Type O Negative foi a banda que não se decidiu se era punk ou gótica, então ela sempre foi as duas coisas, e em "Life Is Killing Me" isso não foi diferente. O penúltimo álbum da carreira dos americanos tem dos dois temperos, e tudo bem se você só aprecia um deles, hoje em dia dá pra fazer uma coletânea em MP3 das suas faixas preferidas, mesmo que eu não incentive esta tática. Mas se você ama as duas vertentes, ouvir a faixa "How Could She?" é uma viagem interessante, pois ela veleja por águas calmas e turbulentas ao longo de 7 minutos e meio, e sinceramente, com exceção da letra esquisitóide, como se uma criança estivesse se baseando em "Disneylandia" dos Titãs, tanto sua estrutura como a forma de cantar de Peter Steele, são bem cativantes. A faixa título tem uma guitarra pesadérrima de Kenny Hickey, que é muito legal, enquanto os teclados de Josh Silver apresentem uma camada fenomenal. A letra mistura a melancolia a um provável desconforto de Peter com algum profissional da medicina, e não dá pra ser levada a sério. Aliás, muitas letras deste álbum acabam por não significarem nada além de preenchimento, já que são bem pessoais e sentimentais. A capa é bem simples, mas totalmente funcional em relação ao título do álbum, e traz as cores verde e preta, uma identidade da banda. Acho que Peter solta mais a voz neste trabalho, um pouco diferente daquela voz grave que ouvimos em "Black Nº 1", seu maior clássico, mas ainda assim ela soa grave em várias passagens. Este é mais um álbum que mostra que o Type O Negative tem um lado gótico bem forte, e um lado punk não muito interessante. Mas talvez isso seja apenas o reflexo de meu gosto pessoal frente aos dois estilos. A verdade é que a banda faz falta, e Peter Steele ainda é um cara muito lembrado e com saudosismo por todos nós.
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