O Cruachan da Irlanda foi criado para unir a música Celta ao Black Metal, uma fonte em que muitas bandas beberam posteriormente, tornando-se inclusive mais conhecidas. Não que os irlandeses tenham criado o Folk Black Metal, mas se em 2002 eles chegavam a seu 3º registro, o belo Folk-Lore que completa 20 anos, então, a banda já tem alguma história pra contar. A arte da capa, assim como no debut e em trabalhos posteriores, traz imagens que remetem ao tema, adornados por símbolos celtas que preenchem a maioria dos espaços, e foi criada pelo membro e flautista John O' Fathaigh. A percussionista Karen Gilligan tem grande participação nas vozes, além dos teclados do vocalista Keith Fay, mas você irá ouvir muitos instrumentos que fogem à regra do metal, como violinos, violoncelos, banjo e bandolim, além das flautas, é claro. Nas músicas que abrem o trabalho, com exceção à instrumental "The Victory Reel" temos a sensação de que teremos apenas vozes femininas no álbum, com andamento lento e belas melodias. São elas "Bloody Sunday" e "Death of a Gael". Mas em "The Rocky Road To Dublin" já temos os vocais limpos masculinos em linhas totalmente folk. Parece que o metal entra mesmo é em "Ossian's Return", com mais peso nas guitarras e vocais mais metálicos, porém sem sequer se aproximarem do black. "Spancill Hill" é lenta e não empolga, mas traz uma letra cheia de nostalgia que certamente mexe com a memória dos irlandeses longe de casa e "The Children of Lir" é um belo folk-metal com bons riffs, enquanto a balada "Ride On" é um dos melhores momentos de Folk-Lore. Belíssima, num contraste triste e profundo entre as vozes femininas e os vocais masculinos e roucos. Agora, se seu negócio é a parte mais extrema que uma banda como o Cruachan sabe apresentar, pule para o final com "Exiles", a única com vocais extremos.
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