sábado, 28 de setembro de 2019

Vem aí no Metal e Loucuras! Escarnnia.


20 anos de The Gathering do Testament


Depois de lançar um álbum longe de ser ruim, porém muito questionado por ser bem próximo do Death Metal, o Demonic de 1997, o índio Chuck Billy e o guitarrista Eric Peterson juntaram um "dream team" do Metal para gravar The Gathering, um dos álbuns mais aclamados da história da banda. O segundo guitarrista foi ninguém menos que James Murphy, conhecido por ser o mago das guitarras Death Metal, tendo gravado obras fundamentais do estilo como Cause of Death do Obituary, Spiritual Healing do Death e Dreams of The Carrion Kind do Disincarnate. O interessante é que Murphy não se lembra de nada que fez em The Gathering, devido a uma cirurgia para retirada de um tumor no cérebro logo após seu lançamento. Para o baixo veio o monstro Steve DiGiorgio, conhecido principalmente por fazer parte do Sadus, além de inúmeros outros projetos, incluindo 3 álbuns clássicos do Death e de The Fragile Art of Existence, do Control Denied, ao lado de Chuck Schuldiner, no mesmo ano em que saiu The Gathering. Na bateria ninguém menos que Dave Lombardo que esteve nos maiores clássicos do Slayer. De uma constelação desta não poderia sair nada menos que algo incrível!! A porrada começa com a matadora D.N.R (Do Not Resuscitate), com um timbre de guitarras sensacional, levadas de bateria insanas e os vocais excepcionais. Uma das melhores músicas da carreira da banda. Há momentos bem agressivos no álbum, como a quase Death Fall of Sipledome, que depois da primeira parte cai num ritmo bem "Death de Schuldiner" com um belo solo de guitarra que poderia estar em Symbolic. Falar de True Believer é óbvio, pois é uma  das melhores músicas do trabalho, com Chuck  Billy cantando daquela forma tradicional como em álbuns como Souls of Black. Uma música mid tempo pra curtir balançando a cabeça e batendo o pé no chão acompanhando a batida de Lombardo. "3 Days in Darkness" é outra que merece ser lembrada, com aquele ritmo cadenciado e o "ôôô" de coro que ficou bem legal, além de desacelerar até parar e voltar no mesmo estilo, com um solo típico de Murphy. A capa é interessante, apesar de um pouco confusa devido às várias letras sobrepostas no título e no logo da banda, com uma imagem feminia quase abstrata, bem característica da época, vide trabalhos como Outcast do Kreator, e aparece de uma forma bem diferente no lançamento em 2018 pela Nuclear Blast, além do bônus instrumental Hammer of The Gods, que originalmente tinha aparecido apenas na versão alemã. The Gathering pode ser traduzido como o álbum que fechou um período do Thrash Old School e abriu a era do Thrash com mais groove da banda. Um clássico que ultrapassou a barreira do tempo e merece ser ouvido sempre no volume máximo.

domingo, 15 de setembro de 2019

20 anos de Alive In Athens do Iced Earth


 Lançar um álbum ao vivo no auge da carreira é praticamente jogo ganho. E após lançar seu espetacular Something Wicked This Way Comes em 1998 Jon Schaffer, líder e guitarrista americano, soube muito bem que era hora de mostrar o poder de fogo desta formação sobre os palcos. Com um título que evoca as grandes batalhas gregas, uma mixagem que multiplicou por 10 a galera de aproximados 2.000 presentes, fotos de encarte tiradas em festivais ao ar livre e o sensacional formato em 3 CDs, nunca se imaginaria que as gravações ocorreram no 'até modesto' clube The Rodon nos dias 23 e 24 de janeiro de 1999, seis meses antes de ser lançado em CD. Bem, depois que saiu em DVD descobrimos que estes pequenos detalhes são mais um exemplo do tino comercial de Schaffer, porém nada disso tirou o  brilho da obra. Abrindo com Burning Times (o que seria feito ainda por muitos anos), uma das melhores músicas compostas pelo Iced Earth, lá estavam Brent Smedley socando a  bateria, James MacDonough debulhando no baixo, Larry Tarnowski e Schaffer nas guitarras e a voz inconfundível do até então cabeludo ruivo Mathew Barlow. E como este cara estava cantando meus amigos, seja em momentos mais calmos como Watching Over Me ou I Died For You, seja gritando com aquele drive mais acentuado em Desert Rain ou nos agudos soberbos de Pure Evil. Ficar citando músicas neste apanhado de clássicos absolutos é pura perda de tempo. Se hoje as pessoas não têm mais tempo para ouvir um álbum inteiro na íntegra, dificilmente irão apreciar as 3 horas seguidas de Alive In Athens. Então fica a dica, ouça um por dia e ouça todos novamente em seguida. Com certeza você ficará com Barlow martelando em sua cabeça por uma semana, o que é muito bom em vista de tanta porcaria que ouvimos nas ruas diariamente. Um dos melhores álbuns ao vivo da história do Heavy Metal que completa 20 anos e provavelmente completará 30 sendo ainda irrepreensível. E pra quem não está familiarizado com o som do Iced Earth, procure ouvir a versão ao vivo de Dante's Inferno. E se prepare para ter uma nova banda de cabeceira. Perfeito!