quarta-feira, 14 de abril de 2021

20 anos de Poets And Madmen do Savatage.


O cenário para a construção do derradeiro álbum do Savatage não era o mais propício. Chris Caffery teve que tocar todas as guitarras, já que Al Pitrelli se mandou para o Megadeth. Zak Stevens, com novidades na família, preferiu se distanciar da banda, e os idealizadores Jon Oliva e Paul O' Neill estavam bem dedicados ao projeto Trans-Siberian Orchestra. Tudo isso com certeza influenciou no resultado de Poets And Madmen, principalmente porque os vocais de Zak haviam caído como uma luva no som do Savatage, e o retorno de Jon aos vocais provou que ele não tinha a mesma potência e agudos dos primeiros anos da banda. Então, o álbum ficou uma merda? Não! Ficou um pouco diferente, mais pesado, mais Power Metal e um pouco menos sinfônico, mas com momentos de arrepiar. "Stay With Me Awhile" começa com uma melodia de teclado bem triste, mas a distorção da guitarra mostra muito peso, apesar da melancolia percorrer toda a faixa. Em "There In The Silence" temos mais uma música forte, e você já se acostuma com a voz rouca e potente de Jon, além de termos um ótimo solo de guitarra, e um final excelente, com baixo de Middleton e bateria de Jeff Plate bem distintos. Então temos em "Comissar" o primeiro momento mágico do álbum, uma música pesada e excelente, com os vocais acompanhando fielmente a melodia de baixo e guitarra e corais bem colocados. num primeiro momento em tom de marcha e depois com velocidade, com outros solos vertiginosos. "I Seek Power" é outra que merece menção, pois começa bem calma e logo ganha peso e tem um refrão forte. Mas falemos do maior atrativo deste play, a espetacular "Morphine Child", talvez o maior hino criado pelo Savatage, ao lado de "Chance" e "Hall of the Mountain King". Uma canção épica, com peso, melodia, lindos corais e uma das melhores interpretações de Jon Oliva em sua história. Que riff perfeito, delicioso de se ouvir, teclados bem postados, tudo numa perfeita simetria. As demais músicas do álbum seguem no mesmo padrão, com bons momentos, principalmente na pesada "Awaken" com o baixo estalando, na melodiosa "Man in the Mirror" e na semi-acústica "Back To Reason". A capa é uma boa pintura de Edgar Jerins e deixa aquele sentimento de que estamos há 20 anos longe de uma das melhores bandas de metal americana.  

 

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