É a segunda resenha que fazemos deste excelente álbum dos baianos do Mystifier e a primeira, em 2014, foi incluindo o petardo entre os melhores álbuns do metal nacional. Por ter sido lançado em 2001, talvez o tempo tenha distanciado um pouco aqueles fãs ferrenhos do início dos anos 90, que tinham a banda, ao lado de Sarcófago e Vulcano como os 3 principais arquitetos das artes negras do metal tupiniquim, congelando-os na década passada e impedindo a apreciação devida a este artefato de qualidade inquestionável. Tudo bem que o Black Metal agora ganhava formas mais Death, com bases de guitarras pesadas e ambientações não tanto macabras, porém temos músicas extremas que de cara ao ouvirmos sabemos que os seres por trás dos instrumentos não tocam por hobby, mas sabem exatamente o que fazem e onde querem chegar. As risadas ensandecidas que abrem Profanus não ficam apenas incrustadas na mídia do CD, mas se transferem automaticamente ao rosto de quem está ouvindo o opus. Os vocais de Arnaldo estão na fronteira entre o gutural e o rasgado e são um ponto positivo enquanto os riffs do incansável Armando ficaram muito evidentes na ótima produção, uma grande iniciativa já que anteriormente ele cuidava das 4 cordas, neste álbum a cargo de Bruno Reis (que faleceu em 2019). Leandro Kastyphas gravou os teclados e backing vocals enquanto Louis Bear se encarregou da bateria. Lançado pela Encore Records, o disco teve novas edições em 2017 pela gravadora de Armando e pela holandesa Vic Records, com 3 bônus ao vivo, e arte da capa um pouco diferente, como por exemplo o logo original da banda. "Supreme Power of Suffering", "Unspeakable Dementia" e "Sowing the Evil in Our Hearts" são apenas alguns dos destaques desta pérola negra.
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