. Naquela época com a internet começando a engatinhar, onde quem tinha um e-mail estava à frente dos outros, e a chegada de uma correspondência na caixinha dos Correios era sinônimo de enriquecimento musical, quando você tinha oportunidade de ouvir algumas bandas que fugiam de seu círculo de amizades presenciais. O debut dos cariocas foi lançado pela Encore Records e contava com os membros Mictian (hoje no Affront) no baixo, Lord Thoth nos vocais e guitarras, Leghor na bateria (hoje no Affront e Tellus Terror) e Hysrucs nos teclados. O que se ouvia neste álbum sensacional era um black metal ríspido e ultra veloz, com algumas quebradas perfeitas para o headbanging, tudo muito bem produzido, diga-se de passagem. O álbum apresenta as músicas mais esporrentas da banda, natural para o primeiro lançamento, pois nos próximos trabalhos a banda foi lapidando seu som, acrescentando mais melodia e nuances death metal, mas nunca deixou de ser uma máquina de metal extremo e um dos maiores representantes deste nicho no estado carioca. Uma pena a banda ter encerrado atividades há alguns anos e o selo Encore também não estar mais na ativa, pois este trabalho merece muito um relançamento e chegar aos ouvidos de mais bangers espalhados pelo mundo.

 

domingo, 18 de setembro de 2022

20 anos de ॐ do Soulfly!!!


Tudo bem que a proposta de som do Soulfly não seja uma que se aproxime do ideal para quem vos escreve e também da maioria dos seguidores do Metal e Loucuras, mas também não podemos negar que o maior riffeiro do Brasil, e um dos melhores vocalistas, é o comandante do Soulfly. E sinceramente, não acreditei na longevidade da banda na época que ouvi o debut, após a conturbada e inesperada saída de Max do Sepultura. Foi um enorme baque, mesmo não tendo curtido o direcionamento do Roots. Mas a banda que caminhava a passos firmes pelo New Metal chegava a seu terceiro álbum, com Max nas guitarras, voz, berimbau e outros instrumentos percussivos, ao lado do baixista Marcelo Dias (ex The Mist), o baterista Roy Mayorga (que havia tocado com Ozzy e hoje integra o Ministry) e Mike Doling na outra guitarra. De pontos positivos é claro que temos a agressividade, com Max berrando como de costume, como na poderosa "Enterfaith", mesmo que as incursões acústicas em letras que falam de dogmas e fé desde a época de Regnum Irae presente no álbum Arise, quebrem um pouco a empolgação da música. Mas é exatamente isso que acaba acontecendo com os trabalhos do Soulfly. Tem tantas ramificações além do metal, que se a maioria fosse limada dos álbuns, a banda entregaria 30 minutos de música bastante consistente. Ok que alguns elementos mais clean acabam gerando bons momentos, como em "One" (que os deuses do metal perdoem os caras por nomear uma música com o nome do maior hino do thrash), com os vocais limpos de Christian Machado do Ill Niño, que ficaram bem encaixados. Outro destaque é a cacetada "Tree of Pain" que vai te fazer entrar no pula pula e no bate-cabeça, pelo menos em sua maior parte do tempo. A versão de "One Nation" do Sacred Reich também não poderia passar batido, outra porrada na cara com a sutil influência hardcore. 9-11-01 como o próprio nome diz é uma lembrança ao fatídico 11 de setembro com os ataques terroristas nos Estados Unidos, e a faixa nada mais é que 1 minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia. Ela serve para abrir 02 dos momentos mais raivosos do álbum, a curta e grossa "Call To Arms" e a pesada (até certo ponto) "Four Elements". É o que eu disse, no meio de tantas loucuras que serpenteiam a mente de Max, pode-se tirar 30 minutos de porrada extrema de muito bom gosto pra quem não abre mão do headbanging.

 

sábado, 10 de setembro de 2022

20 anos de The Last Bewitchment do Penumbra!!!


Penumbra da França deu um grande salto entre seu debut, "Emanate" de 1999 para "The Last Bewitchment" em 2002, tanto em qualidade quanto na descoberta de um rumo a seguir, visto que no início eles ainda não haviam definido a direção correta, ainda perdidos entre vários nichos, do Black ao Gothic Metal. Já neste trabalho, que foi lançado no Brasil pela Hellion, a banda gravou um symphonic gothic por excelência, rivalizando com grandes nomes do estilo como Epica e Tristania. A produção é ótima, e os arranjos de orquestra casaram perfeitamente com o objetivo. Os vocais masculinos de Agone e Jarlaath se dividem entre guturais e rasgados, enquanto a voz de soprano de Medusa dá o toque final na rica melodia. Temos um bom trabalho de guitarras, a cargo de Dorian e Neo, com arranjos que não soam repetitivos e dominam as músicas, mesmo que os teclados de Zoltan estejam sempre presentes. Na cozinha, Agone (baixo) e Garlic nas baquetas, fazem um grande trabalho. Uma pena o Penumbra não ter tanta exposição entre todas aquelas bandas com vocais guturais e femininos, pois lançaram um grande álbum. O oboe é um instrumento interessante, que já fazia parte do debut, e poderia ser mais utilizado. A faixa "Insurrection" fará você se lembrar de Therion, apesar de em nenhum momento soar pretensiosamente como uma cópia, pois o DNA dos franceses está incrustado na música, principalmente quando entram os vocais rasgados. Nela ainda temos um pouco de influência eletrônica, mas nada que ofusque o brilho. Em "Testament" ouvimos Medusa cantar diretamente em nossa alma, uma semi balada emocionante e um dos grandes momentos do play. Uma dica, se você é fã de "Prison of Desire" dos holandeses do "After Forever", você vai amar The "Last Bewitchment".

 

domingo, 4 de setembro de 2022

31 músicas com a letra "W" que você tem que ouvir antes de morrer.

 


O Metal e Loucuras preparou um especial com 31 hinos da música pesada que você precisa conhecer, porque são realmente fundidas!!!!


01 - Metallica - Welcome Home (Sanitarium) (1986) - Difícil imaginar aqueles moleques que gravaram Kill" Em All com tanto furor chegarem numa melodia tão fascinante como a de "Welcome Home". Um dos maiores inícios do thrash carregado de melancolia, uma música que cresce em raiva, em complexidade e traz um sentimento angustiante e passional a qualquer ser vivo, dotado de sentimentos, que possa caminhar sobre este solo. Como não nomear o Metallica como a maior banda do planeta ao ouvir um som como Welcome Home (Sanitarium)?

02 - Pantera - Walk (1992) - Que riff, que peso, que fúria! Cara, se você não se mexe ou não sacoleja seu crânio ouvindo Walk do Pantera, você está ouvindo o som errado. Isso aqui é para ouvir com o amplificador no máximo e com 20 caixas de som plugadas no seu system. Sensacional, Pantera, Sepultura e Machine Head foram as bandas que mantiveram o thrash (mesmo com todo groove) em evidência nos anos 90.

03 - Sextrash - Wind Assassin (1992) - A melhor música do melhor álbum de uma das bandas mais importantes do cenário nacional. Essa música tem duas partes distintas, a primeira mais arrastada com os vocais cavernosos de Oswaldo metendo o terror, e aquela pancadaria após 2 minutos separados por aquela melodia de guitarras sensacionais. Os solos são mórbidos, muito mórbidos, e a bateria despeja blast beats por todos os lados. Um hino do death metal nacional. 

04 - Black Sabbath - War Pigs (1970) - A música que abre o segundo trabalho dos criadores do heavy metal é algo absurdo de se ouvir. Com um som de baixo aprendido em outro planeta por Geezer Butler, War Pigs mostra a indignação com o senhores da guerra, numa música com guitarras hipnotizantes, e uma bateria que serve de base para um dos melhores momentos de Ozzy à frente do Sabbath. Você não precisa gostar de Black Sabbath para gostar de War Pigs!

05 - Deicide - When Satan Rules His World (1995) - Os americanos do Deicide perambulavam pelas páginas das revistas especializadas do mundo, muito mais pelas excentricidades de seu mentor que pelo seu som, o que é uma pena, pois os primeiros 4 trabalhos do Deicide são a maior prova de destruição sonora que o death metal poderia mostrar ao mundo. Esta música em especial tem um refrão tão sensacional, com os guturais de Benton tão absurdamente malignos, que não tem como você ficar parado. Uma das melhores músicas já forjadas dentro do metal da morte.

06 - Anathema - We, The Gods (1995) - O som de baixo que abre esta música traz tanta saudade daquela época de novidades que o Death Doom me trazia! Mesmo que os vocais de Darren White estejam longe do grotesco apresentado no debut "Serenades", a melancolia, tristeza inenarrável de canções aterradoras, fazem desta música (e de todas as outras do EP) um momento de solidão e ódio descomunais. "We, The Gods" vai da miséria da alma ao desejo de vingança com tanta convicção que é impossível não amá-la com todo fervor de seu coração.

07 - Moonspell - Wolfshade (a Wherewolf Masquerade) (1995) - A obra mais violenta dos portugueses se abre com esta fantástica canção sobre o lobo, animal que acompanha a trajetória da banda até os dias de hoje. A influência gótica aliada ao black metal fazia do Moonspell uma banda com estilo próprio, em um país que ainda não era sinônimo de metal, e as vozes graves de Fernando Ribeiro contrapostas aos seus ótimos vocais rasgados, elevaram o status do Moonspell a um dos maiores representantes da música dark dos anos 90. 

08 - Tiamat - Whatever That Hurts (1994) - O quarto álbum dos suecos do Tiamat também é o mais Doom, uma obra de perfeição extrema, com melancolia ao nível máximo. Esta música tem um início sensacional, os vocais sussurrados de Edlund são quase hipnóticos. Mas quando o peso entra, e com ele toda raiva cósmica de uma terra em constante evolução para o caos, você percebe que está ouvindo uma obra diferenciada, mesmo que apostando num estilo quase totalmente oriundo do Reino Unido, Tiamat mostrava que era uma das quatro grandes forças da música mais deprimente e emocional do planeta.

09 - Overkill - Wrecking Crew (1987) - Thrash puro! Tem alcunha melhor para o que o Over Kill criou em seu segundo play? Riffs acelerados, bateria frenética, coral de bêbados vociferando a destruição alheia. Um bate-cabeça perfeito, e na época em que os vocais de Bobby Blitz estavam no auge, conseguindo gritos raivosos e quase agudos. Abra uma cerveja e aumente o volume.

10 - Immortal - Wrath from Above (2000) - A segunda faixa de um dos melhores álbuns de black metal é um arrasa quarteirão digno de pescoços precisando de uma boa dose de morfina. Os riffs que Abbath criou para esta pequena obra do caos, aliados a vocais monstruosos, uma bateria caótica e andamentos que aceleram e reduzem de acordo com a ambiência necessária, tornam esta música um hino maldito e célebre. Nota 11 para os vocais cavernosos. Música simplesmente insana!

11 - Metallica - Wherever I May Roam (1991) - O início remete a música oriental, e a letra fala da estrada como uma noiva e de qualquer lugar como um lar. Certamente com o álbum mais conhecido do metal os músicos passaram muito mais tempo na estrada entoando canções sensacionais ao redor do mundo e esta é uma das mais fantásticas do trabalho. Tem uma certa melancolia na letra e na melodia, mas te faz cantar junto a plenos pulmões, além de ter um dos solos mais belos do álbum.

12 - Megadeth - Wake up Dead (1986) - A faixa de abertura de um dos maiores clássicos da história do thrash americano é a arrasadora "Wake up Dead", com riffs que levantam qualquer cadáver. Finalmente Mustaine estava pronto para competir de igual para igual com qualquer banda do planeta e os riffs acelerados, junto a uma bateria indecente com mudanças de andamento geniais e solos de guitarra perfeitos e extremamente bem encaixados deixam qualquer bate cabeça de boca aberta. 

13 - Paradise Lost - Weeping Words (1993) - A dificuldade entre esta música e Widow, do mesmo álbum, que tem uma força quase ao estilo "Gothic" foi enorme, já que Icon é para mim a maior obra do Paradise Lost, um álbum tão perfeito e poderoso, desde a capa essencialmente doom, até o último segundo. Enfim, talvez o refrão de Weeping Words tenha sido o ponto de desempate, uma música que não merece ser definida em palavras, mas ouvida com o coração. 

14 - Exodus - War Is My Shepherd (2004) - Uma pancadaria exalando raiva calcada em riffs épicos de um vigoroso Thrash Metal. Talvez uma das maiores atuações de Steve Zetro Souza esteja no álbum de 2004 do Exodus e isso transparece em cada minuto desta música que certamente já deixou muitos pescoços doloridos pelo mundo. Músicas como esta devem ter influenciado muito na escolha de Gary Holt para o lugar de Hanneman no Salyer.

15 - Rotting Christ - Wolfera the Chacal (1994) - Presente no segundo full da maior banda da Grécia, é uma música que tem elementos melódicos elevados pelos teclados, mas ainda assim carrega um sentimento de crueza dos primórdios do black metal. A bateria de Themis também é muito interessante, pois mesmo que seja um acompanhante, agrega valor com batidas precisas e fortes, e soa muito bem até nos momentos mais extremos.

16 - Sepultura - We Who Are Not As Others (1993) - Pode ser uma das músicas mais diferente de Chaos AD, perdendo só para Kaiowas, mas com muito groove ela nos dá uma sensação de loucura controlada, se é que isso existe. A letra é apenas o título repetido e gritado várias vezes, mas as batidas tribais dão uma sensação de ódio e desespero iminentes que tornam tudo mais interessante. E as risadas malucas no final com o baixo estalando são a cereja do bolo.

17 - Chakal - War Drums (2004) - Foi neste álbum que o verdadeiro Chakal voltou à ativa depois de tantos anos, doa a quem doer. Os riffs soberbos acompanhados de uma sirene abrem os portões para uma destruição sonora feita com competência, e que vai acelerando a cada compasso, com a bateria de Wiz em ritmo eletrizante, o baixo de Toniolo dando voltas ao redor dos riffs de Cabelo e Mark enquanto Korg vocifera como um demente, acompanhados por outros dementes de peso no final da música.

18 - Iced Earth - Watching Over Me (1998) - Pode não ser a melhor música do Iced Earth, mas tem uma melodia espetacular, mesmo que carregue um sentimento de tristeza, uma letra que fala da perda de um amigo. Mas a interpretação de Barlow é irrepreensível e faz você cantar junto sempre que ouve.

19 - Burzum - War (1992) - Ninguém precisa gostar do músico para apreciar a obra. Mas se você gosta de metal esporrento não tem como não curtir esta música que está no primeiro álbum dos noruegueses. Pode ser mal gravado, pode ser o mesmo riff repetido, pode ter influência do início do Destruction, mas que é uma paulada nojenta e asquerosa no melhor sentido, isso é.

20 - Iron Maiden - Wratchild (1981) - Uma das melhores músicas do segundo álbum da Donzela, que se inicia com o baixo do chefão Steve Harris e um dos grandes momentos de Paul Di' Anno. Mesmo sendo super fá do Bruce, Killers ainda está entre meus álbuns favoritos do Iron, e esta música sempre lembra aquela época maravilhosa onde descobrimos o metal e cada nota era uma novidade que dificilmente sairia de nossas mentes.

21 - Bathory - Woman of Dark Desires (1987) - O gênio à frente do Bathory se revelava até nas coisas mais sutis, como nomear um faixa com o nome que poderia simplesmente ser o nome da banda, já que é da condessa Bathory que fala esta música. A gravação pode não ser a melhor, mas perfeitamente coerente com a proposta e com o ano em que foi lançada. E quando você tem um refrão no black metal que fica na cabeça, pode ter certeza que a coisa foi feita de forma elaborada e criativa.

22 - Twisted Sister - We're Not Gonna Take It (1984) - Um grito de resistência. A banda lutava pela liberdade de expressão e pelo direito de trocar o politicamente correto pelo que "desse na telha" e criou um dos maiores hinos do hard rock. A clareza com que se ouve os instrumentos, a batida de bateria e os gritos de rebeldia são até hoje um dos mais conhecidos e festejado do rock. 

23 - Tristania - Wormwood (2001) - O início desta música causa arrepios, seja nos corais, seja nos vocais rasgados sobre os limpos. A raiva que emanam dos guturais em seguida mostra que a banda não se abalou com a saída de seu principal compositor, e os vocais angelicais de Vibeke logo trazem calma e beleza aos ouvidos. Um clássico do famigerado estilo "A Bela e a Fera", que nada mais é que a união do gótico com o death\doom com vocais urrados e femininos.

24 - Metallica - Whiplash (1983) - Quando os riffs realmente engrenam após uma introdução pesada, parece que uma locomotiva é ligada e acelera como um touro. A letra é um hino para quem vai bangear até sangrar em um show e o thrash escorre pelas paredes com esta música. James berra como um demônio e se mostra o melhor vocalista do estilo que eles encabeçavam. Acelera, aumenta o volume e sai de baixo!!!

25 - Drowned - Words From The Pit (2001) - O debut dos mineiros do Drowned tem 4 faixas com a letra W e todas poderiam estar aqui, principalmente Who's the King, mas Words From the Pit condensa toda a fúria death/thrash que os músicos carregavam. Ela é veloz como um raio e não deixa pedra sobre pedra como um furacão. Os vocais de Fernando são os mais rasgados da carreira nesta música e ela deve rivalizar com pérolas do metal mineiro como The Black Vomit e Night Pigs.

26 - Guns n' Roses - Welcome To The Jungle (1987) - Uma das músicas mais viscerais do hard rock que abre um dos melhores álbuns da história. No vídeo clipe você vê que os músicos ainda tinham aquele visual hair metal, com exceção de Slash que já ostentava a cabeleira rebelde sob o chapéu. A letra, cantada com malícia e swing, apresenta os perigos e delírios de uma cidade grande. A trupe de Axl Rose chegou chutando a porta para conquistar o mundo.

27 - Slayer - War Ensemble (1990) - Esta música abre um dos melhores álbuns de Thrash Metal da história. Aqui os vocais de Tom Araya atingiram seu ápice, e a banda balanceou perfeitamente a velocidade com a cadência, com riffs insanos e solos de guitarra perfeitos. O nome da música gritado por Araya não tem preço.

28 - Skid Row - Wasted Time (1991) - Baladas são sempre controversas. Há quem ame e quem ache que deveriam estar bem longe de uma lista destas. Mas a música que estourou pelas FMs do mundo fazendo com que garotas se apaixonassem por seu vocalista Sebastian Bach é uma canção de tirar o chapéu. As notas que o rapaz conseguia tirar do fundo da garganta impressionam, e a melodia é linda, além de ter um desfecho que muda o tom da música para algo mais melancólico. Além, é claro, de fechar um dos melhores álbuns de hard rock da história.

29 - Samael - Worship Him (1991) - A música que nomeia o debut da banda suiça que casou a morbidez com o black metal de forma sensacional é um exemplo claro daquilo que eles faziam. Riffs arrastados e cortantes mas que não te impedem de bangear, peso na medida certa, bateria e baixo no compasso do flagelo e os vocais de Vorphalack medonhamente cavernosos. Eles conseguiram gravar antes da maioria da cena norueguesa mas estouraram mesmo pouco depois, porém ouvindo esta música percebemos que estavam à frente de muitos na qualidade técnica.

30 - Faith No More - We Care a Lot (1985) - Não se assuste com o visual excêntrico dos músicos no vídeo clipe desta música, afinal eles estavam buscando seu espaço em seu primeiro álbum. Esta música tem um casamento perfeito entre o baixo de Bill Gould que apresenta um timbre limpo e sensacional com os teclados de Roddy Bottum que fazem uma camada suave, porém sinistra. Um grande começo para uma banda que passaria ao estrelato após entrada de Mike Patton alguns anos depois. Marcado pela ironia política e do show business desde o início, temos um refrão simples que gruda na cabeça.

31 - HeadHunter DC - Why Wars? (1991) - Quase 6 minutos de pancadaria marca o desfecho de um álbum brutal de nossa terra brasilis. A música, segunda do álbum que contém uma interrogação no título, não te dá descanso, como seria de se esperar num death metal com esta duração. Os riffs são matadores, quase thrash, e Ballof vomita toda sua indignação contra a imbecilidade e inutilidade das guerras. Um salve à letra consciente do Head Hunter e vida longa ao Death Cult!

20 anos de Crucible de Halford!!!


A banda solo do eterno vocalista do Judas Priest retornava aos holofotes com seu segundo álbum em 2002, intitulado "Crucible". Com uma arte de capa muito simples e nada atrativa artisticamente falando, ela representa a permanência do Metal God no nicho em que todos queriam, o metal. Podemos dizer que com este álbum sua banda solo seguiu adiante, não se prendendo à mesma fórmula de estreia, que tinha o intuito de nos remeter ao seu último e melhor registro junto ao Judas, o excepcional "Painkiller". Para quem é fã daquele petardo, "Crucible" pode, a início, ter decepcionado um pouco, pois não tem a mesma energia e agressividade do "Resurrection", mas certamente agradou muito mais que a experiência denominada "2Wo". A melhor porrada deste play vem na faixa 4, a "painkillheriana" "Betrayal", que também tem um arranjo de bateria em seu início. Aliás temos que citar Bobby Jarzombek, pois seu trabalho é digno de nota 10. O início com a faixa título e "One Will" não é ruim, são músicas mais hard que heavy, e depende do seu gosto para colocá-las à frente de "Handing Out Bullets", por exemplo, que é muito mais explosiva e acelerada. Os guitarristas Patrick Lachman e Metal Mike caminharam pela calçada nesta avenida movimentada do heavy metal, destilando riffs com segurança, mas acredito que uma produção mais crua como no "War of Words" do "Fight" poderia tornar "Crucible" um álbum ainda mais representativo nos assuntos voltados ao metal. A faixa "Hearts of Darkness" é um exemplo disso. Ela tem um ótimo groove, e a voz de Halford bem mais espectral, se o peso fosse mais bem fixado nesta música ela ganharia tons bem mais carregados. O álbum fecha com "Trail of Tears" que também é uma boa música, com mais ênfase no groove. Um bom álbum para curtir em alguns momentos, mas nada que mudará o movimento de rotação da terra.