domingo, 28 de outubro de 2018

20 anos de Aégis do Theatre of Tragedy


Tudo bem que algumas bandas de Doom e Gothic já tinham uma ou outra música com belos vocais femininos contrapondo a vocais masculinos e cavernosos, mas os noruegueses do Theatre of Tragedy foram os responsáveis por fincar a bandeira do chamado Beauty & Beast mundo afora quando lançaram o grandioso debut em 1995 que levava o nome da banda. Depois de forjar um clássico eterno em 1996 com Velvet Darkness They Fear, um dos melhores do estilo de todos os tempos, alcançaram a fama de vez em 1998 com o excelente Aégis. Perderam alguns fãs, uma vez que Raymond Rohonyi abandonou os guturais dos primeiros anos para cantar limpo, aproximando a banda ainda mais do gothic e largando de vez qualquer associação ao Death Doom. Mas com certeza ganharam 2 novos fãs para cada 1 que perderam, pois Aégis é de uma pureza e qualidade tão penetrantes que é impossível não se emocionar. A maior de todas as atrações do CD é a primeira faixa Cassandra. É uma grande música até que Liv Kristine resolve abrir a boca, pois aí sim é de estremecer, pois sua voz em Cassandra parece brotar da garganta de um anjo. Claro que a beleza de sua voz já era o diferencial no trabalho anterior, aquela voz de menininha cantando coisas tão soturnas e amedrontadoras, mas aqui a loira foi muito além. Outra grande faixa é Aoede, essa sim com uma perfeita interpretação de Raymond, e um correto arranjo de guitarras pra lembrar que aqui e ali ainda existe algum peso, mesmo que seja mero detalhe. Em Angélique um vocal masculino mais forçado também faz lembrar (gerar saudades para alguns) dos velhos tempos, mas com certeza a banda que gravou Aégis não estava preocupada em apenas manter seu legado, mas expandir conforme seu próprio gosto, algo que passou do exagero no próximo trabalho, o dançante Musique de 2000. Completam o line up os guitarristas Frank Claussen e Tommy Olson, o baixista Eirik Saltro, o baterista Hein Frode e nos teclados Lorentz Aspen. Destaques ainda para as belas Siren e Venus, que começa com um marcante arranjo de piano e segue num perfeito dueto entre a bela e a fera, com belo trabalho de guitarras, sendo esta ao lado de Cassandra as melhores músicas da nova fase do Theatre.

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