Mesmo com a mudança na sonoridade e a troca de vocalista, Jugulator foi um álbum honesto com algumas boas músicas que merecem o devido respeito, como a grande "Cathedral Spires" e "Blood Stained", mas o que podemos falar de "Demolition", que veio 4 anos depois? Que Ripper Owens tem talento, é um cara super corajoso e entrou em 2 das maiores roubadas da história do metal, substituindo Halford no Judas e Barlow no Iced Earth, todo mundo sabe. E neste play ele continuou sem dever nada, sua voz realmente é muito potente, atingindo agudos sensacionais e imprimindo raiva com a voz mais rasgada. O que mais invoca os fãs tradicionais da banda são os aspectos modernos demais para uma banda formada em 1970 e talvez o Judas não tenha sabido moldar isso da forma correta, como o Accept por exemplo, que hoje faz um som bem atual mas com os 2 coturnos fincados no passado e sem exageros. Quando ouvimos a faixa de abertura "Machine Man" isso não é tão perceptível, é uma boa música, mas logo em seguida, "One On One" já traz muitos elementos industriais que ficariam ótimos num álbum do Rammstein, e este é o grande ponto. Os fãs do metal tradicional e hard rock do Judas não são os mesmos fãs do metal futurístico, pelo menos a maioria não. Talvez a banda quisesse seguir algo que o Fight, projeto de Halford, fez muito bem, mas o Fight era uma aposta, uma novidade, não existia um legado para respeitar. E novamente eu digo, Demolition não é um álbum pra se jogar no lixo, ele tem seus momentos bem agradáveis, só está fora de contexto. "Hell Is Home" é legal quando se ouve concentrado em outra coisa, "Jekyll And Hyde" é legal com exceção do solo de guitarra que parece feito no teclado, além de "Bloodsuckers" que é uma boa música, assim como a longa "Cyberface". Resta saber se após 20 anos ele chegou em um ponto em que pode ser apreciado com menos ressalvas, ou se continua fadado àquele trabalho fora da curva com poucos e fieis apreciadores ao redor do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário