domingo, 28 de fevereiro de 2016

Top 3 - Anathema


Top 3 - Anathema.

Escrever este Top 3 é ao mesmo tempo gratificante e difícil. Gratificante por ser uma de minhas bandas preferidas e a melhor dentro do estilo doom, apesar de hoje My Dying Bride e Paradise Lost ainda lançarem álbuns relevantes e de maior impacto que os conterrâneos do Anathema, e difícil por ter que deixar de lado obras como o EP Crestfallen, o último da fase mais extrema The Silent Enigma ou o profundo e melancólico Alternative 4. Mas os ingleses que começaram as atividades em 1990 com o nome de Pagan Angel se firmaram no cenário mundial praticando um som arrastado, belo, triste, que somente os amantes do doom compreendem. 

3 - Eternity (1996) - O vocalista Darren White tinha saído da banda e os remanescentes continuaram como um quarteto, com o guitarrista Vincent Cavannagh assumindo os vocais. Lançaram The Silent Enigma, mas o rapaz sofreu para cantar com vocal gutural durante a turnê de divulgação. Ao invés de contratarem outro vocalista, resolveram apostar na mudança de sonoridade, de um death doom arrastado para um som mais claro, porém com doses ainda maiores de melancolia. E os vocais limpos casaram perfeitamente com o novo som e o álbum Eternity foi muito bem recebido. Questões sobre vida, morte e envelhecimento estavam presentes em 12 canções sensacionais, com ênfase na bela Angelica, uma das poucas que ainda são tocadas ao vivo na fase atual.

2 - Pentecost III (1995) - O trabalho derradeiro com Darren White nos vocais é um EP, apesar de seus 41 minutos. São 5 faixas obscuras, com os vocais menos cavernosos e mais abafados, e um instrumental arrastado e técnico, onde a produção deixou o baixo de Duncan Petterson bem na cara, mostrando todo talento do músico, em meio às guitarras choradas de Vincent e seu irmão Danny Cavannagh. Difícil apontar a melhor entre as 5 faixas, mas We, The Gods, iniciada no baixo e as vozes quase faladas de Darren, para depois cair num riff cavalgado e empolgante, é sensacional. Mais doom impossível.

1 - Serenades (1993) - A obra máxima do death doom. Não tenho outras palavras para descrever este opus. Arrastado, pesado, sorumbático, totalmente inapropriado para pessoas com tendências suicidas. O início com Lovelorn Rhapsody não poderia ser mais arrepiante. A densa Sweet Tears na sequência e a belíssima J'ai Fait Une Promesse (apenas violão, teclado e vocal feminino) completam uma trinca inicial de arrancar lágimas. A mais rápida do disco Sleepless continua pedida nos shows e a sofrida Under a Veil (Of Black Lace) é uma das melhores faixas já compostas pelo Anathema. Mesmo já tendo lançado o Ep Crestfallen (ainda desconhecido de muitos), com Serenades nascia um estilo híbrido de death e doom que seria a trilha sonora da tristeza e alegria de headbangers ao redor do mundo.

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