quarta-feira, 18 de março de 2020

Lançamento Nacional - In The Woods - Omnio


Que o mercado nacional está passando por um momento grandioso em matéria de lançamentos e relançamentos, todos já perceberam. Fica até difícil acompanhar tudo que está saindo, mas os mais espertos estão sempre por dentro através das redes sociais, de tudo que possa vir a estampar suas tão amadas prateleiras de CDs e LPs. E o Metal & Loucuras, que sempre teve como objetivo manter a chama do Metal acesa, ajuda a te mostrar aquilo que rola de mais urgente para entrar em sua coleção, criaturas noturnas, pois como dizia o sábio poeta Blast Doommaker, tudo que é bom, vira lenda!
O In The Woods já esteve em nossa página quando o magistral Heart Of The Ages aterrizou por aqui após quase 25 anos de lançamento e agora, a Metal Relics e a Cold Art Industry nos agraciam com Omnio, o segundo álbum dos noruegueses, que é bem diferente do debut, que trazia riffs gélidos de Black Metal, aliados a vocais rasgados na melhor linha Burzum, e que em Omnio mergulha nas auras melancólicas e viajantes da Avant-gard. O play começa com 299 796 km/s, número utilizado por Michelson para definir a velocidade da luz no vácuo, a faixa tem quase 15 minutos de duração que (pasmem), você nem percebe.
Desde seu momento inicial Doom, à aceleração momentânea e vocais limpos, à suavidade atemporal após 2 minutos e à sua reta final onde magníficos vocais femininos  de Synne Larsen dualizam com Jan-Ovl, enquanto riffs deliciosos por vezes cavalgados, entrelaçados ao enebriante som de violinos nos levam a outra dimensão. I Am Your Flesh vem numa pegada mais metal, vocais na linha Warrel Dane do Nevermore, letra interpretativa, e talvez o único grito agressivo que você possa encontrar em todo o trabalho. Mesmo que a letra exprima algo totalmente depressivo, as linhas de baixo, guitarra e bateria nesta música lembram mais um convite à loucura, você consegue se imaginar balançando numa daquelas cadeiras de um manicômio na velocidade dos riffs enquanto as esperanças de rever o mundo lá fora desaparecem rapidamente. Kairos é a menor faixa do álbum, mas é daquelas canções de uma beleza ímpar, que às vezes destoam um pouco do trabalho em si ( alguém se lembra de Day em Brave Murder Day do Katatonia? ), mas que com o tempo você descobre que o álbum não seria o mesmo sem ela. Weeping Willow tem seu início a la Pink Floyd e de repente entra uma guitarra tão gostosa de ouvir que é quando cai a ficha de estar diante de uma obra sensacional.
Esta é para arrepiar fãs de Empyrium e Serpent Rise!!! O álbum fecha com uma trilogia de mais de 26 minutos, sendo Omnio? - Pre uma viagem interestelar alucinógena, intercalada por uma tristeza relaxante e vocalizações que sobem e descem de tom conforme a emoção despejada em sua mente. Vale mencionar um riff que aparece nela lá pelos 7 minutos que lembra demais a música Ascension Of A Divine Ordinance do Messiah da Suíça (e isso me trouxe um saudosismo indescritível, porque eu sou apaixonado pelo álbum Rotten Perish). Omnio? - Bardo é uma faixa instrumental psicodélica que serve de ponte para o gran finale Omnio? - Post carregada de duetos  e mudanças de andamentos. Se você, criatura noturna, não conhece Omnio e tem a mente aberta às experimentações, principalmente aquelas que vingaram e arrastaram seguidores, corra atrás deste lançamento, que vem em formato slipcase e letras douradas que deixaram tudo muito bonito.  O Metal e Loucuras recomenda muito!!! Senhores Jorge Araújo da Metal Relics que nos enviou esta obra e Douglas Silva da Cold Art, estão trabalhando duro e trazendo obras espetaculares à nossa terrinha. Sucesso a vocês!                                                                                                                                                                                                                        

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