domingo, 28 de julho de 2024

20 anos de All For You do Annihilator!!!


Muita gente critica "All For You", o 10º álbum da carreira do Annihilator, pela entrada do jovem e inexperiente vocalista Dave Padden. Eu, particularmente, acho que este trabalho apresenta a mesma sonoridade mais modernosa que a banda fazia neste período, apesar de achar que realmente algumas coisas aqui possam cair sobre a experiência com o jovem vocalista, mas não por falta de talento e garganta, uma vez que ele acertou quase tudo no álbum seguinte, o bom "Schizo Deluxe". A faixa de abertura já começa com o refrão que leva o nome do álbum, cantado de forma limpa, pendendo pro lado dos vocais limpos do Fear Factory, para logo se transformarem em vocais mais nervosos, dando uma dica daquilo que o vocalista Jeff Waters pretendia com seu novo trabalho. Talvez uma pequena imersão no Nu Metal, com uma pegada meio industrial. A música não é ruim, mas também não é lá tão digna de um repertório de uma das bandas mais respeitadas em se falando de thrash metal do Canadá. Já a faixa "Dr, Psycho" passa dos 7 minutos e as vocalizações tentam passar aquela sensação de loucura e medo que a letra meio boba pede, e que ficaria bem mais legal sem o vocal meloso do refrão. Ponto para o som de baixo na cara nos primeiros instantes. Em "Demon Dance" temos um instrumental rápido, com riffs e solos que poderiam ser melhor aproveitados se os vocais não fossem tão robotizados e em momentos como se Padden cantasse com um megafone. "The One" é uma balada, com um leve toque de Faith No More, principalmente nos vocais. "Bled" é uma música bem pesada, onde quando você já está acostumado com os vocais de Padden, e pode curtir um riff forte e bem construído. A capa de "All For You" é simples, mas bem legal, principalmente se você pensar no significado do título e todos os problemas que ele pode te trazer num relacionamento obsessivo. E o play segue na mesma pegada com a longa "Both Of Me" e na raivosa "Rage Absolute", para dar uma refreada em uma balada chata chamada "Holding On", volta a ter energia em "The Nightmare Factory" e termina com a instrumental "The Sound of Horror". Mudou o mundo 20 anos atrás? Não. Mas também não foi o desastre que pintam.

 

segunda-feira, 15 de julho de 2024

20 anos de Sirius B do Therion!!!


Musicalmente, Sirius B, a obra irmã de Lemuria, é bem menos obscuro que a outra metade que já resenhamos por aqui, ambas completando 20 anos de lançamento agora em 2024. Enquanto Lemuria agrada com entusiasmo fãs de música gótica e doom, Sirius B se envereda por paisagens menos caóticas, com aquele clima quente oriental, onde camelos atravessam desertos com viajantes carregando sacolas cheias de mistérios e surpresas impensáveis. O Power metal está muito mais presente nesta obra, e como que para demonstrar, logo na abertura com "The Blood of Kingu" temos vocais heavy, mesmo que corais apareçam para dar aquele toque operístico tão comum ao Therion. A música "Dark Venus Persephone" com vocais femininos de ópera e graves masculinos, adornados por um coro bonito que lembra a época de "Vovin" traz de volta aquela sonoridade gótica, mesmo que este play ainda possua uma aura mais positiva. As faixas "Kali Yuga" part 1 e 2 são bem diferentes entre si, enquanto a primeira é bem mais curta e quase instrumental em sua maior parte, a segunda parte navega sobre um instrumental até bem extremo para os padrões daquele período do Therion, ao passo que os vocais e corais já levam a música na direção 'normal' dos suecos. "The Wondrows World of Punt" é bastante cadenciada, eleita por alguns como a melhor faixa do álbum, o que não concordo. Sirius B é um álbum legal ofuscado por sua alma gêmea, que através de sua melancolia, alguns vocais guturais e uma aura mística latente acaba por deixar este trabalho em segundo plano. Mas eu sei que pessoas mais felizes provavelmente ficarão horrorizadas com este pensamento, mas até na arte, o azul de Lemuria é mais belo.