Nunca julgue um livro pela capa. Ou uma banda pela capa, seja como for. Principalmente se ela vier de um país que não seja o número 1 do Heavy Metal no mundo como o Canadá, mas quando alguma delas consegue romper suas barreiras, pode se esperar muita qualidade.
Em seu terceiro álbum de estúdio, e ainda numa pequena gravadora, a Hypnotic Records, o Kataklysm subiu alguns degraus em Victims of This Fallen World após o baixista Maurizio Iacono assumir os vocais deixados por Sylvain Houde, dando uma dinâmica maior à banda com o misto de rasgados e guturais, já que o vocalista anterior tinha um gutural muito potente que destoava um pouco do instrumental. Para o baixo veio Stéphane Barbe (é homem mesmo apesar do nome), e a banda neste álbum tinha Max Duhamel na bateria e Jean François Dagenais, um dos fundadores na guitarra. O que se ouve no álbum é uma porrada Death Metal fantástica, com um ótimo trabalho de guitarras, com muito peso e distorção, riffs destruidores, mesmo não sendo inovadores e um vocal muito potente, bem parecido ao de Johan Hegg do Amon Amarth nos momentos mais guturais. A bateria é outro show à parte, com blast beats muito bem encaixados em determinados momentos, o que rendeu à alcunha ao estilo do grupo de Northern Hyperblast. O álbum é muito bom e homogênio, com excessão da última e desnecessária faixa World of Treason II, que não chega a ser ruim, porém é a menos agressiva do petardo, mas não se deixe levar, quem vos escreve não tem nenhuma paixão pela música instrumental, a não ser que ela seja algo muito acima da média. Destaque para a pesadíssima (God) Head e para I Remember, por ter boa parte acompanhada pelo violino sem descaracterizar a música extrema dos canadenses. E a carreira do Kataklysm só cresceu nestes últimos 20 anos, acredito muito devido a este registro.