O Testament começou a trilhar sua carreira de sucesso depois da maioria das bandas de sua época como Slayer, Metallica e Anthrax, pois seu primeiro registro saiu em 1987, época em que vários clássicos do estilo já rodavam nas vitrolas do mundo.
Mas é uma banda que na última década lançou verdadeiras pérolas, colocando muitos outros no chinelo. Em uma sequência destruidora, o Testament consegue superar em 2016 seus dois lançamentos anteriores (The Formation Of Damnation de 2008 e Dark Roots Of Earth de 2012). E olha que superar estes álbuns não é tarefa fácil.
A faixa título apresentada no início de setembro em formato de lyric video pela Nuclear Blast já indicava que a banda viria para fragilizar ainda mais os pescoços de uma legião de bangers devotos do thrash metal. Os vocais característicos e inconfundíveis de Chuck Billy mal nos lembra que este monstro indígena já lutou contra um câncer na garganta. Alex Skolnick e Eric Peterson talvez sejam a dupla mais eficiente do thrash da atualidade. Eles podem não ter a fama de um Kerry King por exemplo e individualmente, mas juntos formam uma unidade esmagadora que despeja riffs frenéticos e solos perfeitamente encaixados, vide os dois primeiros minutos de The Pale king. Ainda sobre esta música, impossível não lembrar do clássico The Gathering no refrão cantado por Chuck. Stronghold já começa de um jeito que eu duvido que alguém em sã consciência consiga ficar sem mover a cabeça. Uma das melhores faixas do álbum onde Chuck alterna sua voz thrash com os famosos urros death metal. Uma música para se colocar no repeat umas três vezes antes de continuar a sequência do disco. E o que dizer da cozinha do Testament? Steve DiGiorgio no baixo e Gene Hoglan na bateria só trazem um problema para a banda. Caso eles saiam um dia, conseguir alguém para repetir no palco o que fizeram em estúdio. Ouça o baixo de Seven Seals e diga se Digiorgio é ou não um dos maiores e mais técnicos baixistas do metal. Agora Gene Hoglan com aquelas suas enormes unhas e tocando bateria daquele jeito eu já me convenci faz tempo de que não é desse planeta. Preste atenção no que ele faz em Centuries of Suffering. O cara não se contenta em tocar rápido, ele tem que enfiar um monte de viradas no meio da pancadaria sem mudar o ritmo. Com arte da capa criada por Eliran Kantor (que também criou a de Dark Roots mas não se superou) e produção de Juan Urteaga e mixagem de Andy Sneap que mais uma vez deixou tudo perfeitamente pesado e audível. Na primeira oportunidade que tiver, agarre este álbum com unhas e dentes e coloque-o entre os melhores de sua coleção. Carimbo de FUDIDO mais que merecido.