segunda-feira, 30 de junho de 2025

20 anos de A Book of Shadows do Goat of Mendes!!!


"A Book of Shadows" é o 4º full length da banda alemã Goat of Mendes. Apesar de gostar mais dos 2 primeiros álbuns, mais calcados no black metal, não posso esconder que gosto muito desta banda, que ocupa as fileiras de baixo no escalão do underground mundial, não sendo muito conhecida pela maioria. Lançado pelo micro selo "Mendes" da própria banda, este registro é ainda mais relegado ao gueto que na época em que a banda pertencia ao selo "Perverted Taste" (Carpathian Forest, Taake e outros), mas tenho uma cópia em MP3 desde 19elávaikafunga, que passei para o CDR também. O som é muito responsável, a banda sempre seguiu um caminho de trabalho e confiança em sua música. A produção pode não ser das melhores, caso contrário é certo que a banda teria um público ainda maior. Em minha opinião um dos grandes trunfos do Goat of Mendes é o trio de vocalistas, que estavam lá desde o início da banda, Maia, Surtur e Marco (também guitarra e baixo). As vozes, sejam narradas, cantadas ou gritadas, são praticamente as mesmas que ouvimos desde "Hymn To One Ablaze" (1996) e isso é a identificação imediata da banda. Principalmente porque não são vozes típicas de um estilo, daquelas que 1 milhão de bandas possui, você saca que são eles sem precisar que te mostrem a capa do play. Este álbum supera o anterior "Thricefold" (2002), onde a banda fincou de vez os pés no Pagan Metal, porque aqui temos um maior equilíbrio com o black metal de outrora. O primeiro grande destaque fica para a faixa título, uma das mais curtas do álbum, com 4 minutos e quarenta, com todos os elementos condensados de forma que você pode ser apresentado aos alemães com esta canção. Os riffs de Marco e Larz são um detalhe crucial, podem não ter a técnica de mestres mas fazem toda diferença no som. Outro detalhe nascido do álbum anterior que perdura aqui é o uso do violino. Ouça a faixa "Guardian Spirit" e se surpreenda com um som que poderia estar em qualquer álbum do "My Dying Bride", triste e profundo, ao passo que a banda diminui o ritmo para fazer um efeito doom nos momentos que o violino entra. O som é quase sempre rápido, mas nada exagerado e outra faixa épica de extremo bom gosto é "Staff and Chalice, Sword and Stone", cheia de reviravoltas e uma de minhas preferidas. A arte da capa imitando a capa de um livro não é das melhores, se fosse preta ao invés de marrom seria mais impactante, mas este é apenas um detalhe para um álbum de metal extremo bem interessante, que tanto fãs de Cruachan quanto de Opera IX deveriam ouvir. Sério, sem invencionices risíveis e de extremo bom gosto.

 

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