domingo, 4 de agosto de 2024

20 anos de How Innocence Dies do Avec Tristesse!!!


Que prazer em ter a oportunidade de resenhar este álbum magnífico do Avec Tristesse do Rio de Janeiro, uma vez que já resenhei o álbum anterior e o posterior a esse que, em minha opinião, é o melhor da banda, e um dos melhores do gênero darkdoom do Brasil. Com uma capa belíssima (na impressão do CD que tenho em mãos estes olhos não estão tão azuis), e um encarte bem trabalhado, com fotos dos 3 membros em situações corriqueiras, além de algumas outras que se relacionam com a temática do trabalho, "How Innocence Dies" foi lançado pela Hellion e gravado pelos músicos Nathan Thrall (bateria e vocais), Pedro Salles (vocais, guitarras e teclados) e Rafael Gama (baixo) e pode se dizer que trata-se de um álbum conceitual. As nuances e sonorizações, quando ouvidas com a devida atenção entrega muito do que as letras falam, e algumas cenas são criadas automaticamente em nossa mente no decorrer das faixas. Classificada como uma banda de progressivo, mesmo que muito de seu som se encaixe nisso, não podemos deixar que este gênero prenda o Avec Tristesse, uma vez que influências de doom, melodic death e black metal estão por toda parte da obra. A introdução "I Am But One" já ganha o ouvinte, pois tem uma beleza mórbida sensacional, remetendo ao som praticado por bandas como Silent Cry e Eternal Sorrow, mesmo que carregue vocais masculinos limpos como diferencial. Já "All Love Is Gone" chega acelerada e tem sua base no black metal, com teclados fazendo fundo e mudança de andamento, partindo para uma passagem extremamente doom, onde o vocais falados lembram algo que o Draconian da Suécia faria no ano seguinte em seu poderoso "Arcane Rain Feel". "A View of the End" é um dos melhores momentos do trabalho, mesmo ele sendo muito homogênio, mas esta canção tem seu lugar especial em minhas escolhas, com melodias ricas naquela veia de black metal melódico de países como a Finlândia. A gravação deste trabalho é perfeita, com todos os instrumentos em harmonia, inclusive o baixo (ouça a longa "Escapism"). O álbum, como já devem ter percebido, não agrada apenas os amantes da morbidez. Se pegar uma música como "Lost In Your Complexity", certamente fará a alegria do metal extremo, com uma agressividade bem acima de tudo mais no trabalho. Enfim, a única tristeza é saber que enquanto esta obra riquíssima de nosso metal completa 20 anos, a banda não está na ativa, mesmo que aparentemente dando um tempo. Que lembranças como esta resenha do Metal e Loucuras sirvam para encorajar Nathan e companhia a reativar o Avec Tristesse, ainda mais em um momento em que este estilo de metal deprê nunca esteve tão em voga em nosso território.

 

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