No início deste século o metal mineiro estava em baixa. Belo Horizonte que era considerada a capital do metal assistia seus pioneiros encerrarem atividades ou permanecerem no ostracismo, enquanto outros mercados como o paulista e o gaúcho ganhavam mais espaço. Então foi necessário que alguém levantasse a bandeira e quebrasse alguns ossos para que a mídia novamente voltasse sua atenção para Minas. E este alguém foi o Drowned, com seu álbum de estréia "Bonegrinder" em 2001. A banda que foi criada em 1994 e que chamou atenção com sua demo "Where Light And Dark Divide..." lançada em 1998, entrou no estúdio Música & Cia com Eugênio Dead Zone (Sarcófago entre outros) para conceber este artefato. A arte da capa, criada pelo caricaturista mineiro Marcos Ravelli (Quinho), que remete ao clássico Pleasure To Kill do Kreator, ficou muito legal. E a música de Rafael Porto e Marcos Amorim (guitarras), Beto Loureiro (bateria), Rodrigo Nunes (baixo) e Fernando Lima (vocais) impressiona pela técnica e entusiasmo.
O death/thrash começa quebrando tudo com "Who Is The King?", onde de cara o peso das guitarras, a bateria socada de Beto e o baixo técnico do monstro Rodrigo Nunes dão o cartão de visitas para que os vocais de Fernando grite "Quem é o Rei?" Os vocais alternam entre rasgados e guturais e o som é rápido em alguns momentos e mais cadenciado em outros, mas sem deixar o pique cair, pois a empolgação vai até o final, com exceção da instrumental Blood Sand. Ficar citando faixas aqui é bobagem, todas estão em alto nível, mas algumas coisas se sobressaem como a parte que antecede o refrão de "Men Who Break Bones" e o próprio refrão que é muito bom, e o mesmo acontece em "Spiritual Force To Kill" onde até um pouco de vocais limpos aparecem. "Words From The Pit" é sem comentários, uma quebradeira do começo ao fim e minha preferida neste trabalho. Tive o prazer de ir a um show da banda no Lapa logo após o lançamento de Bonegrinder, onde grandes nomes do metal nacional estavam presentes como Torture Squad e Nervo Chaos e confesso que o Drowned foi o destaque da noite. Era o Drowned garantindo a qualidade do metal mineiro em alta!
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