domingo, 22 de dezembro de 2013

Scars

Um dos melhores e menos conhecidos álbuns do Overdose, o Scars de 1995, último álbum desta grande banda de Belo Horizonte. Gravado no Brasil e novamente produzido por Gaugin, juntamente com Claudio e Sergio, Scars segue uma tendência mais americana, com músicas mais curtas e diretas, diferente do anterior "Progress of Decadence" com músicas mais longas e solos mais elaborados, como pede o thrash metal tradicional. O que o Overdose manteve em seu som oriundo do disco anterior foi a percussão, agora melhor incorporada ao som dos demais instrumentos. Um dos motivos de Scars não ser tão conhecido é o fato de ter demorado demais para ser lançado no Brasil. O play, lançado pela Fierce no exterior, era encontrado apenas importado àquela época. As novas músicas funcionaram perfeitamente ao vivo, tornando o Overdose daquele período uma das bandas mais poderosas do Brasil no palco. Me lembro do show de abertura para o Megadeth no estacionamento do Mineirão em 1997 em que eles detonaram. Após o show conseguimos pegar um autógrafo com Cláudio David e quando estávamos trocando uma idéia uma fã apareceu e perguntou se poderia lhe dar um beijo. Digamos que ele foi praticamente atacado, então nos afastamos e deixamos a tietagem de lado, hehe.
                                     
Minha faixa preferida é "How To Pray", com um riff de guitarra excelente, um baixo pulsante novamente a cargo de Eddie Weber que substituiu Fernando Pazzini e um refrão matador. Ótima música. Outras canções sensacionais de Scars são "Still Primitive", "School", "Postcard From Hell" e "My Rage". "Last Words" é uma daquelas músicas que misturam partes melódicas e partes mais agressivas que funcionam tão bem no thrash metal (vide Metallica, Pantera e Testament que já fizeram isso com perfeição). O desfecho do CD com "Nu Dus Otro é Refresco" ficou muito engraçado (principalmente no final quando alguém grita ow essa marmita aí é minha - hehehe), muito legal. A capa de Scars trás uma luta entra soldados e militantes do movimento dos sem terra, algo muito em voga naquela época (e que continua, porém em menor repercussão). É uma pena que este disco seja o último lançamento do Overdose e a banda tenha se dissolvido depois de algum tempo. Ainda aguardamos uma reunião, o que vai ficando cada vez mais distante à medida que o tempo passa. Mas enquanto aguardamos temos uma coleção de álbuns maravilhosos desta que é uma das melhores bandas que já passaram pelo Brasil.

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