Musicalmente, Sirius B, a obra irmã de Lemuria, é bem menos obscuro que a outra metade que já resenhamos por aqui, ambas completando 20 anos de lançamento agora em 2024. Enquanto Lemuria agrada com entusiasmo fãs de música gótica e doom, Sirius B se envereda por paisagens menos caóticas, com aquele clima quente oriental, onde camelos atravessam desertos com viajantes carregando sacolas cheias de mistérios e surpresas impensáveis. O Power metal está muito mais presente nesta obra, e como que para demonstrar, logo na abertura com "The Blood of Kingu" temos vocais heavy, mesmo que corais apareçam para dar aquele toque operístico tão comum ao Therion. A música "Dark Venus Persephone" com vocais femininos de ópera e graves masculinos, adornados por um coro bonito que lembra a época de "Vovin" traz de volta aquela sonoridade gótica, mesmo que este play ainda possua uma aura mais positiva. As faixas "Kali Yuga" part 1 e 2 são bem diferentes entre si, enquanto a primeira é bem mais curta e quase instrumental em sua maior parte, a segunda parte navega sobre um instrumental até bem extremo para os padrões daquele período do Therion, ao passo que os vocais e corais já levam a música na direção 'normal' dos suecos. "The Wondrows World of Punt" é bastante cadenciada, eleita por alguns como a melhor faixa do álbum, o que não concordo. Sirius B é um álbum legal ofuscado por sua alma gêmea, que através de sua melancolia, alguns vocais guturais e uma aura mística latente acaba por deixar este trabalho em segundo plano. Mas eu sei que pessoas mais felizes provavelmente ficarão horrorizadas com este pensamento, mas até na arte, o azul de Lemuria é mais belo.
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