segunda-feira, 2 de junho de 2025

20 anos de Command To Charge do Suidakra!!!


Eu, particularmente, sempre achei "Command to Charge" o trabalho mais diferente da banda alemã Suidakra. Com um início bem calcado no black/folk, a banda liderada por Arkadius gravou no final de 2004 e lançou em 2005 seu sétimo trabalho, com a pegada mais melodic death possível. Nem os solos de guitarra mais folk conseguem deturpar a sensação de um som calcado em Gotemburgo, e a música "Second Skin" é um exemplo perfeito desta afirmação, tanto em seu título, que remete verdadeiramente a uma segunda pele apresentada pela banda, como o som diferente de outrora, como em suas bases death, seu belíssimo solo tipicamente celta e os vocais limpos que bandas como In Flames e Soilwork tanto imprimiram em seu som naquele período. Temos instrumentais mais folk para quebrar o clima, momentos deliciosos, que se não forem sublimes, conservam a etiqueta original da banda, como "A Runic Rhyme" e "Haughs of Cromdale". A capa do play, criada por Kai Swillus, me incomoda bastante, apesar dos tons azuis que tanto gosto, mas achei a caveira muito digital, e me faz lembrar bandas de metalcore, arte bem aquém da que ele  criou para "A Light in the Dark" do Metal Church. "Gathered in Fear" já é um belíssimo tema folk, cantada com a voz limpa do guitarrista Matthias Kupka sobre cordas acústicas, dando aquele toque existencial de floresta que toda banda deste segmento adora presentear seus fãs. "Dead Man' s Reel" é uma música que lembra música tradicional escocesa e é um dos momentos que faz você se esquecer do death melódico por 4 minutos, o que é bem legal. Tenho que admitir que taxar "Command to Charge" como um álbum de melodeath é algo puro e crucialmente um sentimento de recordação, nascido em meu âmago há 20 anos quando comprei este álbum pensando nas maravilhas de "Lays From Afar" e mais precisamente no inquestionável "Emprise To Avalon", mas quando o laser destrincha as ranhuras do CD, este sentimento fica relegado a segundo plano, uma vez que o sétimo filho do Suidakra joga tanto no ataque quanto na defesa, e hoje, proporciona momentos muito mais eficazes que na época de seu lançamento. Essa dualidade pode ser identificada na faixa que deveria fechar o trabalho, não fosse uma hidden track, a "The End Beyond Me", que esconde um final que apresenta após alguns segundos a vocalista Tina Stabel em "Moonlight Shadow", bem interessante e encantador, e dali em diante ela faria várias participações nos álbuns da banda. É necessário dar uma chance a este play, caso não o tenha ouvido nestes últimos anos.

 

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