Tudo bem que algumas bandas de Doom e Gothic já tinham uma ou outra música com belos vocais femininos contrapondo a vocais masculinos e cavernosos, mas os noruegueses do Theatre of Tragedy foram os responsáveis por fincar a bandeira do chamado Beauty & Beast mundo afora quando lançaram o grandioso debut em 1995 que levava o nome da banda. Depois de forjar um clássico eterno em 1996 com Velvet Darkness They Fear, um dos melhores do estilo de todos os tempos, alcançaram a fama de vez em 1998 com o excelente Aégis. Perderam alguns fãs, uma vez que Raymond Rohonyi abandonou os guturais dos primeiros anos para cantar limpo, aproximando a banda ainda mais do gothic e largando de vez qualquer associação ao Death Doom. Mas com certeza ganharam 2 novos fãs para cada 1 que perderam, pois Aégis é de uma pureza e qualidade tão penetrantes que é impossível não se emocionar. A maior de todas as atrações do CD é a primeira faixa Cassandra. É uma grande música até que Liv Kristine resolve abrir a boca, pois aí sim é de estremecer, pois sua voz em Cassandra parece brotar da garganta de um anjo. Claro que a beleza de sua voz já era o diferencial no trabalho anterior, aquela voz de menininha cantando coisas tão soturnas e amedrontadoras, mas aqui a loira foi muito além. Outra grande faixa é Aoede, essa sim com uma perfeita interpretação de Raymond, e um correto arranjo de guitarras pra lembrar que aqui e ali ainda existe algum peso, mesmo que seja mero detalhe. Em Angélique um vocal masculino mais forçado também faz lembrar (gerar saudades para alguns) dos velhos tempos, mas com certeza a banda que gravou Aégis não estava preocupada em apenas manter seu legado, mas expandir conforme seu próprio gosto, algo que passou do exagero no próximo trabalho, o dançante Musique de 2000. Completam o line up os guitarristas Frank Claussen e Tommy Olson, o baixista Eirik Saltro, o baterista Hein Frode e nos teclados Lorentz Aspen. Destaques ainda para as belas Siren e Venus, que começa com um marcante arranjo de piano e segue num perfeito dueto entre a bela e a fera, com belo trabalho de guitarras, sendo esta ao lado de Cassandra as melhores músicas da nova fase do Theatre.
domingo, 28 de outubro de 2018
sábado, 20 de outubro de 2018
20 anos de Primal Fear do Primal Fear
É óbvio o motivo pelo qual o vocalista Ralf Scheepers fez teste para ser o vocalista do Judas Priest. Seu vocal é parecidíssimo com o do Metal God. Não ser escolhido já é assunto para outra hora, pois estamos falando do debut dos alemães do Primal Fear que completa 20 anos em 2018. E que estréia. Após uma instrumental totalmente desnecessária que infelizmente leva o nome da banda e do álbum, temos a destruidora Chainbreaker, e ahhh, eu tenho certeza que muita gente que ouviu na época achou que era uma música do Judas, e ainda é pegadinha certeira nos jogos de "qual é a música (ou banda)" que alguns metalheads costumam fazer. Silver & Gold tem um bom refrão, mas Promised Land tira um pouco da empolgação inicial, mesmo tendo um solo de guitarra sensacional de Tom Naumann. O álbum saiu pela Nuclear Blast, tudo bem que o baixista da banda é Matt Sinner, já com um currículo longo e além do mais trabalhava na gravadora, hehe), mas isso não quer dizer nada, não é mesmo, afinal a banda já era muito boa. Uma das faixas mais conhecidas deste álbum acabou sendo Formula One, com aquelas aceleradas do início e o refrão grudento e um arranjo de teclados bem legal em sua metade. Aliás, tanto Matt Sinner quanto Tom Naumann tocaram teclados neste play. A bateria ficou a cargo de Klaus Sperling, que viria a tocar no Sinner e no Freedom Call alguns anos depois. Dollars é uma excelente faixa, com peso e punch bem legal. A capa já trazia a águia de metal, mascote da banda até os dias de hoje. E como falamos em teclados, o início de Tears of Rage ficou belíssimo e Ralf aqui dá um show à parte, nesta mezzo balada maravilhosa, uma das melhores músicas da banda até hoje. Speedking, cover do Deep Purple também ficou legal, um rock acelerado no meio dos metais. Nos finalmentes temos Batallions Of Hate, outra faixa destruidora, com Ralf cantando mais rasgado, o que deixou a música ainda melhor, chegando a lembrar os conterrâneos do Grave Digger, a também excelente Running In The Dust na linha de Accept e encerra com Thunderdome. Um grande álbum de Heavy Metal forjado há 20 anos.
sábado, 13 de outubro de 2018
20 anos de Words From The Exit Wound do Napalm Death
Lançado em 26 de outubro de 1998, Words From The Exit Wound é o oitavo álbum de estúdio dos ingleses do Napalm Death, com Barney nos vocais, Jesse Pintado e Mitch Harris das guitarras, Danny Herrera na bateria e o incansável Shane Embury no baixo. A lenda de Birmingham (sim, esta terra de indústrias fabricou algumas lendas dentro do metal) conhecida por seu Grindcore/Death Metal, neste álbum bem mais Death Metal diga-se de passagem, nos brinda de cara com uma porrada vertiginosa que é The Infiltraitor. E porrada atrás de porrada o pau vai comendo solto sendo que nem partes mais 'devagar', pra não dizer outra coisa, como a Next Of Kin To Chaos deixa a peteca cair, já que ela melhora bastante no final. O legal das bandas desta época é que você sabe exatamente o que está rolando quando o vocalista abre a boca, e hoje em dia todos parecem berrar da mesma forma, então grande destaque para Barney neste petardo. Cleanse Impure é uma das melhores e os backing vocals característicos de Mitch Harris dão aquele toque Napalm que todos curtem. Pra quem é fã da banda, são poucos os álbuns que juntam poeira na prateleira ou que só estão lá para completar a coleção, e este com certeza não é um deles. Há 20 anos fazendo a alegria dos malucos por aí.
domingo, 7 de outubro de 2018
20 anos de Formulas Fatal To The Flesh do Morbid Angel
Se é de polêmica que alguns gostam, então falemos de Formulas Fatal To The Flesh, 6º disco de estúdio dos americanos do Morbid Angel, uma das mais lendárias bandas de Death Metal do planeta, que junto a outros grandes nomes, estava à frente do destruidor movimento Death dos anos 90 da Flórida. Não aquele tipo de polêmica que Illud Divinum Insanus causou em 2011, mas um que cerca qualquer banda consagrada no cenário, a troca de vocalistas. Se o vocal é a alma de uma banda, muitos não dão a mínima se aquele que o substitui é melhor ou pior que seu antecessor, o importante é virar as costas e considerar como original apenas a fase de seu frontman preferido, como muitos casos encontrados por aí, a exemplo de nosso maior representante mundo afora, o Sepultura. Mas e o quase desconhecido Steve Tucker (à época), que assumiu a vaga de vocalista e baixista deixada por um ícone do metal que é David Vincent, fez muita diferença no som do Morbid Angel? Não!!
Porque Pete Sandoval na bateria e o incansável guitarrista Trey Azagthoth não mudaram em nada seu som neste petardo, sendo que o som aqui presente parece até uma continuação do grandioso Blessed Are The Sick de 1991, então para aqueles que não se importam muito com esta fase, talvez seja birra mesmo com Tucker, ou um pouco de falta de empolgação mesmo com o estilo como um todo que no final dos anos 90 já dava mostras de cansaço, mas que anos depois voltaria com força total para deleite e alegria dos amantes de uma boa carnificina. Então pode bangear à vontade ao som de pedradas como Invocation of The Continual One (que peso) cantada por Trey e uma das primeiras músicas criadas pela banda antes mesmo do debut, Hellspawn: The Rebirth ou Chambers of Dis. De negativo mesmo apenas o excesso de faixas instrumentais (são 5!!!) mesmo que algumas sejam bem legais, e a arte da capa que é bem estranha. Detalhe, todos sabem que os títulos de álbuns da banda seguem as letras do alfabeto, portanto a sexta letra que é o 'F' foi representada no título iniciando 3 palavras, ou seja, 666. Bem característico do Anjo Mórbido.
Assinar:
Postagens (Atom)