sábado, 21 de junho de 2014

Goddess Of Tears

O Silent Cry aproveitou a boa recepção que teve na estréia com 'Remembrance' e um ano depois, em 2000, lançou seu segundo full length, 'Goddess of Tears'. Pivô de uma briga entre a Cogumelo e a Demise, que atrasou a entrega dos CDs até que abrisse sua própria loja, e consequentemente teria um belo e aguardado trabalho saindo do forno nas prateleiras, o álbum chegou cercado de expectativas. No line up apenas uma mudança, com a saída de Jaderson Vitorino para a entrada de Roberto Freitas no baixo. Impossível falar deste trabalho sem as comparações com o debut. Primeiro a arte gráfica, que já era bela e ficou ainda melhor, com a estátua do anjo na capa e o belo logo abaixo. O álbum perdeu também um pouco da melancolia presente em 'Remembrance', que era um trabalho mais doom e este é mais gothic, com menos vocais guturais e os teclados de Bruno Selmer mais evidentes. E por falar neles, a introdução de 'Desire of Dreams' é lindíssima. Suelly canta em dueto com Dilpho, com ênfase na voz feminina e um ponto para a produção em detrimento do primeiro disco é o volume das vozes que aqui está bem melhor equiparado. Nesta música ouvimos influências de Anathema aqui e ali, principalmente da fase de 'Eternity', mas você só perceberá se for muito fã das duas bandas.
'Last Visions' mostra que o baixo aparece bem e não é apenas mais um instrumento, dando um forte suporte para o trabalho de guitarras. E ouvindo a quase instrumental 'Tears Of Serenity' fica claro como esse pessoal tocava. Em 'Eclipse' Dilpho nos brinda novamente com vocais rasgados, além de uma das passagens acústicas mais belas do álbum com Bruno Selmer e Ricardo Meireles no acompanhamento para Cassio Brandi despejar um solo de tirar o fôlego. 'Crying Violins' é uma canção rearranjada da demo 'Tears of Serenity' que ficou muito melhor. 'Illusions of Perfection' tem um começo digno de um 'Tristania' e 'The End of the Innocence' nos faz sentir saudades da voz de Suelly. 'Good-bye In The Silence' resgata toda a tristeza presente em 'Remembrance' e fecha 'Goddess of Tears' com muita competência. É verdade que quando foi lançado foi um pouco frustrante por ser um disco bem mais 'clean' que o debut. Mas analisado depois de todos estes anos a conclusão é de que não supera, mas é tão bom quanto 'Remembrance'. E pra quem presta atenção nestas coisas sem explicação da vida fica a pergunta: por que logo Bruno Selmer aparece na foto de encarte com uma camisa branca, enquanto todos estão de preto? O resto da história todos conhecem.

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