O ano era 1996 e muitas bandas clássicas do metal nacional davam mostras de que ficariam muitos anos sem lançar algum material. O grunge deu uma balançada na indústria metálica mundial e isso parece ter afetado de alguma forma o Brasil também. Mas nesta fase alguns guerreiros foram perseverantes e lançaram alguns discos que mantiveram a chama acesa (ou a penumbra obscura dependendo da banda). Do interior de Minas, mais precisamente na cidade de Timóteo veio o In Memorian. Depois de lançar a demo Centuries of Sortilege em 1994 e venderem mais de 4.000 cópias só no boca a boca a banda chegou com tudo para lançar seu primeiro trabalho oficial. Se a quantidade de demos vendida foi verdadeira ou apenas marketing não podemos afirmar, a verdade é que o interesse por Insantification crescia quando os bangers conheciam esta história. O trabalho saiu pela Heavy Metal Rock e tinha apenas míseros 24 minutos de duração. Vinte e dois se levarmos em conta que dois minutos foram destinados para uma intro sinistra com meninas entoando coros ao chifrudo enquanto uma voz proclamava a palavra do dito cujo, tudo em latim, se não estiver enganado. E o desfecho apenas o barulho de um trem passando, confirmando que trem é coisa de mineiro mesmo.
Porém as 5 músicas que compõem este álbum cult valem toda a peça. O death metal quase black devido ao uso de teclados e as vozes entre um misto de rasgado e gutural de Wilson Junior que também tocou as guitarras e teclados, são todas excelentes. O som é por vezes mórbido e em outras ocasiões brutal. A melhor é "As The Prediction", que tem até um belo dedilhado no meio com uma camada de teclados ao fundo. Os pedais duplos foram utilizados com precisão por Ales Sandre e o estreante Célio Oliveira também mandou bem no baixo. "Insantification, Stream of Evil, Final Torment e Living In The Unlight" são músicas extremas muito bem feitas, com garra e bom gosto para os fanáticos pelo metal extremo. A capa é um desenho que representa o osculum obscenum e o logo da banda foi criado por Christophe Szpajdel, famoso pela criação de logos para bandas de black metal como o Moonspell de Portugal . Na época de lançamento as resenhas de shows do In Memorian eram sempre muito positivas. Mas depois disso Wilson Junior montou a gravadora Demise Records e deixou os trabalhos com o In Memorian de lado.
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