Após uma estreia de enorme visibilidade do projeto Avantasia capitaneado pelo vocalista do Edguy, Tobias Sammet em 2001, a segunda parte chegou em 2002 cerceada de expectativas, principalmente a respeito dos músicos convidados para fazer parte da musicalidade épica do projeto. A introdução, que inevitavelmente te faz pensar em Therion, traz uma canção épica assim como terminou a parte 1 com "The Tower", porém "The Seven Angels" passa dos 14 minutos! Nesta faixa Michael Kiske já dá as caras, mesmo que ele participe de forma mais econômica neste trabalho, cantando apenas em duas músicas, na abertura e na sequência com "No Return". Ainda temos muitos vocalistas participando, como DeFeis do Virgin Steele, Rob Rock do Impellitteri, Oliver Hartman do At Vance, Kai Hansen (Gamma Ray), Bob Catley do Magnum, Sharon Den Adel do Within Temptation (numa participação quase inexistente, diga-se de passagem) e nosso saudoso André Matos. Podemos ainda destacar a participação de Eric Singer do KISS tocando bateria na música que fecha o álbum "Into the Unknown" e o guitarrista do Stratovarius Timo Tolkki. É difícil dizer qual a melhor parte de The Metal Opera, por isso vamos registrar que elas se completam, e não trariam nenhuma discrepância se fossem lançadas como um álbum duplo. A épica faixa de abertura que ainda traz aqueles corais sobrepostos no melhor estilo Savatage é um exemplo de caminhos possíveis percorridos dentro da obra, mas de "No Return" em diante temos aquele típico metal melódico, muito criativo e nada cansativo, com guitarras exibidas, refrãos pegajosos e bateria acelerada. Mesmo que o momento balada chamado ""In Quest For" seja bem chato, temos logo depois "The Final Sacrifice" com os melhores riffs do álbum, que poderiam estar num álbum de Power Metal do Iced Earth. DeFeis manda muito bem nos vocais e a música, ao lado das duas primeiras, é um dos pontos altos do trabalho. A arte da capa sim supera a part 1, com vários elementos interessantes a apreciadores de obras como a de Tokien.
domingo, 30 de outubro de 2022
domingo, 23 de outubro de 2022
20 anos de Fight da Doro!!!
Em 2002 a rainha do metal/hard rock já chegava a seu oitavo trabalho de estúdio em carreira solo, com o álbum Fight. Claro que o nome remete ao clássico EP "Fight For Rock" de 1986 do Warlock, quando Doro era apenas uma mocinha de 22 anos à frente de uma promissora banda de Heavy Metal. Acompanhando a vocalista temos os guitarristas Joe Taylor e Oliver Palotai (ambos no primeiro álbum completo com a banda), com Oliver executando também os teclados, e hoje o cara está no Kamelot, Nick Mitchell no baixo e Johnny Dee também estreando na bateria. Não temos aqui um álbum com guitarras clássicas de heavy metal, mas sim algo até próximo do punk rock, como podemos ouvir na faixa que ganhou clipe com imagens ao vivo e som de estúdio, a "Always Live To Win", com distorção crua e vozes rasgadas e uma bateria reta. Já "Descent" vem numa pegada moderna para a época naquele estilo "Fight" de Rob Halford e vale a pena ser ouvida por ser cantada em dueto com o saudoso Peter Steele do Type O Negative. E por falar em participações especiais temos uma levada de guitarristas convidados, valendo citar Chris Caffery do Savatage também na faixa que canta Steele e em "Salvaje". No fim das quantas o destaque absoluto no álbum é a voz de Doro, seja em momentos mais nervosos ou em baladas como "Undying" com apenas acompanhamento dos teclados na maior parte do tempo. "Legends Never Die" é uma música legal, com letra triste, mas a maioria das músicas parecem seguir o mesmo processo sem muitas alterações. Não é o álbum que define a carreira de Doro nem de longe, tem alguns momentos interessantes mas é muito pouco para quem usa uma coroa tão pesada. Para compensar tudo isso temos uma arte de capa linda, com a rainha ilustrada como em muitas outras de sua carreira.
domingo, 16 de outubro de 2022
20 anos de Ritual do Shaman!!!
Após a debandada do século, com metade do Angra se dissolvendo e muitas farpas e mágoas distribuídas no colo dos fãs, André Matos, Luis Mariutti e Ricardo Confessori se uniram ao guitarrista Hugo Mariutti (Hanceforth) e depois de um período de adaptação lançaram "Ritual", seu primeiro álbum, e considerado uma obra prima do power metal melódico. Ritual traz uma bela arte, reforçando elementos místicos que a banda se propôs a transparecer. A música é um prato cheio para apreciadores do estilo. Após uma introdução um pouco longa que serviu para deixar os fãs ainda mais ansiosos por ouvir o que a trupe ofereceria, temos 2 canções arrasadoras, "Here I Am" e "Distant Thunder". São músicas velozes, mas nada que você não consiga acompanhar a cada nota, com algumas mudanças de andamento onde o teclado aparece de forma tão profissional e bela que parece um instrumento nascido nas forjas do heavy metal. Os solos de guitarra passam longe de ser fritação, e a voz de Matos, mais rouca e agressiva que na época de Angra não deixa dúvidas que ele foi um dos maiores vocalistas de todos os tempos. A transição de momentos mais introspectivos com passagens mais metal como em "Over Your Head" é tão natural que você nem percebe se não estiver atento à audição. E ainda podemos ter o capricho de um ponto alto, ou mais elevado que todo o restante, como se fosse possível, mas tudo é possível em um conto de fadas, então "Fairy Tale" chega para te transportar para uma terra mágica e encantada, misturando alegrias e tristezas em seu coração, de uma forma que somente a música consegue fazer, trazendo elementos de Queen no refrão e um cheiro de livro novo carregado de fantasias. Um álbum precioso que nos faz sentir ainda mais a falta de André.
sábado, 15 de outubro de 2022
20 anos de Man And Machine do U.D.O.!!!
E o baixinho mais famoso do Heavy Metal alemão chegava a seu oitavo álbum de estúdio com a banda U.D.O. em 2002, trazendo o clássico "Man And Machine", após ter lançado (para este que escreve) o melhor trabalho da banda, o clássico "Holy". A arte da capa com a mão humana segurando a mão da máquina é simples, e muito mais simbólica que bela, mas o recheio da bolacha é delicioso. A abertura traz a faixa título num ritmo meio tempo com uma batida de bateria e arpejos de baixo tão pesados que chegam a incrustar em seus ossos com um poder sobrenatural. Músicas como essa deveriam ser obrigatórias em qualquer obra de metal, e os méritos são grandes para o baterista Lorenzo Milani em seu primeiro full com a banda e o homem das 4 cordas Fitty Wienhold que esteve ao lado de Udo por vários anos. A voz de Udo continua a mesma, rasgada como nos tempos de Accept, e trazendo alguns momentos inspiradíssimos como em "The Dawn of the Gods", música que traz um coro no melhor estilo Grave Digger, além de um solo de guitarra perfeito. E por falar em guitarras, Stefan Kaufmann e Igor Gianola dão um show de precisão, riffs insanos e solos belíssimos no decorrer do álbum. Até no momento balada, aquele que muitos acabam reclamando por quebrar a sequência matadora de um play, nosso amigo Udo teve a ideia espetacular de chamar a rainha do metal Doro Pesch para um dueto onde a loira roubou toda a atenção com sua linda interpretação, para uma música com pouca inspiração. "Silent Cry" é uma música mais introspectiva com ênfase no baixo onde Udo mostra que mostra que não sabe cantar apenas como o Pato Donald, e esta faixa tem até um apelo mais pop, mas jamais chega a se afastar das raízes do estilo. Destaque ainda para as faixas "Private Eyes", a poderosa "Animal Instinct" e a grandiosa "Unknown Traveller" que fecha o trabalho!
domingo, 9 de outubro de 2022
20 anos de Disorder of the Order do Holy Moses!!!
Acredito que este azul que colocamos na arte da postagem de 20 anos do álbum "Disorder of the Order" dos alemães do Holy Moses tenha contribuído para melhorar o que foi apresentado no seu oitavo disco de estúdio, porque esta arte não serve nem pra estampar a capa de uma revista em quadrinhos de segunda categoria. O lançamento anterior, o EP "Master of Disaster" apresentou uma arte bem melhor. Pronto, descemos o porrete no ponto negativo do trabalho, agora vamos ao que realmente interessa. Depois de cometer o pecado de lançar um álbum sem a furiosa vocalista Sabina Classen em 1994, a banda entrou num hiato e após reformular seu line-up retornou com o citado EP e Sabina nos berros, pela graça de todos os deuses do metal. Depois disso soltaram esta pérola destruidora com thrash espirrando como sangue num filme da franquia O Massacre da Serra Elétrica. O baixo pulsa em "Hell On Earth", o coro no refrão da faixa título e aquela guitarra melódica elevando a música a um nível sensacional e a pancadaria de "We Are At War" com os vocais mais insanos que uma mulher já colocou num álbum de thrash metal são apenas alguns destaques de um álbum avassalador. Porque se você pegar faixas desesperadas como "Break The Evil" ou "I Bleed" vai realmente achar difícil escolher a melhor. Andy Classen participou efetivamente pela última vez em um álbum do Holy Moses, com algumas ideias de guitarras e baixo, mas era sua despedida, e certamente deixou saudades. E para aqueles que reclamam de algo que fuja um pouco da linha de um álbum, digo que devem agradecer à banda por nos entregar uma música como "1000 Lies", com seu ritmo cadenciado, que acaba se tornando um momento ímpar na audição do play. Seria um álbum perfeito, mas tem aquela capa.
quarta-feira, 5 de outubro de 2022
20 anos de Damaged Done do Dark Tranquillity!!!
Uma coisa é certa, os suecos do Dark Tranquillity jamais farão uma obra do mesmo nível de "Projector", e você que acha o trabalho de 1999 muito fora do eixo, com certeza vai rir desta afirmação. Mas para quem tem o "Projector" como o melhor álbum de "melodic death" da história isto é fato. Portanto se você se lembra de nossa resenha para "Haven" de dois anos atrás, ele foi um pouco decepcionante para quem esperava uma sequência com influências mais góticas e progressivas. Tudo bem, quer seja a resignação por perceber o óbvio, quer seja pela qualidade de "Damage Done", a verdade é que este álbum é sensacional, e traz de volta toda a energia do som de Gotemburgo que poderia ter se esvaído das almas destes músicos. A capa não chama atenção mas também não decepciona, tem mais função de encaixe de qualquer ambiente do que uma apreciação mais cuidadosa, e a produção de Fredrik Nordström é refinada e de muito bom gosto. Temos guitarras com melodia e peso bem equilibrados, além de passagens de teclado que se infiltram preenchendo pequenos detalhes necessários às músicas, além de uma cozinha eficiente. Impossível não se empolgar em faixas como "Final Resistance" que abre o trabalho e possui riffs cavalgados, ou a faixa título que tem fraseados de teclados intercalados a ótimos riffs, criando uma atmosfera de beleza extrema. A música do "Dark Tranquillity" neste álbum reflete quase exatamente o nome da banda, pois transmite uma falsa calma carregada de sentimentos conflitantes, porém tudo sob uma camada de raiva contida e caminhando sobre uma tênue linha de explosão. Como diz a música "Cathode Ray Sunshine", traga o caos para a luz, e estes suecos mostram neste álbum como fazer isto muito bem.
sábado, 1 de outubro de 2022
20 anos de Vansinnesvisor do Thyrfing!!!
O Thyrfing é uma banda de viking black metal já rodada no meio underground, mas daquelas que vivem no gueto e com certeza não são todos os seus amigos que a conhecem. Mas você, como bom entendedor de metal extremo certamente tem pelo menos um álbum dos suecos em sua coleção, e sabe o potencial que os caras têm. Eu, particularmente acho seu segundo trabalho, "Valdr Galga" o melhor da banda, mesmo que o posterior "Urkraft" seja maravilhoso, além de ter uma produção bem superior. Mas o que podemos falar de "Vansinnesvisor" (não me peça para pronunciar a maioria dos nomes que aparecem nesta resenha) de 2002, e quarto trabalho da banda? Lançado novamente pela holandesa Hammerheart e produzido por Daniel Bergstrand, que ficaria famoso pouco tempo depois por produzir álbuns mais calmos e controversos do "In Flames", temos aqui algo bem mais sujo, mesmo se compararmos ao citado "Urkraft". A bateria de Joakim Kristensson está bem audível, porém um pouco distante, como se ele estivesse tocando na sala ao lado. As guitarras de Patrik Lindgren e Svegsjö soam bem sujas, mas despejam riffs muito viking metal, se é que me entendem. Aquele som que poderia ser black metal mas carrega sentimento pagão e não deixa dúvidas sobre seu nicho. Tem uma passagem na música "Digerdöden" que é de arrancar lágrimas de tão pesadas. As letras, em sua maioria, são em sueco, o que confere mais autenticidade ao trabalho da banda, somente duas são cantadas em inglês, e mesmo que o Thyrfing mescle os idiomas desde o primeiro trabalho, parece que aqui a carga escandinava é muito mais firme. Mas uma de minhas preferidas vem no idioma inglês, a ótima "The Voyager", mais arrastada e com os vocais venenosos de Thomas Väänänen se sobressaindo, te fazendo imaginar um exército viking subindo as colinas em profusão para atacar uma vila. Excelente trabalho e que precisa ser conferido por todos os amantes de metal gelado.
20 anos de B-Day do Tankard!!!
E o barril estava cheio novamente, desta feita para comemorar 20 anos da banda Tankard, e o décimo álbum de estúdio, o raivoso B-Day! E com um lirismo nada poético, mas celebrando a vida de sexo, drogas e rock 'n roll que iludiu roqueiros ao longo do caminho, além de um desejo pujante de vingança contra tudo e todos. Os vocais de Gerre continuam afiados, próximos daquilo que Tom Angelripper fazia nos conterrâneos do Sodom, em determinados momentos, principalmente quando a raiva aflora, voltando ao genuíno vocal Gerre regado a cerveja nos momentos mais descontraídos e irônicos. As guitarras de Andy Gutjahr, em seu segundo full no Tankard, despejam riffs velozes e poderosos. Em momentos mais contidos como na pesadíssima "Underground (Atmosphere: Hostile)", ainda temos um trabalho sensacional, e com um dos melhores solos do álbum. Sempre admirei músicas como esta no Tankard, pois eles são muito bons quando tiram o pé do acelerador, tanto quanto estão a 160 km por hora. A cozinha com Frank Thorwarth no baixo e Olaf Zissel na bateria, oferece tudo que um petardo genuíno de Thrash Metal precisa, uma pegada precisa e agressiva, para ajudar na rotação de pescoços e na aceleração do mosh pit. Na arte da capa temos o Alien, montado nas costas do lutador de sumô, além dos tradicionais canecos de chopp, o barril e um bolo com 20 velinhas. O Tankard não poderia ter lançado álbum melhor para comemorar a data com classe e despojamento. Super indicado!
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