sábado, 9 de maio de 2020

20 anos de Thelema.6 do Behemoth.


O Behemoth da Polônia é outra banda que viveu aquela polêmica mudança de estilo que tanto irrita alguns fãs, ao passo que angaria uma nova leva de seguidores. Em Thelema.6 de 2.000, o 5º trabalho da banda, que sempre teve à frente o guitarrista e vocalista Nergal, nesta empreitada com Inferno na bateria e Havoc na outra guitarra, nos trás um trabalho extremo e brutal. A massa sonora do trio não foi concebida para agraciar ouvidos sensíveis. A bateria de Inferno não pára, é socada desgraçadamente como se o indivíduo tivesse braços mecânicos. Se você não se importa que seu cérebro seja chacoalhado num triturador, ao passo que riffs quebrados e certeiros com quase nenhuma melodia te sufoquem como as paredes de um quarto almofadado para loucos, então Thelema.6 talvez seja uma boa pedida pra ouvir num aparelho logo ali ao lado de sua cama enquanto espera o sono chegar, (carregado de pesadelos com muita probabilidade). Nergal tira da garganta aquele gutural carregado sem soar como uma pedra como Alex Camargo do Krisiun, mas sim como lama descendo a montanha (ou goela abaixo) se é que você me entende. Você ouve o álbum que provavelmente agrade qualquer fã de metal extremo, ao passo que agradar nem sempre é o que se espera, muitas vezes você fica no aguardo daquele momento que vai te fazer se concentrar melhor no que está ouvindo, que é quando o 'agradar' pode se transformar em 'pirar', e isso só vai acontecer de verdade na 6ª faixa, com Christian To The Lions, porque este é 'o' momento do play. São apenas 3 minutos de caos e destruição onde ouvimos claramente o ódio brotar da alma de Nergal. Não é a toa que se tornou um hino do Behemoth mundo afora. Outro grande momento é em "The Universe Illumination" que começa mais cadenciada, depois acelera com um fraseado de guitarra por cima e depois volta naqueles riffs jogados que fazem nossas cabeças acompanharem o ritmo no Headbanging. Vinum Sabbati é outro destaque de Thelema.6, assim como 23 (The Youth Manifesto) com sua aura mais progressiva. No ano seguinte o álbum foi relançado com alguns bônus, como Hello Space Boy do David Bowie que ficou sensacional, e outro de Satanas do Sarcófago. 

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