Confesso que de início tive um pouco de dificuldade de gostar de "The Last Supper", décimo primeiro trabalho dos alemães do Grave Digger, lançado em 2005. Isso veio após algumas audições a "25 To Live", gravado ao vivo em São Paulo durante a turnê de "Supper" e por isso, com muitas músicas deste álbum no set. Hoje não posso negar que é um grande trabalho, não comparado a pérolas como "Tunes of War" mas ainda assim mantendo a banda relevante no cenário internacional. A intro "Passion" é bem melancólica, e emenda com a abertura igualmente triste da faixa título. É neste momento que você olha para a capa do álbum e incorpora a tristeza do filho de Deus que, desta feita representado sozinho, faz sua última ceia com a certeza de que o que lhe aguarda é a morte. Arrepios à parte, logo a música ganha um riff de peso estrondoso e com a ajuda de um refrão poderoso, se torna um dos melhores momentos do álbum. Na sequência temos uma porrada power metal chamada "Desert Rose", rápida com um belo solo de guitarra, serve para animar os ânimos e convida ao headbanging. "Grave in the No Man's Land", que abre o CD 2 do álbum ao vivo tem um riff muito metal, digno de bandas como o conterrâneo dos Diggers, o Running Wild. Ela tem um ritmo médio para rápido, sem muitos exageros, mas mantém a atenção de quem ouve o petardo em alta, enquanto Chris Boltendahl canta com charme metálico e seu tom rouco característico, nos dando vontade de pegar o encarte e cantar junto. Os riffs de Manni Schmidt continuam sendo despejados em "Hell to Pay" e "Soul Savior" é aquela música que poderia estar em qualquer um dos primeiros álbuns da banda, heavy metal de primeira, com refrão na medida. "Crucified", a música mais longa do álbum, tem um ritmo bem lento, mas o peso da guitarra e a forma como ela muda depois dos 4 minutos para originar o solo não deixam que a faixa se torne enfadonha, além da interpretação de Chris que é bem interessante, considerando sua voz rouca e pouca convidativa a belas melodias, é um contrapeso interessante aqui. O álbum continua com as faixas "Divided Cross", "The Night Before", "Black Widows", "Hundred Days" e a balada "Always And Eternally". Mais uma obra do Grave Digger a passar no teste do tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário