sexta-feira, 19 de abril de 2019

20 anos de Necroshine do Over Kill


Uma banda incansável. Isso pode ser a máxima do Over Kill de Nova York, que em 1999 já chegava a seu 10º full length, Necroshine. O período não era dos melhores para o Thrash Metal e algumas grandes bandas se aventuravam em experimentos nada tradicionais, mas a banda de DD Verni (baixo) e Bobby Blitz (vocal) mantinha-se firme em seu legado. Disso podemos tirar uma lição, muitos resolveram ousar seguindo a direção dos ventos enquanto grandes embarcações naufragavam, pensando que talvez o Thrash Metal puro havia morrido e buscando mesclar seus estilos a outros como gótico, New Metal, Hard ou Pop, e anos depois a maioria deles tem pelo menos um patinho feio na coleção de que não se orgulhe muito, e o Over Kill pode se orgulhar de nunca ter baixado a bandeira. Ok que álbuns como Necroshine não foram tão badalados, pois o período dava mais atenção a outros rótulos metálicos, mas são trabalhos como este que honram fãs espalhados pelo mundo afora e devem sempre ser lembrados. Não é a toa que a banda continua lançando álbuns espetaculares nos últimos anos com muito sangue nos olhos. Necroshine não é um play tão veloz, tem momentos que os riffs de Sebastian Marino e Joe Comeau chegam a lembrar exageradamente ao Black Sabbath, como na ótima Let Us Prey, que música meus amigos, com Tim Mallare espancando a bateria. 80 Cycles é outra bem arrastada, com Blitz arriscando vocais diferentes em algumas partes e riffs lembrando bandas de Death Metal europeu se arriscando no Doom. Revelation tem refrão e solos com aquela veia Motorhead que todos já conhecem no Over Kill. A faixa título é bem Thrash, mesmo com uma pequena adição extra de peso. Stone Cold Jesus tem vocais adicionais de Joe Comeau e ficou parecendo um Death 'n Roll naquela linha de Entombed, e ficou bem legal, sem descaracterizar a pegada do Over Kill e tem um dos solos de guitarra mais legais do petardo e I Am Fear é aquela faixa pra mostrar que o som do baixo pode sim fazer muita diferença numa música. Enfim, mais um grande trabalho na discografia do Over Kill que completa 20 anos e deve ser apreciado como um bom vinho.

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