sábado, 1 de junho de 2019

Entrevista com Cirrhosis



 Criado por uma lenda. Carregado por um guerreiro. Este é o melhor título para a história do Cirrhosis, banda de Death Metal criada em 1988 por Wagner Lamounier do Sarcófago, em Uberlândia, Minas Gerais, e que passou o bastão da destruição para o grande Tibanha, ou Juarez Távora, presente desde a primeira demo tape Ritual Of Penetration, até sua saída para criar o Scourge, mas que agora ressuscita a banda que foi um dos pilares do Metal mineiro, em sua época de ouro, principalmente quando a Cogumelo lançou o split Alcohol Rules ao lado da banda Loucyfer em 1991, ítem raro e valorizado nos dias atuais. Com a palavra, senhor Juarez.

M&L - Juarez, primeiro vou te confessar algo. Passei 26 anos de minha história com a música The Last Temptation of Christ em uma fita cassete, gravada no programa de rádio Headbanger Attack apresentado pelo Laranja do Chakal, e só agora revisitando o material do Cirrhosis para preparar a entrevista, descobri que é uma música de vocês. Tamanha coincidência para minha enorme felicidade, já que é uma música perfeita.

Juarez:  Velho, que massa esse lance da música do Cirrhosis. Essa foi a segunda música que fizemos, também fiquei de cara com o fato de uma banda de São Paulo se me lembro bem, tocava cover desse som, fiquei pasmado (risos).

M&L - Você estava à frente do Scourge e de repente anuncia a volta do Cirrhosis. Qual foi a motivação e como fica o Scourge agora?

Juarez: Bem o Scourge tinha acabado já, eu só não tinha anunciado, discuti com os membros do Scourge, daí decidi terminar a banda e no mesmo dia uns amigos me perguntaram por que eu não voltava com o Cirrhosis, pois tinha várias pessoas querendo um retorno. Procurei alguns ex membros mas eles não poderiam tocar, daí voltei com o Cirrhosis com essa formação atual. A maior motivação veio de Brothers de várias partes do Brasil que me incentivaram a voltar.

M&L – Quando conversamos em 2015 você disse que não saiu do Cirrhosis por conta própria. Você disse literalmente que foi demitido da banda. Você acompanhou o álbum Drinks From Hell de 2008? O que acha deste álbum que não contou com você?

Juarez: Eu estava bebendo demais na época (mal do Cirrhosis kkkkk), matei alguns ensaios pra beber e ficar com as putadas (gargalhadas), daí a galera meio que me demitiu e eu resolvi dar um basta também e sai da banda, grilei pois ninguém tentou conversar ou me ajudar, no alcoolismo grave eu estava mas de boa, venci essa etapa também. O estranho é que o batera e guitarra do On The Sin Death Lust And Hate (debut do Scourge) são os mesmos que gravaram o Drinks From Hell do Cirrhosis (risos). Eles entraram no Scourge na época da gravação desse álbum, particularmente só ouvi uma vez o Drinks From Hell, não posso falar sobre ele...vi algumas bases antigas no álbum..algum dia talvez eu escute esse álbum todo.

M&L – E a nova formação do Cirrhosis? Fale-nos de Roberto Marra e Mateus.

Juarez: Os 2 são amigos de longa data, é difícil arrumar músico com compromisso aqui em Uberlândia e Mateus e Roberto são bem compromissados com as coisas, tanto que eles tocam em várias bandas, 7 bandas cada um (risos) não é zueira não (muitos risos), tá rolando legal os ensaios são ótimos músicos.

M&L – Esta entrevista deve rolar em Junho, poucos dias antes do Festival Monsters of Metal em Belo Horizonte, que conta geralmente com bandas ancestrais do cenário nacional e principalmente mineiro. Creio que o Cirrhosis seria a cara deste festival, pois está presente nos primórdios de nossa cena e está de volta. Falando como um fã, pois não faço parte da organização do evento, seria um sonho ver vocês tocando no Monster do próximo ano.

Juarez: Porra, seria massa mesmo tocar no fest, até falei com o Casito do Witchhammer mas já tinham fechado o cast, quem sabe ano que vem tocamos, mas será uma grande edição este ano...

M&L – Sabemos que vocês já estavam compondo material para um terceiro álbum do Scourge. E para o Cirrhosis, ainda é cedo pra pensar em um novo álbum ou as ideias já estão surgindo?

Juarez: Primeiramente estamos ensaiando muito, vamos tocar o Alcohol Rules na íntegra e 3 músicas do Alcoholic Death Noise. Já tenho 3 sons novos pro Cirrhosis  e a Grey Haze Records vai relançar em fita k7 as primeira demos nossa que tem uma música inédita que nunca gravamos em lançamentos oficiais, provavelmente vamos regravar num vindouro álbum, sou fanático em Death Metal Old School, pode ter certeza que as ideias virão das raízes do Death Metal.

M&L -  A Urubeer na época fez uma cerveja artesanal em homenagem ao Scourge, a Hate Metal Beer. Já lhe ocorreu que uma cerveja com o nome Cirrhosis no rótulo seria uma metáfora sensacional?

Juarez - (Rindo muito) você tá adivinhando nossas ideias em parte kkkk, vamos lançar uma cachaça do Cirrhosis, vai se chamar RITUAL em homenagem à primeira música que fizemos, a  Ritual of Penetration, essa cachaça já tem data de lançamento vai ser dia 10/08/19 e também vai ser nosso retorno aos palcos no evento CROSSOVER AND GENERAL METAL aqui em Uberlândia.

  M&L – Estes dias você publicou uma foto tomando um café explicitamente mineiro com o Manu Joker, que estará no Monster of Metal com o Uganga e já tocou com você no Tributo ao Sarcófago. Sai alguma coisa novamente desta parceria ou é só amizade mesmo?

Juarez: Manu é brother de mais de 30 anos, sempre falamos de sons, participei do Opressor, álbum do Uganga e do Servus também. Aquele dia estávamos gravando um programa que o Manu tem na web Underdose..logo estará no ar. Tributo ao Sarcófago foi louco, muito louco kkkkk, e deu vários problemas também kkkk, envolveu o nome Sarcófago já viu, kkk polêmicas polemicas kkkk mas foi só aquela época mesmo, não vamos mais fazer o tributo.

M&L – A gente te acompanha nas redes sociais e sabemos que você é um cozinheiro nato. Aliás os torresmos que você posta chegam a dar água na boca (kkk). Manda uma receita pra gente publicar para que os outros Metalheads que também cozinham possam fazer em suas casas.

Juarez: kkkkkkk aprendi cozinhar vendo minha mãe e mina vó Tonha no fogão a lenha, sou curioso  e adoro cozinhar, vai uma receita clássica de Minas com minha adaptação: VACA ATOLADA MINEIRA
- 1 KG DE COSTELA, 1 KG DE MANDIOCA, 1 COLHER DE ASSAFRÃO DA TERRA, SAL, PIMENTA CALABRESA, ORÉGANO, 3 CUBOS DE CALDO DE GALINHA, 1 CEBOLA GRANDE, SALSINHA e CEBOLINHA).
Cozinhe a costela por 45 min. até soltar do osso, retire a costela da água e reserve a água do cozimento. Pique a costela em pedaços pequenos e reserve, coloque a mandioca na água do cozimento, claro na panela de pressão kkkkk, cozinhe por 15 min. volte a costela picada pra panela com todos temperos e deixe engrossar....tome uma cachaça amarela de engenho e coma a vontade kkkkkkkk

M&L – Juarez, um prazer falar com você novamente, o Metal e Loucuras agradece demais sua participação. Espaço aberto a suas considerações finais.

Juarez: valeu demais brother underground sempre, nunca desista de seus sonhos, lute pelo underground, conquiste amizades verdadeiras e abomine os modistas. CIRRHOSIS LIVES AGAIN ALCOHOLIC RETURN....

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