segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

20 anos de The Brotherhood do Running Wild!!!


Conversando estes dias com meu amigo Bruno, guitarrista da banda Pullverizer, falávamos do Running Wild da Alemanha, mais especificamente do álbum "The Brotherhood", que completa 20 anos, e é notório para todos que a banda de Rolf Kasparek não se tornou tão grande quanto um Grave Digger ou um Saxon, devido aos problemas com sua antiga gravadora, a Noise Records, que limitava a divulgação da banda em diversas partes do mundo, pois a qualidade que o time comandado por Rolf ao longo da história sempre cravou em álbuns de relevância na cena metal é nítida, com seu Heavy Metal às vezes acelerado ao ponto Speed, às vezes com aquele peso e charme que tem o Power. Mas é uma banda que você reconhece à primeira audição após apertar o play. O álbum é o décimo terceiro da carreira e traz alguns clássicos em seu repertório, e a banda se completa com Peter Pichl no baixo e backing vocals e Ângelo Sasso na bateria. Aí temos uma pequena polêmica, pois reza a história que este play foi gravado com bateria programada e Sasso, que segundo Rolf era um músico que não queria ter ser nome real creditado e morreu de ataque cardíaco em 2007, era um personagem tão fictício quanto os piratas das letras do Running Wild. Como esta não é uma resenha investigativa, ficaremos com a versão de Rolf, e que Sasso esteja em um bom lugar. Há duas faixas neste trabalho que merecem ser citadas, as fenomenais "Soulstrippers" e "Dr. Horror" com seu riff contínuo e batida hipnótica, além do refrão grudento com a voz singular de Rolf. Mas estes dois destaques merecem nota máxima enquanto as demais ficam à distância de meio ponto apenas. Pois num álbum em que até a instrumental "Siberian Winter" se destaca, o que mais você quer? Só resta ouvir no talo!!!

 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

20 anos de Gore Obsessed do Cannibal Corpse!!!


Enfim o monstro George Corpsegrinder Fisher empatava em número de álbuns de estúdio com seu antecessor, Chris Barners, e a banda lançava um álbum tão destruidor que enfim as viúvas do ex-vocalista não tinham mais do que chorar. A linda capa (e censurada em vários países) traz nossos amados e repugnantes cadáveres se banqueteando num baita churrasco (ou seria um sushi humano?). Gore Obsessed é brutal de ponta a cabeça e tem uma produção sensacional de Neil Kernon, fazendo da massa sonora do Cannibal Corpse um paredão impenetrável e totalmente coerente com uma banda que atingiu o ponto mais alto que o famigerado death metal poderia alcançar. Além da guturalidade invejável de Fisher, que é um frontman de responsa nos palcos, temos Jack O'Brien e Jack Owen mandando riffs insanos atrás de riffs mortais. Tente não vomitar de prazer ouvindo a espetacular "Pit of Zombies", uma das melhores músicas da carreira destes loucos. A cozinha com Alex Webster no baixo e Paul Mazurkiewics na batera é como um exército medieval abrindo caminho a machadadas. "Dormant Bodies Bursting" tem uns breaking downs tão fudidos que em apenas 02 minutos ela é capaz de botar uma casa de shows abaixo. Outros grandes momentos do álbum são a porrada seminal "Compelled To Lacerate", as duas faixas curtas de abertura, "Savage Butchery" e "Hatchet To The Head", o final raivoso de "Grotesque" com Fisher urrando de forma esplendorosa "Did I Kill Them" repetidas vezes, e a versão ultra, mega hiper desgracenta de boa para "No Remorse" do Metallica, que na versão do Cannibal ficou "quase" melhor que a original, hehe!!! Vinte aninhos engrossando pescoços pelo mundo.

 

sábado, 19 de fevereiro de 2022

20 anos de Judas Christ do Tiamat!!!


O Tiamat da Suécia apareceu na cena praticando um Death Metal com influências Dark e Doom, mas mudou radicalmente de estilo após quatro álbuns sensacionais e mergulhou no estilo gótico com rock. Nós até que abominamos esta mudança, mas quando a banda começou a incorporar novamente a melancolia em sua música, mesmo que caminhando paralelamente ao metal, voltamos novamente as atenções ao Tiamat, porque música melancólica, desde que não seja uma choradeira repetitiva, é muito bom. O álbum começa com duas faixas que exemplificam esta característica mais deprê, com o baixo de Iwers fazendo diferença em camadas totalmente hipnóticas, onde a tristeza de "The Return of the Son of Nothing" é a responsável por abrir as portas de uma nova era para a banda, mas que é em "So Much For Suicide" que este play realmente vai te fisgar, já que os vocais de Edlund nela estão sensacionais, lembrando as derradeiras faiixas de "Wildhoney" e temos um solo de guitarra perfeito para o clima da música. Se você curte algo mais pra cima, ouça "Vote For Love", que não me convenceu muito, mas "The Truth's For Sale" corrige isso, mesmo que não tenha a mesma magia das duas primeiras, novamente temos um solo de guitarra especial. Enquanto "Fireflower" adiciona um pouco mais de peso à bolacha "Summer By Night" dá uma guinada na direção para algo mais oriental, pena que é uma faixa instrumental. Então temos "Love Is as Good as Soma", outra música de alto nível, muito melhor para quem acompanha a letra, e ideal para ouvir a dois, desde que sejam dois loucos que se amam. Anos atrás eu gravei a música "Angels Holograms" em uma coletânea por algum motivo, provavelmente pelo título, e por isso é a música com que mais me identifico em "Judas Christ" e ela tem aquela pegada Paradise Lost em sua fase mais gótica, num ritmo um pouco mais acelerado que as demais. De diferente temos a faixa "Heaven of High" que chega a lembrar uma balada country, mas que não chega a ser nada assustador. Você quer curtir um som sem agitar muito, tomando um vinho e pensando nas coisas tristes (e boas) da vida? "Judas Christ" é uma indicação.

 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

20 anos de HateCrowded do Imperious Malevolence!!!


O metal feito no Brasil é riquíssimo, devastador e enche de orgulho quem se deleita com suas obras, seja por trabalho, hobby, ou lazer. Em cada canto de nossa enorme nação encontramos grupos de amigos que se juntam para dar vazão a sentimentos, ideologias e colocar seu talento musical em prática. Curitiba sempre foi um polo de bandas extremas de grande qualidade que já nos apresentou vários ícones e de onde continua surgindo sempre trabalhos fenomenais. O Imperious Malevolence já é velho conhecido dos bangers brasileiros, pois desde metade dos anos 90 despeja seu death metal em nossos tímpanos com muito bom gosto e tem uma de suas principais obras, a pancadaria nomeada HateCrowded, completando 20 anos de existência. Com uma arte legal (veja o vídeo que postamos no Instagram e Facebook em fevereiro deste ano), a banda na época formada por Emanuel e Mano nas 6 cordas, Antônio Death nas baquetas e Rafahell no baixo e urros do inferno, lançou pelo selo Deafen este artefato que agradou aos amantes do death tradicional e do brutal death metal. A proposta era ser ultra rápido, você até encontra influências de Deicide em alguns momentos, e o baixo, mesmo que componha a massa sonora em geral, dá o ar da desgraça em momentos sublimes como na faixa de abertura "Burning". Para quem sabe apreciar uma boa pancadaria, temos vários momentos sensacionais, como nos riffs old school de "From Eternal Vacuum Storms"  que remetem àquele estilo do Panic, banda de Porto Alegre, de muito sucesso nos anos 90, e chegam ao seu ápice na poderosa "Arquiteto da Destruição", cantada em português, e grande destaque do opus. Para quem andou perdido nos anos 2000 ouvindo apenas o que veio de fora, vale a pena garimpar o solo tupiniquim e escavar obras como esta para degustar.

 

sábado, 12 de fevereiro de 2022

20 anos de Sons of Northern Darkness do Immortal!!!

 


Há uma parcela de fãs que questionam o direcionamento mais técnico que o Immortal da Noruega tomou a partir de "At The Heart of Winter", culminando neste opus lindamente intitulado "Sons of Northern Darkness". Eu já sou maior adepto desta fase rica em riffs e melodias que tornam cada música única e cada álbum memorável e acho este trabalho sensacional. Mantendo a tradição dos membros ilustrando a arte da capa, neste, com tons azuis e os músicos ostentando portentosas armas medievais da arte negra, o Immortal acaba sendo uma das poucas bandas que usam deste artifício de se colocarem nas capas e mesmo assim se destacam neste aspecto. O álbum se mostra forte pelas músicas mais cadenciadas, ao contrário do anterior "Damned in Black" em que se saíram muitíssimo bem em partes mais rápidas, aqui músicas como "Demonium" acabam mais apagadas, enquanto "Within The Dark Mind", "Antarctica" e a perfeita "Tyrants" acabam roubando a cena, com seus riffs pesados, bateria forte com pedais duplos invocados quando necessário e os vocais rosnados com aquela competência de sempre, mas desta vez um pouco mais soturnos do que gritados. O início é arrasador com "One By One", a faixa título e a já citada "Tyrants" e se você não for tomado por estas três músicas, pode tirar o CD do aparelho e voltar a ouvir outra coisa, porque o cartão de visitas é de ouro e se não te fazem sorrir de um canto a outro da orelha você tem algum problema. Demonaz, como vocês devem saber, deixou de tocar guitarras justamente no período em que a banda ficou menos brutal e este já é o terceiro trabalho em que ele escreveu apenas as letras, enquanto Abbath se encarregou sozinho das guitarras (que peso lindo na metade de "In My Kingdom Cold") dos vocais e do baixo, enquanto Horg desce a lenha na bateria e Iscariath era o baixista, que só gravou o baixo em One By One, mas aparecia bem nas fotos. Este álbum completa 20 anos como se tivesse sido gravado ontem, e é um ítem essencial na estante de quem ama metal extremo e feito com muito capricho.



domingo, 6 de fevereiro de 2022

20 anos de Folk-Lore do Cruachan!!!

 


O Cruachan da Irlanda foi criado para unir a música Celta ao Black Metal, uma fonte em que muitas bandas beberam posteriormente, tornando-se inclusive mais conhecidas. Não que os irlandeses tenham criado o Folk Black Metal, mas se em 2002 eles chegavam a seu 3º registro, o belo Folk-Lore que completa 20 anos, então, a banda já tem alguma história pra contar. A arte da capa, assim como no debut e em trabalhos posteriores, traz imagens que remetem ao tema, adornados por símbolos celtas que preenchem a maioria dos espaços, e foi criada pelo membro e flautista John O' Fathaigh. A percussionista Karen Gilligan tem grande participação nas vozes, além dos teclados do vocalista Keith Fay, mas você irá ouvir muitos instrumentos que fogem à regra do metal, como violinos, violoncelos, banjo e bandolim, além das flautas, é claro. Nas músicas que abrem o trabalho, com exceção à instrumental "The Victory Reel" temos a sensação de que teremos apenas vozes femininas no álbum, com andamento lento e belas melodias. São elas "Bloody Sunday" e "Death of a Gael". Mas em "The Rocky Road To Dublin" já temos os vocais limpos masculinos em linhas totalmente folk. Parece que o metal entra mesmo é em "Ossian's Return", com mais peso nas guitarras e vocais mais metálicos, porém sem sequer se aproximarem do black. "Spancill Hill" é lenta e não empolga, mas traz uma letra cheia de nostalgia que certamente mexe com a memória dos irlandeses longe de casa e "The Children of Lir" é um belo folk-metal com bons riffs, enquanto a balada "Ride On" é um dos melhores momentos de Folk-Lore. Belíssima, num contraste triste e profundo entre as vozes femininas e os vocais masculinos e roucos. Agora, se seu negócio é a parte mais extrema que uma banda como o Cruachan sabe apresentar, pule para o final com "Exiles", a única com vocais extremos. 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

20 anos de Demoniac Holocaust do Ancestral Malediction!!!


Não tem muita técnica nem firula, assim é o debut do Ancestral Malediction, banda do underground nacional, formada em Tremembé, São Paulo, em meados dos anos 90. A começar pela tosca arte da capa, a banda desce o porrete sem dó num death metal brutal e veloz. O play, lançado pela Mutilation, não chega a 30 minutos de desgraceira, mas certamente deixa pescoços doloridos e canelas roxas num bom mosh empoeirado. Mesmo em meio ao caos você consegue ouvir bem os instrumentos, nada que possa soar próximo de um som limpo, mas não é aquela famosa gravação de ensaio no quarto dos fundos do baterista (haha, ok, esta é a história da minha ex banda). A banda, formada na época (e até os dias atuais) por Emerson Ferreira (guitarra), Eduardo Claro (guitarra e vocal), Ronaldo William (bateria e vocais - também do Funeratus) e Hélio Ferreira, que deixou a banda após o debut, se beneficiava do instinto de destruição, inerente à alma de qualquer músico que se preze no underground nacional, e conseguiu sintetizar todo extremismo nesta bolacha perturbadora. Death metal típico brazuca, com um toque de Suffocation dos Estados Unidos, traz pedradas intituladas como "Infernal Spell", uma das melhores, "Legions Return" com um bate estaca violentamente bom e "Holy Deceiver". Se você quer passar bem longe de belas melodias, "Demoniac Holocaust" é um prato cheio de vermes para você se deliciar.