domingo, 18 de agosto de 2024

20 anos de Serpent's Embrace do Agathodaimon!!!


Agathodaimon é, com certeza, uma de minhas bandas favoritas daqueles lados da Europa. Seu primeiro álbum, o imperdível "Blacken the Angel" foi, durante anos, meu álbum mais bem protegido da coleção. O material da banda é, de alguma forma, bem difícil de conseguir aqui no Brasil, mas este "Serpent's Embrace", sua quarta obra, ainda é facilmente encontrado por aí, um lançamento da Nuclear Blast. Com uma capa azul, cor que a banda adotou como principal em suas obras, a edição brasileira, que infelizmente tenho em mãos, apresenta uma das falhas mais bizarras da história de um álbum normal. Digo normal porque em relançamentos, principalmente lá pelas bandas da Argentina, acabam trocando a ordem das músicas ou informando bônus que não existem, mas neste caso, surrupiaram uma música do tracklist. Porém ela está creditada no encarte e na contra capa, fazendo com que ao olhar no mostrador de seu aparelho, a partir da terceira faixa, todos os títulos estão errados em relação à posição da música que você está ouvindo, pois a música 3, "Rebirth", simplesmente não existe nesta versão. É uma música de andamentos mais lentos e apresenta vocais guturais, junto ao vocal já conhecido e rasgado de Akaias. Mais um motivo pra deixar qualquer um fulo da vida. Insatisfação registrada, vamos ao trabalho que, em minha opinião, é o registro menos inspirado da carreira do Agathodaimon. A maioria das faixas carrega a estrutura das músicas do álbum anterior, o fantástico "Chapter III", porém sem a mesma pegada, a mesma raiva, ou a mesma beleza nos vocais limpos de outrora. "Cellos For The Insatiable" abre com estes elementos, mas já percebemos um teclado dando um toque mais melódico ao som, e o álbum segue este padrão de ser aquele que mais se aproximou do melodic death na discografia. A questão é que houve uma troca nos teclados, quando a banda perdeu Christine Schulte e ganhou Felix Walzer. A faixa título apresenta ainda mais melodias, com as góticas vozes limpas, nada que já não fosse bem explorado anteriormente, porém agora Sathonys, o guitarrista dono das vozes limpas, não está cantando de forma tão triste como antes. A próxima faixa, "Light Reborn" começa de forma pesada, lembrando até alguns dos momentos mais nervosos da banda, mas tem um dos refrãos mais melosos do álbum, além de apresentar alguns sintetizadores que, se ouvidos com muita atenção, acabam incomodando um pouco, mas nada que possa levar você, que não se considera um troozão, a chamá-los de eletrônicos. Já "Faded Years" lembra de verdade a aura do primeiro álbum, com aqueles vocais mais malévolos e uma guitarra a la "Ribbons/Requiem" que fecha o debut, mas logo vem aquela voz sem vida que Shagrat começou a usar no "Puritanical" e outro refrão meloso. "Solitude" é a faixa que destoa das demais, com teclados, batidas  e vocais femininos, a cargo da convidada Ruth Knepel (não a Ruth que cantou no Anathema), que é até legal, apesar de alguns fãs não acharem assim. "Limbs of A Stare" é a música mais brutal do play, e possui aquele sentimento vampírico do segundo álbum, "Higher Art of Rebellion", e também tem alguns grunhidos guturais, a exemplo de "Rebirth". A melhor faixa do álbum, que segue com "The Darkness Inside" com riffs a la "In Flames", a pesada "Bitter End" e "Feelings". 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário