domingo, 4 de abril de 2021

20 anos de Am Universum do Amorphis.


Nunca uma banda levou tão a sério o significado de seu nome. Amorphis, traduzindo do finlandês, seria algo como sem forma, sem estilo definido, justamente o que ouvimos através dos anos de vida desta banda importantíssima para o metal europeu. Claro que a base de fãs da banda é formada por aqueles que curtem metal sombrio, pesado e com melodias, como dark metal, melodic death e afins. Abandonando a crueza do Death a partir do clássico Elegy de 1996 e aprofundando na natureza gótica em Tuonela de 1999, os músicos chegaram ao extremo do inverso de sua sonoridade original em Am Universum, pois pegaram aquele vírus que atacou várias bandas na Europa na virada de milênio, que saíram de uma zona mais extrema para explorar caminhos mais alternativos, atmosféricos e progressivos, numa linha pop gótica que tornou vários deles mais conhecidos, ao passo que afastou uma boa parcela de fãs. A lista é grande, Paradise Lost, Tiamat, Katatonia, só para citar alguns... Falando da arte da capa, como tomaram gosto pela simplicidade no álbum anterior, temos algo que, além de simples, é bizarro. Parece um pedaço de pata de alguma ave numa caixa, mas eu não saberia dizer o que é, a não ser que é de um mal gosto terrível. O que eu mais busco nesta vertente de metal são melodias melancólicas, mas nisso o álbum é pobre, podemos citar "Shatters Within" como uma delas, sem peso, mas uma boa faixa, e "Veil of Sin", numa veia mais pop. "Alone" e "Crimson Wave" são duas que se destacam nas guitarras, e esta segunda até influenciou muito em uma melodia que apareceu anos depois num álbum do Tiamat, se não me engano no Amanethes. Ela inclusive tem uma parte onde um teclado Hammond convive com o improvável saxofone, aquele instrumento que em minha visão, deveria ficar a quilômetros de distância de um álbum de metal (o que nem é o caso aqui, diga-se). Fãs daquela fase Host do Paradise Lost com certeza curtem muito a "Forever More", um dos momentos mais inspirados do álbum, além de "Captured State", que segue a mesma linha mid tempo e que o vocal de Pasi Koskinen até lembra o de Nick Holmes, um pouco mais agressivo que no restante deste álbum. E estes são os destaques de um álbum que não deve ser tão lembrado na discografia do Amorphis, mesmo que fãs ferrenhos defendam esta fase mais "clean" como essencial na trajetória dos finlandeses. 

 

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