domingo, 30 de junho de 2013

Morbid Visions

O Sepultura não perdeu tempo e um ano depois do lançamento de Bestial Devastation (split) saiu seu segundo trabalho, que veio ainda mais brutal, Morbid Visions. A começar pela capa polêmica, as letras vieram ainda mais agressivas, e impossíveis de acompanhar ouvindo as músicas, já que na época Max cantava o que não estava escrito e deixava estrofes inteiras sem cantar. A introdução do LP trazia como intro "O Fortuna - Carmina Burana", que, por questões legais, não acompanham, infelizmente, as versões em CD, pois era a canção perfeita para introduzir artefato tão macabro.

Difícil escolher as melhores músicas neste play, são todas destruidoras, mas "Morbid Visions", "War", "Crucifixion" e a perfeita "Funeral Rites" certamente não podem faltar quando você estiver afim de ouvir uma pancadaria feita com muita garra e talento. Todos os músicos ainda cresceriam muito, atingindo um nível técnico muito superior ao encontrado neste trabalho, sejam Max, Igor e Paulo no Sepultura ou Jairo no The Mist ou todas as outras bandas por onde passou, mas a falta de técnica não impediu que Morbid Visions ficasse cravado na história como um dos trabalhos que mais influenciaram bandas no death metal nacional. Um super clássico!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Living With The Pigs


Tudo bem, eu sei que Abominable Anno Domini é um clássico do metal nacional, é o debut do Chakal e tem o grande Vladimir Korg nos vocais. Mas a verdade é que se as postagens se baseiam em gosto pessoal, então vou falar de Living With The Pigs, este EP com apenas 2 músicas que o Chakal lançou em 1988, um ano após o debut, e que supera, em minha opinião, o Abominable.
A primeira música S.A.T.P. (Shoot At The Police) eu ouvi pela primeira vez no programa Headbanger Attack, apresentado pelo baixista do Chakal, Laranja, na rádio Extra FM, todos os domingos à tarde. Aqui a produção é melhor que no debut, apesar da banda seguir com aquele mesmo thrash metal esporrento que apresentou desde a coletânea Warfare Noise, e o volume da voz de Korg está melhor equalizado com o instrumental. Never Die Young continua a pancadaria, nesta o baixo se destaca e claro, a voz poderosa e inconfundível de Korg e um belo solo de guitarra, já antecipando um instrumental mais técnico a vir em The Man is His Own Jackal.
A formação do Chakal que gravou esta mine pérola foi Wiz na bateria, Mark na guitarra, Laranja no baixo, além de Korg nos vocais. A música dos 3 porquinhos no início e fim do EP é impagável, além da engraçadíssima capa. Pena para alguns que Korg saiu após este trabalho, e sorte porque ele montou o The Mist.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Born...Suffer...Die


Grande Headhunter DC da Bahia. Formado em 1987 e propagando até hoje o verdadeiro death metal, o Head Hunter gravou em 1991, através da Cogumelo, este grande álbum. Como eu disse anteriormente, o início dos anos 90 ficou marcado pelo lançamento de álbuns excepcionais do metal brazuca e este não foge do contexto. Bateria e baixo marcantes, solos de guitarra beirando o heavy metal (em uma época em que os solos de death metal nacional pareciam seguir a regra de 'não ultrapasse os 3 segundos'), e os vocais excelentes do frontman Sérgio Baloff, no melhor estilo Glen Benton (gutural e rasgado). Pra mim, era o que o Head Hunter tinha de melhor nesta época. 
O play é todo muito bom, mas vou citar minhas favoritas: Death Vomit (com apenas 44 segundos) e Winds of Death (1:16) são aquelas passagens perfeitas que se tivessem mais tempo estragavam, e mesmo assim queríamos que fossem maiores, porque são muito fodas. Hell is Here e Suicide Soldier para mim são as melhores, perdi a conta de quantas vezes ouvi estas músicas desde a época do k7, e a poderosa Why Wars fechando o álbum com toda a fúria. O Head Hunter abriu as portas com os dois pés e ainda socando tudo à sua frente.

sábado, 22 de junho de 2013

Disturbing The Noise

O Attomica foi formado em 1986 em São Paulo, fazendo thrash metal, e lançou seu melhor álbum em 1991 pela Cogumelo, o Disturbing The Noise. Este é o 3º full lenght, quando Fábio Moreira entrou na banda para cantar no estilo que o som realmente pedia. Na minha opinião, o vocal nada tinha a ver nos trabalhos anteriores. Aqui, na melhor linha Slayer, o Attomica detonou, em um álbum bem produzido, e com músicas matadoras. Ways of Death abre a pancadaria com louvor, me lembra Hallowed Point na versão do Decade of Agression. Depois vem The Chainsaw, a melhor música do Attomica, com um começo cheio das paradinhas thrash. Deathraiser completa a trinca de abertura, que foi
 muito bem escolhida, pra conquistar qualquer fã de thrash instantaneamente.
Completam o álbum Violence and Terror, Blood, From Beyond e Forbbiden Hate. Além de Fábio Moreira, a banda era composta na época por João Paulo e João Márcio nas guitarras, André Rod no baixo e Mário Sanefuji na bateria. Esse é pra ouvir no volume máximo.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

P.U.S.

A banda P.U.S. (Porrada Ultra Suicida) de Brasilia era mais conhecida na época por ter em sua formação a bela guitarrista Simone Death (Syoung mais tarde). Quando a banda se apresentava em BH, era ao coro de Simone gostosa (o que provavelmente tirava o vocalista Ronan Meireles, seu marido, do sério). Mas em 1991 o P.U.S. lançou pela Maggot Records seu debut, um ótimo álbum de death metal. Minhas músicas preferidas neste álbum são Die, Sexual Devastation, Dogs of Hell e Luxury (ótima). 

Além de Ronan e Simone completavam a banda Selvagem no baixo e Marcos Feijão na bateria. O P.U.S. ainda lançou um bom Split com o Sextrash de BH (Third World) mas depois descambou para um som esquisito com mistura de reggae que eu particularmente achei um lixo. Mas este álbum aqui compensa muito.

domingo, 16 de junho de 2013

Sexual Carnage

Em 1990 o Sextrash lançava seu primeiro full length. De Belo Horizonte, tinha em sua formação o baterista D.D. Crazy, conhecido por gravar o clássico I.N.R.I. com o Sarcófago em 87. O Sextrash era conhecido como banda irmã do Sarcófago, mas apesar de algumas similaridades, desenvolveram um som bastante peculiar, com letras doentias que quase sempre se relacionavam ao sexo. A introdução deste disco é uma das melhores já registradas na história, com características black metal, tão macabra que deixaria as bandas da escandinávia com um sorriso no rosto (se elas sorrissem - hehe).
A melhor música deste play, sem dúvida é Alcoholic Mosh, com um belo trabalho de baixo e aquele refrão perfeito para o mosh. Night Pigs também é uma das melhores e as demais estão no mesmo padrão de qualidade mineiro. A banda era formada, além de DD Crazy por Oswald (Pussy Riper) nos vocais, Tommy Krueger no baixo e Rodrigo na guitarra. Como eu disse na resenha do Mirror My Mirror do Witchhammer, os anos 90 começavam bem, e grandes clássicos ainda estavam por vir.

sábado, 15 de junho de 2013

I.N.R.I.

Boa noite criaturas noturnas. Hoje vamos citar um dos mais importantes álbuns do metal nacional. Em 1987 o Sarcófago lançava seu primeiro LP, o I.N.R.I., um dos mais cultuados álbuns entre as hordas do black metal dos anos 90, e referência mundial para quem curte a forma mais extrema do metal. Em menos de 30 minutos o Sarcófago conseguiu expressar em forma de música toda a fúria metálica e enriqueceu ainda mais a cena mineira, que começava a ser conhecida como a capital do metal. O álbum todo é destaque, mas Nightmare é considerada até hoje por muitos a melhor música da banda, com aquele riff inicial que é um dos mais macabros da história. Satanic Lust, Desecration of Virgin, Christ's Death, Deathrash e The Last Slaughter são imprescindíveis, para não citar todas.

Na época a banda era formada por Wagner Antichrist (Vocal e guitarra), Gerald Incubus (baixo), Butcher (guitarra) e DD Crazy (bateria). Um dos melhores álbuns do metal brasileiro e do mundo.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Antes do Fim

Em 1986, os cariocas da Dorsal Atlântica lançaram seu primeiro full length, que veio mais agressivo que o Ultimatum (split de 85). Seria já uma influência de Bestial Devastation? O fato é que Antes do Fim se tornou um clássico do metal nacional. Inteiramente cantado em português, o play traz pérolas do thrash com influência hard core, das quais destacamos "Caçador da Noite, Álcool (com aquela parte perfeita para o mosh), Joseph Mengele, Guerrilha, Inveja e Morte aos Falsos". As letras falam de questões sociais e humanas, como a morte de judeus nos campos de concentração, inveja, suicídio, falsidade e alcoolismo.
A banda era formada por Carlos Vândalo (vocal e guitarra), Cláudio (baixo) e Hardcore (bateria). "Só preciso beber, é a vida que eu escolhi, se eu não me preocupo, por que você tem que se preocupar?" Era o Rio de Janeiro provando que não tinha só samba e carnaval.

sábado, 8 de junho de 2013

Bestial Devastation


Boa noite criaturas noturnas. Dando continuidade às resenhas dos maiores álbuns de metal do Brasil, hoje posto sobre este destruidor álbum de estréia do Sepultura. Lançado em 1985 em forma de split com o Overdose (Século XX), Bestial Devastation foi o primeiro álbum de metal extremo nacional. O som que na época foi considerado apenas barulheira sem sentido, angariou uma legião de fãs sedentos por uma boa pancadaria. A tenebrosa abertura The Curse assombra de cara. As músicas são Bestial Devastation, Antichrist, Necromancer e Warriors of Death, todas excelentes. 

A formação era Max (vocal e guitarra), Igor (bateria), Jairo (guitarra) e Paulo (baixo). Como diriam os Cavalera, esse álbum é da fase "deti metal" do Sepultura (hehe). Fase que hoje, infelizmente, ouvimos por aí que a banda não tem muito orgulho. Mas que está registrado dentre os melhores álbuns do metal nacional. Um abraço a todas as criaturas.