Uma coisa é certa, os suecos do Dark Tranquillity jamais farão uma obra do mesmo nível de "Projector", e você que acha o trabalho de 1999 muito fora do eixo, com certeza vai rir desta afirmação. Mas para quem tem o "Projector" como o melhor álbum de "melodic death" da história isto é fato. Portanto se você se lembra de nossa resenha para "Haven" de dois anos atrás, ele foi um pouco decepcionante para quem esperava uma sequência com influências mais góticas e progressivas. Tudo bem, quer seja a resignação por perceber o óbvio, quer seja pela qualidade de "Damage Done", a verdade é que este álbum é sensacional, e traz de volta toda a energia do som de Gotemburgo que poderia ter se esvaído das almas destes músicos. A capa não chama atenção mas também não decepciona, tem mais função de encaixe de qualquer ambiente do que uma apreciação mais cuidadosa, e a produção de Fredrik Nordström é refinada e de muito bom gosto. Temos guitarras com melodia e peso bem equilibrados, além de passagens de teclado que se infiltram preenchendo pequenos detalhes necessários às músicas, além de uma cozinha eficiente. Impossível não se empolgar em faixas como "Final Resistance" que abre o trabalho e possui riffs cavalgados, ou a faixa título que tem fraseados de teclados intercalados a ótimos riffs, criando uma atmosfera de beleza extrema. A música do "Dark Tranquillity" neste álbum reflete quase exatamente o nome da banda, pois transmite uma falsa calma carregada de sentimentos conflitantes, porém tudo sob uma camada de raiva contida e caminhando sobre uma tênue linha de explosão. Como diz a música "Cathode Ray Sunshine", traga o caos para a luz, e estes suecos mostram neste álbum como fazer isto muito bem.
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