Os veteranos do Dismember retornavam em 2004 com seu 6º trabalho completo, e com uma novidade. Pela primeira vez lançava um opus com apenas 1 guitarrista em sua formação, pois Magnus Sahlgren participou apenas de "Hate Campaign" de 2000, substituindo o antigo guitarrista, Robert Sennebäck, que gravou os maiores clássicos da banda, fazendo dupla com Davis Blomqvist, e que voltou à banda em 2019 até os dias atuais. Mas isso em nada tirou os méritos de "Where Ironcrosses Grow", pois aquela potência das 6 cordas, parecendo uma moto-serra tipicamente sueca, dos primórdios e melhores anos de seu death metal, continua intacta, suja e eficiente. Este pode não ser o trabalho mais comentado da banda, mas deve ser ouvido com atenção. A bateria de Fred Estby continua forte, como o álbum pede, e os vocais de Matti Kärki mostrando toda grosseria que qualquer fã de música extrema almeja ouvir. As duas primeiras faixas, "Where Ironcrosses Grow" e "Forged With Hate" vão para um lado mais brutal, que não estamos muito acostumados a ouvir no Dismember, e é estranho dizer isso, uma vez que esta banda sempre foi brutal, mas estas faixas beiram um som mais extremo ainda, e o tiro de 12 que une estas faixas é apenas um detalhe interessante na passagem, e algumas faixas são interligadas, deixando a audição mais dinâmica. Quando chega "Me-God" temos aquela velha escola aflorando e a certeza de estarmos ouvindo o velho Dismember. Criaturas familiarizadas com toda a cena death metal dos anos 90 certamente também lembrarão dos americanos do Autopsy, pois nesta música e em outros momentos as influências são evidentes. Podemos destacar os solos de guitarra melódicos, especialmente em "Sword of Light", magnífico, e a influência da NWOBHM, em especial do Iron Maiden, em "Tragedy of the Faithful", que ficou excelente, e é uma das faixas mais ouvidas deste álbum no streaming. Um álbum que, mesmo após 20 anos, não decepcionará criaturas que amam o lado podre da vida. Altamente indicado.
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