Às vezes ouvimos comentários de que o metal nacional se profissionalizou com bons lançamentos nos últimos anos e que no passado as bandas brazucas lançavam álbuns de qualidade questionável. Esta é uma linha de pensamento equivocada, se lembrarmos que nos anos 80 e princípio dos 90 tenhamos registros de clássicos de qualidade pareada com grandes petardos pelo mundo afora. O que temos são lançamentos de qualidade ruim ontem e hoje, aqui ou na Europa, não é uma questão regional. E ouvindo este debut do Prophetic Age de Mauá (SP) que completa 20 anos temos mais certeza da qualidade que muitas bandas alcançaram em seus trabalhos desde sempre. Com uma bela arte de capa de Yuri D'Ávila, além do belo logotipo criado pelo mestre Christophe Szpajdel, a banda sempre criou músicas dentro do black metal com toda a pompa do symphonic. Gravado no estúdio Da Tribo, o que já era um diferencial, o instrumental está excelente, com todos os detalhes bem detectáveis. O trabalho de guitarras se alterna com os teclados, com cada um se evidenciando a cada parte das músicas, como podemos ouvir em "Fear Ages The Lost Souls In The Night" em que a bateria também se alterna em passagens mais rápidas e outras mais cavalgadas, lembrando até algo dos alemães do Goat of Mendes. Além dos vocais rasgados temos vocais limpos como em "I Sing Atonished In The Light", dando uma atmosfera singular à música. Em "Guardians Of The lost Temple" temos aqueles sons de cavalos e guerreiros e uma letra bárbara que num todo nos fazem viajar por histórias de Bernard Cornwell. Os músicos mostram que conseguem percorrer caminhos brutos e de uma beleza rica como podemos sentir nas melodias de "On The Way of Eternity". E ainda temos como faixa escondida uma versão para a clássica Archon do grande Rotting Christ da Grécia que ficou muito foda. A banda era composta por Kleber Gregory no baixo, Paulo Rheiss na guitarra, Juliano Sferatu nos vocais, Sandro Samash na bateria e Felipe Zagreus nos teclados. Há alguns anos fora da cena os músicos confirmaram um retorno neste ano de 2021. O metal nacional só agradece.
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