Então descobrimos que os piratas envelhecem e cansam, e aquela antiga crença de que o rum conserva em parte sua juventude acaba sendo suplantada por um álbum alemão de "quase" power metal chamado "Rogues En Vogue". O álbum foi o décimo quarto da carreira do Running Wild, lançado em 2005 e nem mesmo a arte estranha da capa consegue erguer a moral desta peça. Não é um trabalho que soa ruim, ele apenas parece o fruto de uma árvore cansada. A abertura com "Draw The Line" agrada, mesmo que a produção possa ter falhado em algum ponto, pois o som não soa aberto, tem um certo tilintar de paredes metálicas, como uma estação abandonada no subsolo de alguma história pós apocalíptica de Stephen King. Mas a guitarra e a voz de Rock 'n Rolf (ou Rolf Kasparek, como preferir) são perfeitamente distinguíveis como sendo o Running Wild, e assim sempre foram, louvado sejam os deuses dos mares. A sequência com "Angel of Mercy" tenta seguir a mesma linha, com a bateria alguns BPMs mais rápida, mas peca pelo refrão um pouco irritante. Rolf sempre foi o dono da banda, e na época do lançamento deste álbum ele tinha apenas 43 anos, bem jovem para um pirata, mas com a longevidade da carreira da banda, já deveria ter uma visão de que precisava se cercar de novos músicos para manter seu som relevante. Mas como pirata dominador, seus ciúmes da embarcação que comanda não permite que alguém cheque perto do timão, nem por um segundo. A bateria programada é o maior exemplo disso, uma vez que ela soa simples e sem vida (o que é mesmo), e o baixista Peter Pichl que gravou apenas 4 faixas do petardo não foi suficiente para impedir o naufrágio em alto mar. Mas eu repito, não é um álbum ruim, mas é morno, e vai alegrar aquele churrasco com os amigos numa tarde quente de sábado. Algumas músicas mais rápidas e vocais mais enérgicos talvez tivessem melhorado o ranking dentro da discografia. Ouça as faixas citadas e "Skull & Bones"!
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