Após flertar com o vampirismo em seu debut e com a saga do anel Nibelungo e dragões no excelente Drachenblut, os alemães do Mystic Circle resolveram liberar a capetagem no ótimo álbum Infernal Satanic Verses que está completando 20 anos. A começar pela arte da capa muito bem feita, onde o clássico logo da banda se misturava num altar nada sagrado, o play começa com uma intro de corais arrepiantes acompanhados de fraseados demoníacos para alertar os desavisados que preferem algo mais calmo a saírem do recinto enquanto suas almas ainda forem suas por garantia. "Undestructable Power Of Darkness" trás tudo aquilo que o Mystic começou no álbum anterior e lapidou para este lançamento. Guitarras serrando pescoços, bateria e baixo suportando toda a agressividade, muitos teclados funestos acompanhando cada segundo de caos e muitos vocais rasgados, guturais, falados e até femininos (influenciados por Cradle of Filth) professando todas as blasfêmias aprendidas na escolinha negra do Back Metal. Aliás os ingleses do COF são uma clara referência para quem desejar conhecer este petardo, caso ainda não tenham trombado ao longo da história. Hordes of The Underworld tem tudo que o fã de Melodic Black procura, com muitas mudanças de ritmo e clima, que deixam a canção extremamente eletrizante, pois cada passagem se desfaz para dar lugar a uma nova em seus quase 7 minutos. E a maioria das faixas está na casa dos 6 minutos pra lá. The Devilstone, apesar de um começo mais simples quando você acha que vai entrar na lenda do mal da terceira faixa, geralmente a mais morna da primeira trinca dos álbuns, acaba se enganando, pois a qualidade continua nas profundezas (no bom sentido) e ela tem algumas partes onde o peso das guitarras se sobressai aos teclados mostrando que os caras não se escondiam atrás de nenhum instrumento, e sabiam destruir tudo com muito bom gosto. Críticas a este petardo apenas à parte lírica, uma vez que a banda vinha desenvolvendo um belo trabalho nos primeiros álbuns, escolhendo temas mais adultos. Mas se pra você o que importa é apenas som, esqueça o lirismo e aproveite as porradas do play. Mesmo porque em pouco tempo o quinteto se tornaria um trio eliminando 2ª guitarra e teclados, mudando completamente o som para o Death/Black.
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