Tudo bem que a proposta de som do Soulfly não seja uma que se aproxime do ideal para quem vos escreve e também da maioria dos seguidores do Metal e Loucuras, mas também não podemos negar que o maior riffeiro do Brasil, e um dos melhores vocalistas, é o comandante do Soulfly. E sinceramente, não acreditei na longevidade da banda na época que ouvi o debut, após a conturbada e inesperada saída de Max do Sepultura. Foi um enorme baque, mesmo não tendo curtido o direcionamento do Roots. Mas a banda que caminhava a passos firmes pelo New Metal chegava a seu terceiro álbum, com Max nas guitarras, voz, berimbau e outros instrumentos percussivos, ao lado do baixista Marcelo Dias (ex The Mist), o baterista Roy Mayorga (que havia tocado com Ozzy e hoje integra o Ministry) e Mike Doling na outra guitarra. De pontos positivos é claro que temos a agressividade, com Max berrando como de costume, como na poderosa "Enterfaith", mesmo que as incursões acústicas em letras que falam de dogmas e fé desde a época de Regnum Irae presente no álbum Arise, quebrem um pouco a empolgação da música. Mas é exatamente isso que acaba acontecendo com os trabalhos do Soulfly. Tem tantas ramificações além do metal, que se a maioria fosse limada dos álbuns, a banda entregaria 30 minutos de música bastante consistente. Ok que alguns elementos mais clean acabam gerando bons momentos, como em "One" (que os deuses do metal perdoem os caras por nomear uma música com o nome do maior hino do thrash), com os vocais limpos de Christian Machado do Ill Niño, que ficaram bem encaixados. Outro destaque é a cacetada "Tree of Pain" que vai te fazer entrar no pula pula e no bate-cabeça, pelo menos em sua maior parte do tempo. A versão de "One Nation" do Sacred Reich também não poderia passar batido, outra porrada na cara com a sutil influência hardcore. 9-11-01 como o próprio nome diz é uma lembrança ao fatídico 11 de setembro com os ataques terroristas nos Estados Unidos, e a faixa nada mais é que 1 minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia. Ela serve para abrir 02 dos momentos mais raivosos do álbum, a curta e grossa "Call To Arms" e a pesada (até certo ponto) "Four Elements". É o que eu disse, no meio de tantas loucuras que serpenteiam a mente de Max, pode-se tirar 30 minutos de porrada extrema de muito bom gosto pra quem não abre mão do headbanging.
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