Quando músicos desconhecidos da cena lançam um primeiro trabalho, geralmente passam batido no cenário nacional, principalmente se estão radicados em um estado longe do grande eixo metálico, composto por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e outros mais tradicionais como Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia. Então precisam mais do que simplesmente lançar seu trabalho. Têm que suar muito na divulgação, caprichar no material, além de apresentar um álbum bem convincente. E a galera do Escarnnia de Palmas no Tocantins está mais do que enquadrada em tudo isso, conforme as palavras do guitarrista e vocalista Ismael Santana a seguir, exclusivamente para o Metal e Loucuras.
M&L –
Primeira coisa a chamar a atenção no Escarnnia são os nomes dos integrantes. Há
um parentesco ou apenas coincidência?
Ismael - Apesar da coincidência dos nomes, somente o
Natanael (baixista) e o Samuel (baterista) que são irmãos, todos somos amigos
desde a infância praticamente rs.
M&L –
Aparentemente a média de idade da banda é baixa. O Escarnnia é a primeira
experiência profissional com música de todos os integrantes?
Ismael - Sim, essa é nossa primeira experiência
profissional, eu já tive projetos de bandas junto com
Natanael, mas não vingaram, por incrível que pareça nossas primeiras tentativas
foram calcadas no black metal (rs).
M&L –
Sob o contexto regional, Tocantins, apesar de ser um novo estado, não tem tanta
tradição no Heavy Metal. Conte-nos sobre a cena da região.
Ismael - Aqui tem uma cena muito legal, as poucas bandas
que tem sempre se ajudam, e isso acaba que unindo as bandas, tem bandas
promissoras em nossa cena, como Mata Burro HC, Trator Metal, Heresia, Vocifer
que em breve lançará seu primeiro álbum, Abyssal Forest também com lançamento já
em andamento, Atrox, Dr Alibi, Chico Doido HC, Clamor ,Ritos Ocultos e
Andromalius, são as bandas que junto com a gente batalham pra manter nossa cena
sempre intacta.
M&L –
Por que vocês decidiram gravar em São Paulo? E ainda, se a banda fosse
paulista, você acha que ela teria uma maior visibilidade ou a disputa por um
reconhecimento nos grandes centros é ainda mais difícil?
Ismael - Isso foi algo inusitado (rs), abrimos pra uma
banda paulista a Worst, os caras piraram no nosso som e dai surgiu o convite do
Tiago Hospede que nessa época era guitarrista, no mês seguinte partimos para
dar o passo mais importante de nossas vidas, creio que se atuássemos na cena paulista nosso trabalho teria tido mais visibilidade, pois a facilidade de
shows seria mais viável e com mais frequência.
M&L –
Vamos falar de Humanity Isolated. Fiquei impressionado com a qualidade do
registro, principalmente por ser o primeiro álbum!
Ismael - Muito obrigado pelas palavras, trabalhamos
por muito tempo nessas musicas, a vantagem que elas já estavam concluídas há anos, e no estúdio o Tiago Hospede adicionou alguns elementos essenciais para o
fechamento perfeito de cada faixa.
M&L –
A produção está acima da média. Cada música tem sua propriedade e a timbragem
dos instrumentos está excelente. Inclusive o álbum tem um som de baixo muito
presente, principalmente nas faixas The Evil Spell e Back In Time. Como tem
sido a repercussão do trabalho?
Ismael - Gostamos demais do
resultado, todos os instrumentos se destacaram, e o baixo é fundamental no
estilo que propomos, a repercussão alcançou patamares que nunca imaginaríamos (rs), como foi lançado também de forma digital ficou mais fácil a expansão desse
álbum.
M&L –
É natural procurarmos referências no som de bandas mais novas, e mesmo que o
Escarnnia tenha potencial para ser reconhecido pelo estilo próprio, há
influências de grandes nomes do Death Metal. E o que mais chama a atenção é o
instrumental de algumas faixas, em especial Total Death e Condemned To Kill,
que poderiam ter sido criadas pelo grande e saudoso Chuck Schuldiner. Falem das
suas influências.
Ismael - Ficamos lisonjeados pelo elogio de comparar
ao nível da perfeição musical Chuck Schuldiner (rs), nossas referencias são de
bandas nessa linha do Death mesmo de onde veio a maior parte das influências
somada com bandas como Obituary, Sarcófago, Morgoth e Necrophagist.
M&L –
A arte gráfica é outro atrativo. Com uma capa interessante e compatível com a
temática, encarte muito bonito, o CD vem no formato slip case e ainda acompanha
um adesivo com o logo da banda. Tudo isso é por uma satisfação pessoal ou algo
para cativar os fãs e estimular a compra do material físico?
Ismael - Essa belíssima arte foi feita pelo saudoso
João Duarte, que tem bagagem nesse ramo, a ideia dos brindes a parte no CD veio
da Classic Metal, que nos possibilitou a existência desse álbum físico, devemos
muito a eles por apoiarem nosso projeto.
M&L –
Foi gravado um vídeo clipe para a música Total Death, muito bem produzido, o
que tenho certeza que levou muitas pessoas a conhecerem a banda (incluindo este
que vos fala). Pensam em gravar mais algum vídeo para este álbum?
Ismael - Esse clipe nos ajudou bastante em ampliar
nossa imagem como banda, uma obra registrada por Adriano Lima FilmMaker, todos
os show que tocamos a galera sempre pede essa música e isso é bastante
satisfatório, já estamos com projeto de gravar novas músicas e o próximo clipe
será dessa próxima remessa.
M&L –
Quais os próximos passos do Escarnnia?
Ismael - Como digo antes já estamos em fase de
confecção das próximas faixas para registrar um EP ou logo outro álbum.
M&L –
Deixem uma mensagem à galera que acompanha a página e a seus fãs.
Ismael - Agradecemos sempre por nos apoiar e sempre
apostar no Escarnnia, Nossas músicas estão em todas as plataformas musicais,
muito obrigado a página Metal e Loucuras por esse espaço e um forte abraço para
todos que curtem nosso som !!!
Escarnnia é composto por:
Natanael (Baixo) - Samuel (bateria) - Ismael (Guitarra e vocal) - Valber (guitarra)
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